Meant To Be

o i t o

                                      B HALL

Ir até a festa de Greta Williams era um possibilidade totalmente nula até Colleen Kendall, nossa querida vovó, citar que a nossa anfitriã namora Travis Mason.

Isso não deveria ser uma surpresa. Pessoas como eles acabam juntas no final. Mas me senti a garota de dezesseis anos no colegial mais uma vez com essa informação. Lá estávamos nós mais uma vez, com a linha invisível na minha cabeça que ligava nós quatro.

Travis e Greta nunca mantiveram um relacionamento na escola. Greta era tão perfeita que caras que ficavam com todas garotas do colégio não faziam o seu tipo, nem mesmo se esse cara fosse Travis Mason. Ela nunca teve olhos para ele, não importa o esforço que ele fazia.

Eu queria ver esse conjunto perfeito em prática, bem debaixo dos meus olhos. A minha parte adolescente pedia por um reencontro com Travis.

Lidaria bem com o fato de que ele teria bebês bonitos e inteligentes com ela. Eu era uma mulher crescida afinal. Eu só... precisava disso.

E, bom, ela estava flertando com Carter bem diante dos meus olhos ontem. E se eles mantinham um relacionamento aberto, eu também poderia flertar um pouco com Travis afinal. Nada muito perigoso que fugisse da linha de inocência. Apenas sorrisos e cumprimentos demorados.

Me forcei a lembrar disso quando entrei no banho e comecei a depilar minhas pernas. E quando comecei a fazer o trabalho em outra parte me forcei a lembrar que Bill Carter não era o único que tinha direito de se divertir sorrindo para outras pessoas enquanto nós supostamente estávamos em um relacionamento.

A noite estava fria, mas estava afim de colocar minhas longas pernas em jogo. Bom, nem tanto, o vento gelado de Portland não iria permitir, por isso optei por meias-calças pretas por debaixo da saia um pouco curta e justa que imitava o couro preto. Um blusa de mangas longas vermelhas agarrava minha pele na parte de cima. Ela moldava perfeitamente meus generosos seios no meu sutiã que os apertavam um pouco. Uma jaqueta de couro e botas de cano baixo completavam o estilo francesa em um outono em Paris. Eu só precisava de um boina, mas escolhi escovar muito bem meus fios de cabelos.

A maquiagem não era algo habitual para mim fora dos palcos quando não necessário. Mas havia saber fazer bem o uso dela. Contornei os meus olhos com delineador e rímel preto e pintei meus lábios de um vermelho mais forte para combinar com a minha blusa. Eu também havia feito um grande esforço em colocar minhas lentes de contato, onde eu só as tirava do fundo da minha bolsa nos dias de apresentação, meu óculos não iria estragar todo o meu trabalho com a maquiagem.

A bagunça que deixei em meu quarto parecia justa para o resultado.

— Achei que estávamos indo para a casa da Greta e não para a semana de moda em Paris.

É a primeira coisa que ele diz depois de largar o vídeo-game de Jordan e me perceber em pé no meio da minha sala. Nossa família já havia pegado o caminho até a fazenda no carro de Marshall, com todas as flores e bebidas para o casamento, só sobramos nós dois aqui, íamos dirigir mais tarde depois da casa da Greta na caminhonete.

Não consigo decifrar muito bem sua reação. Ele está fazendo uma piada, como sempre, mas tem um sorriso nervoso carregado em seus lábios e um careta contorcendo levemente seus traços.

— Esse é seu jeito de me elogiar? Obrigada, Carter. Mas você precisa melhorar, não faço a mínima idéia de como você leva as garotas no seu papo desse jeito.

Um sorriso superior está cintilando em meus lábios ao dizer. Mas ele desmancha conforme os lábios de Carter também sorriem da mesma forma. Como se ele soubesse de um segredo sujo meu. E o odeio por isso.