Capítulo dois

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Obs: tem tortura no capítulo, coisa pouca.

Mas o capítulo é imenso e para os ansiosos não pegarem spoiler lá embaixo, tem exatamente 16.617 palavras.

Para aqueles que não aguentam, esse capítulo está divido no Spirit, boa leitura em qualquer site.

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27 de outubro de 2007:

Dois dias se passaram e continuo pedindo que tudo que estava vivendo fosse apenas um pesadelo.

Um pesadelo que você não sabe muito bem o que estava acontecendo, mas sente em seu ser que está vivendo em um estado de medo, mas quando você achasse que tudo estava perdido e que não aguentaria mais.

O pesadelo acabaria e você descobriria que tudo que você viveu, era apenas algo criado pela sua cabeça.

Queria essa sensação de alívio e queria ir embora daqui, só queria sair daqui...

Estou cansada de tomar Veritaserum, estou cansada de cuspir baldes de sangue pela superdosagem que estão me dando.

Tentando destruir a barreira que minha mãe fez em meu corpo para impedir que eu falasse coisas perigosas de outros Comensais... Outros Comensais.

Ela nem mesmo pensou em mim, não pensou em como eu ficaria tendo essa barreira, esse feitiço dentro de mim. Ela só pensou neles, só viu eles e sua causa desgraçada.

Será que sou a filha dela? Ou será que ela não me roubou de alguém e me fez ser assim, ter uma vida assim por puro egoísmo? Ela realmente me amou?

E meu pai? Ele viu todas as coisas que o vovô fez, mas nunca disse nada e sempre se calou. Ele realmente me amou como dizia quando eu era criança?

Sei o que é ser amada? Eu sei a sensação de calor que sempre li em livros? Sei o que é ter liberdade?

Não, não sei nada dessas coisas, não fui ensinada a ser livre; fui ensinada a seguir, obedecer e agradecer pelas coisas que aconteceram comigo. Sou uma marionete com cordas bem apertadas.

Escuto meu estômago roncar e apenas fecho os olhos, tentando não pensar na fome que sentia, na sede que me afligia e no frio que me fazia arrepiar.

Afofei a bolsa que estava sendo usada de travesseiro e tentei mais uma vez me beliscar, mas não voltei para alguns dias atrás ou anos.

Continuei aqui, presa em um lugar escuro que me causava uma sensação de sufocamento.

Tinha dois dias que não via a família Malfoy, seja o pai ou o filho. Nenhum deles veio aqui e talvez eles só estivessem tirando sarro de mim.

Não duvidaria disso, afinal, a família Malfoy não tinha uma boa reputação, sempre passavam a perna nos outros.

Acreditei nas suas palavras, pensei que pudesse finalmente ter um pouco de calor, um calor que nunca senti pela minha família. Mas acho que estava apenas me iludindo, sou boa em fazer isso.

Entretanto, sabia que o Draco entregava as poções que deveria tomar, mas quem vinha em seu lugar era um inominável.

O homem entrava no meu pequeno e não aconchegante "quarto" e me fazia engolir a poção. Às vezes me engasgava e outras vezes pensava que ele estava me dando tudo, menos as poções que deveria tomar.

Essa era a minha vida e essa foi a vida que a minha família escolheu para mim.

Contudo, sempre fico pensando no que iria ser, se não fosse de uma família purista, com pensamentos extremistas.

A Garota de Tom Riddle ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora