Chapitre Vingt-Quatre

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"Certos abraços confortam até a alma

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"Certos abraços confortam até a alma."

Laura Melo.

N/a: HOJE TEM PSG!!

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N/a: HOJE TEM PSG!!

Mariana não conseguiu fingir costume ao ouvir aquelas palavras e sentir seus olhos se arregalando imediatamente em resposta. Em que tipo de universo alternativo ela tinha acordado para simplesmente receber um convite para ser madrinha de casamento de Aine e Philippe? Será que só ela achava estranho alguém querer celebrar esse momento com uma pessoa que praticamente acabou de conhecer e nem sabia se ainda teria na sua vida dali para frente?

— Eu não acredito que vocês vão fazer isso. Vocês acabaram de se conhecer! - Gabriel reclamou, fazendo com que a fotógrafa quase agradecesse pelo fato de mais alguém ter o mínimo de sensatez.
— Eu é quem deveria ser sua madrinha! É uma escolha tão óbvia.

— Mas você já é meu padrinho, caramba! - Philippe reclamou, entre risos. — Para de ser guloso. Dá oportunidade para os outros.

— Mas e então? Vocês aceitam?

Aine com certeza estava canalizando todo o seu esforço para aquela feição de criança fofa para a qual você não é capaz de dizer não, mesmo que a ideia dela pareça completamente maluca.

— Eu nem vou para o Qatar - Brandt comentou.

— Não é problema - a outra mulher emendou. — Nós te mandamos uma passagem e você vem. Pode avisar para o seu chefe que, como profissional da área esportiva, sua presença nesse casamento é completamente imprescindível.

Júnior segurou a mão da fotógrafa, inclinando a cabeça sobre um dos ombros e erguendo uma das sobrancelhas, checando o que ela achava daquela loucura toda ao mesmo tempo em que quase implorava para que embarcasse nela com ele.
Mariana ponderou por alguns segundos. Lembrava claramente de sua mãe contando como sua melhor amiga de anos tinha sumido no mundo, mas sua madrinha de casamento (escolhida pelo pai), uma completa desconhecida à época, tinha se tornado o que ela apreciava chamar de comadre. Não era como se Aine e Philippe fossem olhar para o álbum de casamento dali a alguns anos e pensar que ela teria destruído a cerimônia, não é? Não sabia se permaneceria por perto da vida deles - afinal, ela e Neymar sequer tinham algo realmente sério -, mas também não era como se fosse se tornar a vilã de suas vidas.

Era uma celebração e a queriam nela.

Talvez fosse hora de deixar a razão um pouco de lado e simplesmente apreciar o fato de que outras pessoas desejavam sua presença em um dos dias mais importantes de suas vidas. Talvez precisasse mesmo pedir silêncio para seu cérebro e se permitir viver algo especial; uma chance que jamais se repetiria.

— Eu adoraria - respondeu com um sorriso. — O Patrick vai ser obrigado a me liberar para esse casamento. Não vou perder esse evento por nada nesse mundo.

Aine bateu palminhas, enquanto abraçava a recente amiga pelo pescoço, agradecendo imensamente por aquilo. Então, explicou que ela e Philippe haviam escolhido alguns casais de padrinhos e tinham pedido para que as madrinhas usassem vestidos azuis.

— Ele queria amarelo, por causa da Seleção e tudo mais, mas metade das pessoas do universo optariam por me estrangular caso eu realmente escolhesse essa cor. Não fica boa em todo mundo, sabe? E, se formos pensar em tons, tem uns bem bonitos, mas algumas pessoas não ficam nada bem em um amarelo quase gema de ovo. Então, eu pensei 'Poxa, vocês também têm um uniforme azul e, além de ser uma cor mais prática, existem tantas opções de tons que ninguém ficaria realmente incomodado com isso'.

Aine estava tão animada falando sobre os preparativos que Mariana não pôde evitar um sorriso. Era contagioso e, agora, até ela estava incrivelmente animada. Já tinha até mesmo começado a repassar em sua mente alguns de seus vestidos antigos para buscar algum tom de azul que a tivesse favorecido.

Neymar interrompeu o papo, pedindo desculpas antes de tirar a fotógrafa para dançar com ele. Brandt estendeu a mão, sendo guiada pelo jogador até um canto mais calmo. A trilha sonora do momento tinha sido alternada para uma música mais suave e romântica, que a mulher logo reconheceu, pelas vozes, como uma canção do grupo Melim. Exatamente o tipo de música que ela dizia não gostar, mas sabia perfeitamente todas as letras e cantava toda vez que uma delas decidia aparecer na rádio que ela ouvia. Era mais forte do que ela, por mais que jamais fosse dar o braço a torcer.
Contudo, quando as mãos de Júnior se encaixaram perfeitamente em sua cintura, ela até se esqueceu de qualquer crítica - verdadeira ou forçada - em relação ao som. Passou os braços em volta do pescoço dele, desfazendo completamente todo o espaço residual que poderia existir entre os dois. Em um movimento quase automático, recostou sua cabeça contra o peito de Neymar, sentindo o calor do corpo dele mais perto do seu, da única forma na qual parecia adequado se existir em um mundo ao seu lado. Deram início a uma dança lenta, como se a vagarosidade daquele movimento fosse capaz de prender aquele instante em uma moldura na qual o tempo não passasse.

Queriam se prender nos braços do outro.

Mariana sorriu contra o peito dele, ciente de que ele não podia vê-la. Todos os livros e filmes clichês pareciam descrever um sentimento assustadoramente semelhante a todo aquele turbilhão enlouquecedor de sensações que parecia querer explodir dentro de seu corpo. Vinha evitando pensar naquilo de forma séria por motivos que ela ainda não compreendia bem. Não queria concluir nada acerca daquela palavrinha de quatro letras, não sabia se por medo de poder afastá-lo ou por receio do que aquilo causaria nela. Quase conseguia ouvir a voz de sua avó dizendo, desde que ela era pequena, para que não deixasse que a insegurança e o medo fossem obstáculos para que ela vivesse as coisas mais lindas que o mundo poderia lhe oferecer. Mas, droga, a coisa mais linda que o mundo tinha a lhe oferecer não podia ser um pouco menos famosa ou menos requisitada pelo mundo? Tinha mesmo que ser alguém que precisava estar do outro lado do mundo no dia seguinte?

"Pare de ser uma velha rabugenta e reclamona e aproveite o momento, merda! Não é como se o mundo vá acabar amanhã", sua mente parecia gritar, na tentativa de que ela a ouvisse. Mariana estava, sinceramente, cansada de si mesma. Precisava relaxar. E era algo bem fácil de se fazer com os lábios de Júnior úmidos contra o seu pescoço.

— Isso é golpe baixo. - Sua voz mal podia ser ouvida, mas ela com certeza escutou a leve risada do homem que a tinha nos braços.

— Assim que eu voltar, pretendo aplicar golpes ainda mais baixos.

Brandt mordeu o lábio inferior em um ato reflexo perante a conotação dupla completamente proposital da fala do rapaz. Agora, tinha uma nova parte de si clamando desesperada por aquele reencontro.

— Desse jeito, você vai me matar antes que isso sequer seja possível.

Neymar apertou a cintura dela com um pouco mais de força, roçando o nariz por toda a sua orelha. Mariana quase engoliu em seco.

— Sobreviva e eu prometo que vai valer a pena a espera.

— Promessa contabilizada. E recíproca.

Bad Dream ❈ Neymar jrOnde histórias criam vida. Descubra agora