Meant To Be

o n z e

                                    B CARTER

A primeira mulher com quem transei quando cheguei em Nova Iorque se chamava Andressa. Ainda me lembro como o nome estrangeiro era difícil desenrolar na minha língua e divertido para ela. A garota brasileira havia recém chegado na cidade, assim como eu e, foi uma das pessoas mais divertidas que conheci. Andressa foi a primeira mulher com quem fui pra cama e não visualizei outra que tinha cabelos castanhos e olhos azuis. Bom, isso aconteceu apenas depois, quando o corpo dela estava ofegante ao lado do meu e eu não sentia nenhuma vontade me aconchegar em seu pescoço e sentir seu cheiro para sempre.

Andressa era experiente, ela tinha o quadril solto como o de uma dançarina, a sua boca era bem articulada e o sexo com ela me rendeu um maravilhoso orgasmo, mas ainda não se comparava com o sexo inexperimente que tive anos atrás.

A época e o sexo na faculdade foram um tremendo desastre. Durante todo o primeiro ano a única coisa que conseguia fazer era estudar e lamentar por Barbara. Os anos seguintes não foram muito diferentes, mas conheci uma garota que não se importava que eu lamentasse por Barbara enquanto a comia. Ela não estava nem aí com muita coisa e era apaixonada por um dos caras que andava comigo, ela achava que isso a beneficiária se ele descobrisse. Não aconteceu. Mas ela gemeu bem alto todo o tempo para compensar meus resmungos. Ela era meio autodepreciativa e quase me transformou em um.

Isso não era legal. Eu sei. Eu me arrependo pra caralho. Espero que ela tenha se arrependido também e dado um pouco mais de valor a si mesma.

Estar apaixonado por Barbara na faculdade havia se tornado algo ruim. Na verdade, nunca pareceu algo bom em qualquer momento, sempre senti que estava posicionado em um lugar que me fazia acreditar que meus sentimentos nunca seriam correspondidos. E nunca foram, de fato.

Vê-la nas garotas ou esperar que as garotas fossem ela não era de longe a pior coisa. Temos a porra da nossa família como elo em comum. Mamãe sempre me enviava fotos dela contra a minha própria vontade para me mostrar como Barbara estava se divertindo nas festas da faculdade ou com seus amigos em sua volta. Um monte de caras. Sério. Barbara estava destroçando meu coração e minha própria mãe estava no time dela.

Nos feriados de volta em casa sempre perguntava para minha mãe se Barbara iria também. Uma parte de mim poderia odiá-la, mas como sempre, a qual era desesperadamente apaixonado por ela, gritava como louco. Eu não importaria de ouvir sobre seus namorados no jantar de ação de graças se olhasse para meus olhos azuis favoritos enquanto isso. É, a saudade é uma filha da puta também. E ela continuou. Barbara nunca voltava para casa nos feriados. A mãe dela era a única que viajava até Nova Iorque, pois a garota estava tentando não morrer de fome e se manter na faculdade com seus vários empregos.

A fase ruim da minha paixão desastrosa melhorou quando conheci Colin. Uma puta ironia, pois ele quem me levou de volta à ela, mais uma vez. Conheci o cara quase no último ano da faculdade. Ele estava visitando a família na cidade e acabamos na mesma festa, à qual fui arrastado.

Colin ainda é o mesmo cara de anos atrás, um pouco mais responsável, mas ainda o máximo. Não havia contado a minha história frustada de amor, pois Colin era a porra do bom-humor em formato vivo e ambulante. Ele me encheu de bebida durante a noite, me fez rir como há tempos não fazia e no final da noite me convidou para morar com ele em Nova Iorque. Me pergunto como diabos não me apaixonei por ele e continuei a lamentar por Barbara.

A ideia de me formar na faculdade e continuar a levar a vida de um nerd, passando o resto da vida fazendo pesquisas era algo que nunca me pareceu realmente atraente. Foi por isso que vendi algumas das minhas ideias para empresas internacionais, fiquei milionário antes dos vinte e cinco, acabei aceitando o convite que Colin continuo a fazer depois de semanas e infelizmente — ou felizmente — encontrei meu caminho até a Barbara, mais uma vez.