Capítulo 5

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Anastasia havia terminado de desembrulhar os delicados enfeites de mesa em porcelana, quando Christy LovelI, uma de suas fun­cionárias de meio período, chamou-a ao telefone.

Ela não soubera de Christian Grey desde a noite do baile e começava a crer que o vazio em seu estômago era sensação de alívio. Então, por que estava lutando contra o palpitar do coração? Como sou idiota, pensou. E disse à moça:

— Por favor, diga a ele que não estou.

Christy pareceu desanimada.

— Desculpe, Anastasia. Mas eu já disse que você estava. É o dr. Wagner.

Anastasia sentiu-se relaxar, mas tentou esconder de si própria o desaponto.

— Oh, nesse caso eu atendo. Obrigada, Christy.

A empregada sorriu e dirigiu-se ao cliente recém-chegado. A lo­ja estava movimentada naquela tarde. Anastasia levantou o fone do gancho:

— Olá, Gary!

— Oi, como vai? Ocupada?

— Nunca para você, Gary. Que há de novo?

— Pensei que talvez quisesse jantar comigo, hoje. Estou de plan­tão e poderemos ser interrompidos, de novo. Mas acho que vale a pena arriscar...

— Por mim, tudo bem! — sorriu Anastasia. — Onde nos encon­tramos?

— Que tal no Smitty's? Ando sonhando com o hambúrguer de lá!

Anastasia soltou um gemido.

— Que houve, Anastasia? Está doente?

— Não, não! — E, embora pensasse furiosamente, não encon­trou nenhuma desculpa para não ir. Suspirou, resignada. — Tudo bem. Às oito, está bem?

Anastasia pendurou o fone e voltou-se com meio sorriso nos lábios. No instante seguinte o coração pareceu subir garganta acima.

— Que veio fazer aqui?

Inclinado sobre o balcão, Christian Grey sorriu para ela.

— Vim vê-la. Aceita almoçar comigo?

Anastasia olhou o relógio de pulso com uma sobrancelha erguida.

— Passa da uma. Já almocei.

— Ah... Nesse caso, jante comigo.

Ainda bem que ele não ouvira o telefonema. Respondeu:

— Não posso. Já tenho compromisso.

— Amanhã, então?

— Não!

— Anastasia — inconscientemente, ele afastou os cabelos castanhos que lhe caíam sobre a testa —, por quê?

Ela suspirou e enfiou as mãos nos bolsos do avental amarelo-claro que usava na loja.

— Você é um homem de negócios, Christian Grey. De sucesso. É claro que compreende sensações premonitórias... intuição...

— Claro.

— Tenho a sensação de que sair com você só levará ao desastre. Talvez seja bobagem, talvez eu não tenha razão, mas continuo tendo essa intuição.

— Ainda acha que sou o homem que a levará a fazer coisas estúpidas?

Ela engoliu em seco, lembrando-se do primeiro encontro. De fato, aquele homem provocava emoções incontroláveis e ela não queria, não podia admitir isso.

Um marido para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora