CAPÍTULO 1

8.8K 266 28
                                    




— Casar? Mas, Anastasia, nós ainda nem fomos para a cama juntos!

Gary Wagner elevara a voz um pouco mais que o necessário, tomado pelo espanto, e chamou a atenção de outro homem na mesa às costas de Anastasia, que fez um gesto apoiando. Afinal de contas, acabara de ser descrito como bom pai de família em perspectiva e praticamente pedido em casamento.

Anastasia Steele sentiu-se mal, não por chamar a atenção, coi­sa que não percebera, mas pela resposta do companheiro de mesa. Perguntou, amuada:

— O que isso tem a ver com a nossa conversa?

— Minha querida: estamos saindo há quatro meses e nos co­nhecemos há seis! Saímos juntos sempre que possível. Você não acha que, se estivéssemos a fim de nos casar, ao menos teríamos
progredido além de um beijinho de boa noite?

— Bem... — ela quebrou uma torrada entre os dedos. — É que não quis estragar nossa relação, que ia tão bem, misturando sexo nela...

O problema com Anastasia era que simplesmente não conseguia se imaginar na cama com o querido amigo Gary! A relação era tão boa, tão amiga, tão perfeita.

— E como você pretenderia ter filhos sem tocar nesse assunto tão problemático? — indagou ele, tentando manter um ar brin­calhão.

Ela protestou, irritada:

— Claro que as coisas seriam diferentes, quando nos casásse­mos! E você ia querer me levar para a cama, se fôssemos casados, não é, Gary? Ou não se sente atraído por mim?

Gary cerrou os olhos por um instante, diante das palavras diretas da amiga. Quando voltou a abri-los notou que o homem, sen-tado atrás de Anastasia, ouvia tudo descaradamente e parecia estar se divertindo à beça!

Depois de encarar o desconhecido.por umsegundo, voltou os olhos para Anastasia pensando numa resposta. O rostinho dela, embora já tivesse mais de vinte e seis anos parecia muito jovem. O nariz pequeno, boca delicada e enormes olhos castanhos; os cabelos loiro-acinzentados emolduravam o rosto sem maquilagem. Talvez fosse esse jeito juvenil que levara Gary a não insistir em ir além do casual beijinho.

— Você me atrai, Anastasia. E eu teria ido para a cama com você há muito tempo, se tivesse me dado a menor chance! Vamos encarar os fatos, querida: nós não nos amamos o suficiente para... para vivermos casados.

— Mas eu te amo, Gary! Verdade!

— Claro, eu sei. Mas não estamos apaixonados.

— Oh! Isso?...

— Sim, isso — ele repetiu, fazendo uma careta. Cruzou os talheres sobre o prato. — Algumas pessoas acreditam que estar apaixonadas é essencial para o casamento... Entende?

Anastasia colocou os cotovelos em cima da mesa.

— Odeio até a ideia de estar apaixonada!

— Você parece ter tido um bocado de experiência! — comentou Gary, sem poder conter o riso.

— É que as pessoas ficam estupidificadas!

Ele sacudiu a cabeça.

— Quer explicar essa?

— Ora... as pessoas fazem besteiras... esquecem suas prioridades! Decidi, há muito tempo, que quando me casar será por razões práticas. Com alguém que aceite que sou responsável pela minha própria vida, pela minha profissão. Tudo muito sensato, sem os riscos de uma ligação lastreada em emoções!

Um marido para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora