Era a manhã seguinte.
Carter havia se preparado bem para isso. Tinha café fresco na sua caneca e até tinha comprado rosquinhas com coberturas e bolinhos na confeitaria na esquina, para alguém que sempre costumava pular a primeira refeição isso era um bom sinal. Apesar de estar usando óculos escuro em uma ambiente fechado, algo que fazia por toda manhã, seu humor estava ótimo, Carter geralmente usava-o para esconder quantas vezes revirava os olhos para qualquer palavra dirigida à ele antes do meio-dia, ele não era um pessoa matinal. Mas hoje o dia parecia perfeito, se ele estivesse em um conto de fadas, passarinhos estariam cantarolando em sua volta e em como um musical, a sua voz estaria perfeita no coro.
No quarto, as coisas estavam diferentes para Barbara. Ela tomou algumas notas mentais antes de ser preciso abrir os olhos.
Nota mental um: Eu deveria me preocupar por sentir algo parecido com uma bola de pelo debaixo dos meus pés?
Nota mental dois: Estou morrendo de dor de cabeça.
Nota mental três: Comprar remédio para dor de cabeça, provavelmente o armário do banheiro está vazio.
Nota mental quatro: Eu não me lembro da minha cama ser tão confortável assim.
Kitty, a bola de pelo, a fez abrir os olhos instantaneamente quando passou a sua língua áspera pela sola do seu pé. Primeiro, praguejou ter aberto os olhos tão rapidamente por conta da claridade, e depois, por encontrar um objeto.
Um porta-retrato.
Não é uma foto dela e de Kieran que costumava ter ao lado da sua cama. A moldura não é a mesma. O móvel que o apoia não é o mesmo. Os meus lençóis não são tão macios, a sua cama não a faz querer rolar para o lado e querer dormir mais alguns minutos. Nada disso é dela.
Barbara moveu a sua cabeça dois centímetros para a esquerda, e agora sem o reflexo do sol ela poderia ter uma visão ampla da foto.
Era Bill. Bill Carter, a mãe dele e o cachorro dela de infância, sorrindo há anos atrás.
Um grito estridente e involuntário escapou da sua garganta, flutuando através das paredes do apartamento. Isso fez Carter queimar sua língua, lá na sua cozinha.
Não, não, não.
Barbara repetiu diversas vezes, como se elas fossem palavras mágicas e fariam uma reversão no tempo. Ela beliscou com as unhas a sua pele pálida, mas isso não era um sonho e não a fez voltar para seu quarto desconfortável.
Kitty parecia ter criado um grande afeto pela desconhecida, algo que irritaria um pouco mais para frente o seu dono e o irritou noite passada, quando Kitty o deixou para dormir na cama com Bárbara. A gata se ajeitou confortavelmente no colo da mulher, pedindo por carinho quando roçou a cabeça contra a perna dela. Barbara levou suas mãos até os pelos cinzas e brancos da felina, feliz pela bola de pelo ser uma gata e não um animal peçonhento, e um pouco chateado por seu pelo ser mais hidrato que o seu cabelo.
Barbara enfrentava grandes dúvidas na sua cabeça, enquanto Bill segurava um jornal e fingia uma leitura, ele sabia que Barbara passaria furiosa pelo corredor nos próximos minutos, ou segundos, ele não precisava agir como se estivesse aguardando pelo seu próximo surto a manhã toda.
Quando saiu da cama, ainda queria continuar ali para ter mais algumas horas de sono, porque um: os lençóis e a cama eram macios demais e suas costas adorou ser acolhida desse jeito, e dois: ela não precisaria enfrentar a verdade e descobrir o motivo de estar dentro do covil e na cama de Bill Carter. Mas a outra grande questão era: esse era o covil de Bill Carter, onde ele traz inúmeras garotas e desfaz a dignidade de todas elas nesses mesmos lençóis. Parecia um bom argumento contra todos os outros.
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Meant To Be
RomanceBill Carter e Barbara Hall tiveram o seu destino traçado na maternidade quando suas mães se tornaram melhores amigas depois de dividirem gritos e dores na sala de parto. Uma boa infância como irmãos e talvez melhores amigos na adolescência era o pla...