Capítulo 10

1.9K 134 10
                                    

— Ainda não acredito que você a tenha despedido! Não tem nehum tipo de compaixão?

Christian Grey encarou a irmã, do outro lado da sala do apartamento, exasperado com os argumentos jogados no mais alto tom de voz, repetidos ao longo dos últimos quinze minutos.

— Melinda, não vou continuar a explicar minhas ações para você. Quando estamos falando a respeito do Amber Rose Hotel sou eu quem toma as decisões e respondo por elas somente diante dos proprietários, ninguém mais. Menos ainda você!

Uma batida na porta chamou-lhes a atenção.

— Anastasia chegou. Não quero mais ouvir uma única palavra sobre isto, entendeu?

— Entendi, Senhor Déspota! Sua palavra aqui é lei!

E Melinda atirou-se numa poltrona, os braços cruzados no peito, amassando o delicado vestido que escolhera para jantar com o irmão e Anastasia; um programa especial para comemorar sua quarta semana em Nashville.

Ainda contrariado, Christian Grey cruzou a sala até a porta. A expressão no rosto de Anastasia denunciava que entreouvira a gritaria. Ele fez uma careta que imitava um sorriso.

— Olá, querida, você está linda!

E estava, mesmo. Os cabelos, em ondas douradas, reunidos num nó meio solto, o corpo esguio num delicioso vestido estampado em tons pastel, os olhos castanhos voltados para ele em compreensão. Christian Grey desejava estar a sós com ela, tomá-la nos braços, levá-la ao quarto e fazer amor com ela até esquecer todos os problemas. Estava se tornando cada vez mais difícil, a cada noite, deixá-la em casa e esperar, pacientemente, pelos raros momentos quando estariam a sós. Ele a desejava o tempo todo, queria-a em sua todas as noites, em seus braços, quando acordasse, todas as manhãs.

— Problemas? — murmurou ela, entreolhando a pose aborre­cida de Melinda na poltrona.

Ele sacudiu os ombros e indagou de volta:

— Não existem sempre?

— Que aconteceu?

Christian Grey balançou a cabeça.

— Prefiro não falar agora.

— Não! Ele prefere não falar agora — enfureceu-se Melinda. — Arruina a vida de uma moça, tira-lhe o único emprego e não quer falar sobre o assunto. Prefere esquecer, apagar o caso da cabeça... Não se incomoda com o que vai acontecer com ela, desde que não interfira com o andamento perfeito do Amber Rose!

— Nada disso, Melinda! — explodiu Christian Grey, bravo por ter sido colocado numa posição em que teria de defender suas ações que, em princípio, não gostava de discutir. — Essa mulher estava rou­bando meus clientes. E não foi a primeira encrenca com ela. Che­gava sempre atrasada, faltava volta e meia, trazia seus problemas para o serviço e jogava seu mau humor em cima dos colegas de trabalho e dos clientes. Eu a avisei, tentei ajudá-la, por compreen­der que tinha problemas, mas não posso conservar uma ladra en­tre o meu pessoal, da mesma forma que Merry e Marsha não poderiam!

— Christian Grey, ela é realmente uma boa pessoa. É apenas aquele crá­pula com quem vive, que bebe todo o dinheiro que ela ganha, fíca de fogo e ainda lhe dá surras...

— Que pena que a vida dela é assim, Melinda. Pena mesmo! Ela precisa de uma assistente social, precisa de um psiquiatra para ajudá-la a sair dessa relação destrutiva. Tentei falar com ela e me mandou pro inferno. Não tive alternativa senão despedi-la. Nem dei queixa na polícia, e bem poderia, você sabe. Ao contrário, fiz o Amber Rose pagar todos os encargos: férias, aviso prévio etc., justamente para ela não ficar desamparada, apesar do que fez.

Um marido para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora