Chapitre Dix-Sept

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"São os momentos mais simples que marcam nossa vida

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"São os momentos mais simples que marcam nossa vida."

Rihanna.

Com a ligação - forçosamente - desligada, a fotógrafa decidiu se trocar para se preparar para o calor diurno do Rio de Janeiro, com todas as suas incompreensíveis oscilações de tempo

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Com a ligação - forçosamente - desligada, a fotógrafa decidiu se trocar para se preparar para o calor diurno do Rio de Janeiro, com todas as suas incompreensíveis oscilações de tempo. Devido ao amistoso no dia seguinte, aquele não seria um dia de treinos físicos intensos, sendo mais propício para a preparação estratégica e coletiva. Mesmo assim, Mariana tinha sido convocada com uma mensagem quase agressiva a encontrar com os jogadores no centro de treinamento. Não podia negar que tinha um pouco de medo do motivo que levara àquele convite incisivo. Tinha ainda mais medo de que fosse mais alguma gracinha de Thiago por causa do encontro recente. Ainda não tinha abandonado completamente a ideia de dar novas funções à rede do gol. Parecia, ao menos, tentador.

Chegando à Granja Comary, a fotógrafa estranhou o silêncio que a rodeou no caminho até o interior do centro. Geralmente, aquele caminho era composto por apitos estridentes, gritos de comemoração, berros de um técnico tentando controlar e coordenar seu time e algumas graças espaçadas dos próprios jogadores em uma tentativa de descontração. Aquela quietude toda só a deixava ainda mais ressabiada.
Caminhou lentamente, esperando que algum louco pulasse de algum dos corredores e gritasse, matando-a de susto. Aquele cenário de filme de terror estava destruindo suas glândulas adrenais. Era possível que morresse no caminho com a expectativa.

— Não era assim que eu esperava morrer... - murmurou para si mesma.

Por fim, chegou ao fim do túnel, visualizando a luz intensa que incidia sobre o gramado verde recém-aparado. Todo o time estava ali, trajando seus respectivos uniformes. Estavam lado a lado, posicionados em um semicírculo com os braços atrás das costas. Era uma organização de tirar o fôlego, não fosse o fato de que ela estava bem ali no meio, ainda lidando com a própria ansiedade.

— Então é assim que termina? - Mariana perguntou. — Vocês me matam em um local afastado para que meus gritos não possam ser ouvidos e depois vendem os meus órgãos no mercado negro. Se querem saber, meu fígado deve ser podre. Não acho que esse negócio valha a pena.

— Mas que papo de doido é esse? - Casemiro perguntou, enquanto Thiago ria.

— Posso pelo menos ligar para a minha mãe?

Enquanto esperava a resposta, Mariana sentiu duas mãos vendando os seus olhos. O gritinho agudo que ela soltou pelo susto foi motivo de risadas contidas que ela já não sabia mais identificar pela confusão que a ausência de visão lhe proporcionava. Como fotógrafa, tinha se acostumado a depender dos olhos e agora não os tinha à disposição.

— Por que vocês estão fazendo isso comigo? - Perguntou com a voz chorosa.

— Porque era para ser uma surpresa - uma voz conhecida disse em sua orelha, causando um arrepio tão intenso que ela se recusaria a admitir.

As mãos deixaram de tampar a sua visão e, em um movimento rápido, ela já estava de costas, encarando Arthur e Neymar. Júnior tinha um sorriso travesso brincando nos lábios, algo que ela não podia evitar de achar absurdamente fofo.

— Vocês dois são a minha surpresa? Vão ser meus faz-tudo durante o dia? Porque eu poderia usar uma mãozinha para fazer meu serviço enquanto eu durmo.

Arthur entregou o embrulho para Neymar, permitindo que este fosse quem o passaria às mãos da mulher. Era um momento do time, mas, com certeza, os papos que ouviram no hotel mostravam que a decisão de ser ele a entregar o presente era mais do que certa.

— Abre - ele disse, ainda carregando aquele sorriso lindo que lhe tirava totalmente o chão.
Mariana tentava não se derreter toda, mas era praticamente impossível. Ainda mais quando aqueles lábios tão convidativos ficavam tão próximos de sua visão.

— É uma bomba? Uma cobra venenosa?

— Por acaso isso tem formato de bomba? - Arthur perguntou. — Um embrulho retangular, fino. Com certeza, não é uma bomba.

A fotógrafa deu de ombros, sendo obrigada a concordar.

— Mas não me respondeu sobre a cobra.

Antes que qualquer um pudesse se manifestar ou realizar alguma reclamação, ela abriu o pacote, tomando cuidado para não rasgá-lo completamente de uma só vez.
Suas mãos tocaram o pano amarelo e o abriram, evidenciando a camisa tão conhecida que todos eles usavam.

— Ah, gente... - ela começou, mas foi interrompida.

— Olha as costas - Thiago orientou e ela rapidamente seguiu sua instrução.
Lá estavam os caracteres em verde: Mariana 00

Bad Dream ❈ Neymar jrOnde histórias criam vida. Descubra agora