For Kiwi • Miraculous (Lukadrien)

18. two ghosts / stuck

Meia hora depois, Kagami subiu no palco calçada em tênis e a maquiagem já renovada. Juleka também tirou o par de sapatos — que mal usou a noite inteira — e pôs tênis escuros. Rose foi atrás delas com Nino. Ambos subiram no palco se sentindo menos cansados e mais empolgados com o que estava por vir.

Luka chegou para o lado dando passagem aos alunos para a frente do palco. Todos se empolgaram com a banda e esperaram a noite toda por isso. Adrien também foi junto deles lá embaixo. Nino ligou os equipamentos e as garotas testaram o som por um tempinho.

Kagami pegou seu baixo e segurou firme. Olhou todas as pessoas conhecidas mais perto e sentiu-se ávida para tocar e cantar. Fazia tempo que não tocava para muitas pessoas e o momento era único.

— Prontas? — Tsurugi perguntou. Juleka confirmou já com a guitarra em mãos, e Rose próxima ao microfone. A loirinha adorava cantar e precisavam de apoio pelo menos por três músicas. — Nino?

Ele fez sinal de positivo depois de checar a bateria. Eles sorriram.

Adrien sentiu o estômago se revirar. Olhou para Luka parado perto deles e observando. O Couffaine mais velho adorava ver a irmã perder um pouco da timidez e tocar.

— Boa noite, pessoal! — Rose disse ao microfone. — Vamos tocar algumas músicas antes dos outros membros da For Kiwi subirem — ela sorriu, algumas pessoas olharam direto para Adrien logo ali ou para Luka em seu canto isolado. — Vamos lá!

Nino fez a contagem com as baquetas e Juleka iniciou com seus acordes. A plateia se agitou com a música conhecida e correram para o meio da pista dançar. Rose chegou perto do microfone e assim foram todos: cantando, tocando a canção animada e divertida.

Luka sorriu ao ver a irmã feliz. Era legal olhar a banda lá embaixo e curtir um pouco.

Adrien saiu do meio do grupo e correu até Couffaine. Seu cabelo estava desarrumado e o rosto corado.

— Oi, ham, eu preciso conversar antes de tocarmos.

Luka concordou. Eles estavam sozinhos distantes no palco, onde pouca gente conseguia vê-los ou prestar atenção. Isso dava mais confiança ao garoto

— Tô aqui pra te pedir desculpas — ele lembrou das palavras havia ensaiado mais cedo. — Eu fui um idiota.

Luka deu um risinho. Adrien disse isso olhando para o chão e depois para seus belos olhos azuis como o oceano.

— Você foi mesmo, mas eu também tenho que pedir desculpas por não te entender 100%. Eu te pressionei, e nem sei o porquê. Acho que fiquei meio revoltado com tudo.

— Não fez nada de errado, Lu — a voz dele era calma e suave. O outro negou com a cabeça.

— Eu sabia da sua situação, do seu pai, a pressão externa e tudo mais. Então tentei ficar de boa com isso, em se esconder, mas uma hora não quis mais e acabei... — Luka gaguejou. — Não enfrentei o Gabriel quando pude e só piorou as coisas.

— Só que eu fui egoísta e não pensei no que ia acontecer — pressionou o dedo contra o próprio peito. — Eu deixei você ir.

O moreno passou a mão pelo rosto pensando que iria chorar. Era difícil falar sobre uma coisa tão complicada, especialmente com alguém que amou e em tão pouco tempo se tornou importante. Ele precisava de Adrien e doía quando pensava nele.

Agora os dois estavam ali pedindo desculpas. Tudo o que guardaram transbordava aos poucos. Luka sentiu-se livre e feliz por saber que ele ainda era importante e Adrien corria riscos apenas para ficarem juntos.

— Eu sei que gosta de mim, e eu também sou louco por você, mas se eu te prejudicar um dia nunca vou me perdoar — Luka disse baixo e rouco, segurando a vontade de abraçá-lo. — Por mais que eu goste muito de ti, mesmo passando pouco tempo juntos, eu nunca senti por alguém a vida toda o pouco que foi com você.