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B CARTER

Eu sabia que a Barbara era uma tagarela, mas acho que perdi a consciência disso quando a deixei tomar tantos champagnes no voo. Nossa, a mulher não calava a boca por um segundo. Isso porque a gente coexisti a maior parte do tempo que estamos juntos.

Deveria ter comprado uma maldita passagem na classe econômica para ela, ou para mim, tanto faz, eu só deveria ter me sentado longe dessa louca.

Depois de dez minutos, fui obrigado a colocar meus fones de ouvido no máximo volume e depois fingir que havia caído no sono. Mas estava bem acordado, havia tido uma bela noite de sono na noite passada e agora lamento por isso. Eu ainda fiquei ouvindo Barbara cantar uma música baixinho, pedir por mais champagne, quase cair por cima de mim quando passou para ir até o banheiro — mesmo que nossas cadeiras fossem distantes o suficiente uma da outra — e sem contar as gargalhadas do filme que passava na pequena TV.

Um total pesadelo.

Quando o avião finalmente aterrissou, e nós seguimos para fora, a procura das nossas malas, Barbara ficou quieta. Eu queria agradecê-la por isso, mas a outra parte de mim queria perguntar se era por conta do bebê parecido com o seu namorado babaca e ela estava triste com a possibilidade de nunca ter um bebê com ele. Particularmente, achava isso uma coisa positiva. Eles teriam uma criança irritante e feliz. Mas a mãe da criança ficou parada tempo o suficiente na nossa frente para o bom humor da Barbara ir embora.

Quando Barbara endireita o seu corpo, depois de ter pegado a sua mala, que assustadoramente é igual a minha, algo nos faz paralisar.

— Meu Deus! Bill, é você? — a voz aguda e feminina atrás de mim faz todo o meu corpo se arrepiar. Mas de um forma totalmente ruim.

Barbara é a primeira a se virar para trás, assustada com o volume da voz. Ou talvez com a dona dela. A olhando de lado, e posso ver seus olhos levemente arregalados. Eu quero rir por isso, mas a minha insatisfação é um pouco maior.

— Barbara? Você? — tem um leve desgosto na voz de Lisa Janett ao encontrar Barbara ao meu lado e na sua frente.

Ué, elas costumavam ser amigas no colegial.

Eu me viro e vejo Barbara sorrir levemente para Lisa.

— Oh, eu não sabia que você e o Bill... — Lisa gesticula com as mãos entre nós dois. Insinuando que havia algo entre nós.

Ela está com as sobrancelhas levantadas. Se a sua suposição fosse possível, ela claramente não estaria feliz com isso.

Barbara ri.

— Ah, nós n.. — eu a interrompo no momento que passo meu braço por seus ombros. Barbara me encara instantaneamente.

— É. É um pouco recente. — sorrio para Barbara e depois para Lisa, acariciando o ombro rígido em minhas mãos.

Assisti Barbara comprimir os lábios e depois passar o braço por minha cintura. Meu corpo ficou rígido do mesmo jeito que o seu segundos atrás, quando a toquei sem avisos. Mas as suas unhas cravaram na minha pele e eu tive que conter um gemido de dor.

Olhei para Barbara e agora ela sorria mostrando todos os seus dentes.

Uma bela cretina.

Eu achei que você estava namorando, Barb. — Lisa solta com a voz afetada, antes de passar os seus olhos pela parte do nosso corpo que nossas mãos tocavam. Os olhos dela só não queimavam mais que a pele de Barbara na minha. — Foi isso que sua mãe contou há alguns meses atrás no noivado da minha irmã.

Meant To BeOnde histórias criam vida. Descubra agora