Agatha
Quando atravessamos os portões demos de cara com uma parede de nevoeiro densa. Era tão espeça que ao " toca-la" minha mão ficou úmida. Na nossa frente havia uma ponte de corda e madeira, a mesma era engolida pelo nevoeiro. Não dava para ver um palmo a frente.
- Quem vai primeiro?- Perguntei para as garotas que olhavam meio espantadas para o nevoeiro.
- Eu vou! Eu pedi para me acompanharem, nada mais justo que ir primeiro para ver se está tudo bem.- Falou Ângela dando um passo a frente.
- Vai na fé miga.- Disse Aline olhando para ela.
Ângela recitou os olhos e foi em direção a ponte. Ela começou a caminhar sobre ele devagar pois tanto a madeira quanto a corda pareciam gastas.
Logo ela some em meio a névoa e não a vemos mais. Não se passou nem um minuto e escutamos ela gritar.
- Quem é a próxima? - Disse ela já do outro lado.
- Eu!
Fui até a Ponte e comecei a andar sobre ela. Ela era bamba de mais então achei melhor andar com cautela. Porém, o solo não deveria estar muito longe.
Depois que eu atravessei Isabella veio logo atrás, e em seguida Aline junto com Ártemis. A névoa começou a baixar então decidimos nos sentar ali mesmo para " almoçar" pois já era quase meio dia.
Pegamos outros lanches da Aline e começamos a comer e conversar assuntos aleatórios do tipo, ser a que meus pais estão sentindo minha falta? Ou, que bom que não precisamos ir a escola.
Eu aproveitei que a névoa na Ponte já havia ido embora e fui ver a profundidade da fenda.
Assim que olhei eu sei dois passos para trás, pois aquela fenda devia ter no mínimo uns cinquenta metros e no fundo era cheio de rochas pontudas.
- O Ângela, chega ai! - Chamei ela e as outras vieram atrás.
- Que foi Agath....EITA PORRA! - Exclamou ela olhando para a fenda.
- Minha nossa nossa nossa! - Falou Aline fazendo uma referência a um desenho antigo que costumávamos assistir juntas.
- Graças a Deus não conseguimos ver o fundo. Se não iriamos atravessar no cagaço. - Falou Isabella também olhando.
Me virei novamente para a névoa e ela já não estava mais lá. Agora tínhamos a visão perfeita do que havia em nossa frente. E acredite quando eu digo, eu preferia andar no meio da névoa.
Parecia que as pessoas haviam se matado no meio da rua, tinham esqueletos jogados para todos os lados, restos de casas e prédios, carcaças de carros antigos ratos passando pelos cantos. Agora sim posso dizer que estou em um filme de terror.
- Já vou avisando que se sair um zumbi de algum canto, eu vou rodar a baiana! - Falou Isabella fazendo graça.
- Espero do fundo do meu coração que sejam só esqueletos.
- Estão sentindo esse cheiro estranho ? - Perguntou Aline.
- Sim, é de enxofre. - Respondeu Ângela começando a andar. E la vamos nós de novo.
Estavamos andando por uma das pontes que já estava praticamente tomada por plantas e Mato. Estava distraída quando olhei sem querer para cima. Onde haviam placas de trânsito e vi três corpos pendurados pelo pescoço. Mas o mais esquisito, era que os corpos estavam intactos.
Ângela falou que era melhor passarmos em silêncio, o que foi impossível para Aline. A filha da Puta deu um tropeço tão grande que sua queda fez um barulho alto pra caralho.
Os corpos começaram a se debater, nessa hora eu paralisei, eles começaram a se soltar, Ângela ajudou a Aline a se levantar e me Isabella me puxou para que começassemos a correr.
Consegui ver que eeles não tinham mais a Iris, só a pupila, eles tinham aparência de mortos mas não estavam mortos.
- Que porras são essas? - Perguntei ainda correndo.
- Acho que são demônios obsesores, se alimentam de energia vital. Eles são uma classe mais baixa de demônios.- falou Angel a correndo junto conosco.
Corremos para dentro do que um dia foi um shopping e começamos a decer para o outro térreo.
Já estavamos ficando cansadas quando demos de cara com água, era agua corrente. Ela cobria toda a estênçao do local.
- Gente, não para não, entrem na água.- Falou Isabella.
Na boa, a gente se fudeu.
Entramos na água, e os demônios não entraram. Deram meia volta e foram embora.
- Por que eles não nos seguiram? - Pergunto Aline.
- Água corrente é uma forma de repelir o mau. Por serem demo iOS de baixo escalão eles não são poderosos o suficiente para nós seguir na água. - Respondeu Ângela.
- Então iremos pela água? - perguntou Isa.
- Sim, espero que todos saibam nadar. - Completou Ângela.
- Fudeu! - Disse Isabella.
- acho que da para andarmos normal. - Respondi.
- Bom, até agora a água está batendo na cintura. Vamos andando acho que já estamos na ponta da cidade.- Aline falou e tomou a frente.
Ártemis estava com umpouco de dificuldade de nos acompanhar já que ela era só um filhote e não dava para ela colocar as patas no chão.
Então Ângela a pegou no colo e começamos a andar com cautela. Logo saímos do shopping e já não tinha mais agua.
andamos por mais cinco metros até entrarmos em uma floresta, incrível como ela parecia intacta, mas dava para ver vi mais de radioatividade no local. Não era forte o suficiente para nos afetar mas eu sabia que ainda havia resquícios dela nas plantas.
Continuamos andando até escutamos alguém nos mandando parar, alguém não soldados. Sas porras tavam disfarçadas no Mato. Agora a gente morre.
Colocamos a mão para o alto mostrando que não queríamos brigas. Bom, pelo menos eu.
- E agora? - Perguntou Aline.
- Faz o que eles mandarem.
- Ta doida?- Perguntou Isa.
- Olha, eles estão armados até os dentes e nós estamos com armas brancas. Quer mesmo discutir?
- Agatha tem razão, o melhor a se fazer agora é obedecer.- Falou Ângela.
- Tirem as armas. - Pediu um dos soldados. Tiramos elas junto com as aljava.
- Joguem elas para cá. - completou o outro. Artemis não latia, o que era estranho mas ela estava rosnando de leve.
Assim que jogamos as armas eu senti uma pancada em minha cabeça e logo em seguida desmaio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Desventuras de um quarteto não tão fantástico: 1°ATO
Aventuraquatro garotas com uma vida normal se metem em uma encrenca que envolve não só elas como também pode envolver o mundo todo, que por acaso não é o mesmo de séculos atrás.