c i n c o

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                                    B CARTER

— Barbara, não estou com cabeça para você agora. — grito olhando para baixo, para que ela me escute, mas a única coisa que ela faz é olhar para cima para revirar os olhos para mim.

Porque ela é tão teimosa? Continua a subir a escada de madeira, mesmo usando botas com salto e que esteja carregando um prato de torta na sua mão esquerda.

Afinal, porque ela está carregando uma torta?

— Nossa, acho que preciso começar a correr pela manhã ou qualquer outra coisa que faça que minha respiração melhore. — ela suspira no topo da escada, colocando o prato ao meu lado e apoiando as suas mãos no chão de madeira para conseguir se sentar ao meu lado.

— Meu Deus, isso aqui continua enorme e agora tenho vinte e seis, não me lembro a última vez que estive aqui. — Barbara diz com um sorriso contido, como se fosse algum pecado sorrir para a nossa casa da árvore comigo ao seu lado. Ela se senta depois do prato com torta de limão, ao pé da porta, com as pernas penduradas para fora, assim como eu.

Ela está olhando para dentro, olhando para alguns objetos nossos deixados para trás alguns anos antes.

— Eu disse que não estava com cabeça para você, Barbara, é surda por acaso? — ela não se abala com a minha forma rude de tratá-la, como sempre.

Barbara ignora o que digo.

— Eu trouxe a torta para você, coma. — é uma ordem, mas com um tom gentil que nunca experimentei vindo dela. Parece muito com a garota que tocou minha mão lá dentro. Que tocou tão perto da minha virilha.

A olho como se não estivesse a entendendo, e realmente não estou. Os seus dedos tocam o prato de porcelana e o empurra na minha direção. Tem um sorriso brincando nos seus lábios e isso me aterroriza. Não estou acostumado com isso.

Torta de limão é a minha sobremesa favorita, mas também gosto de todas as coisas que a mãe da Barbara prepara, tia Cobie tinha um talento dado por deuses. Minha mãe não é uma boa cozinheira, é apenas uma boa mãe, e por isso todas as noites jantávamos na residências das Hall's, para compensar toda comida congelada que tinha na nossa geladeira e usávamos para o nosso almoço.

— Eu não vou comer isso, você parece feliz, provavelmente tem veneno isso aí. — resmungo, fazendo uma careta para o prato. Porra, porque dei uma olhada? Parece deliciosa.

Ela solta uma gargalhada.

— Para de agir como um criancinha, Billie Mason Carter. — ela me provoca usando o meu nome de batismo. Muito adulto, Barbara. Eu suspiro e reviro os olhos para ela. O seu sorriso muda em poucos segundos para algo maldoso. Gosto desse, é com qual estou acostumado. — Você vai querer estar com torta na boca quando começar a me ouvir falar.

Ah, não...

— Barbara, eu não preciso de você me falando o que preciso fazer na minha cabeça.

Ela levanta uma sobrancelha.

— Não, não precisa. Mas vou fazer mesmo assim.

— Barbara...

— Você não pode falar com a sua mãe daquele jeito! — nossa, como ela é brava. — Você foi um idiota. Ela deixou a vida dela de lado para viver para você, Carter, você não pode dar palpite nas decisões dela. E o pior, ela deixou essa sua cabeça enorme sair por entre as pernas dela para você fazer isso.

— Minha cabeça não é enorme.

Faço uma careta.

— Bom, a testa é.

Meant To BeOnde histórias criam vida. Descubra agora