Capítulo quinze

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— BOM DIA! — Pedro grita no meu ouvido assim que entro na sua bela caminhonete em plenas dez horas da manhã

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— BOM DIA! — Pedro grita no meu ouvido assim que entro na sua bela caminhonete em plenas dez horas da manhã. Quem consegue ter animação às dez da manhã? É impossível. Nessa hora eu ainda estou no meu primeiro turno do sono da beleza.

— Não grita! Eu acabei de acordar.

Esfrego o rosto com as duas mãos sentindo o sono me dominar. Prendo meu cabelo curtinho em um rabo de cavalo feio, logo depois bocejo. Com toda certeza eu devo estar a cara da derrota.

— Hoje está um lindo dia, né? Olha esses pássaros voando, e esse céu aberto e azul. — Pedro não para de falar no meu ouvido enquanto dá partida no carro. — Nós dois vamos arrebentar nessa festa junina! Tenho certeza.

— Tenho certeza que não. — Abro um sorriso fraco, e depois bocejo de novo.

— Ah, Maria! Seja otimista. Hoje é o melhor dia de nossas vidas.

Tudo bem, eu até aceito um pouco de otimismo e positivismo, mas o Pedro parece que acabou de sair de um tipo de desenho animado para crianças do Discovery Kids onde tudo é perfeito e os animais falam. O fato é: ANIMAIS NÃO FALAM e todos nós estamos no mundo real. E é claro que no mundo real ninguém é tão otimista assim às dez da manhã.

— Pedro, por favor, não me faça te mandar tomar no... — Ele arregala os seus olhos antes de eu dizer a última palavra. — Orifício anal. — Completo para não parecer tão errado. Pedro parece satisfeito.

— Sério, hoje está um dia muito belo mesmo né? Levei a minha mãezinha para o aeroporto às cinco da manhã e foi ótimo assistir o nascer do sol.

Dou uma risada, ele não entende.

— Você está de brincadeira né?

— Como assim?

— Você está me zoando. Tenho a certeza que está fingindo toda essa felicidade. É impossível uma pessoa acordar às cinco da manhã feliz, ainda mais para se despedir da própria mãe que sempre cuidou de você, te deu carinho e comida... — Começo, mas sinto lágrimas brotarem. Minha mãe foi embora há dois dias e eu já estou morrendo de saudades dela. Eu não consigo ficar muito tempo sem ela.

— Ah! Não fica assim não. — Pedro tenta me acalmar. — Hoje será o melhor dia de nossas vidas.

Minhas lágrimas secam e dão espaço para a irritação. Eu definitivamente odeio o Pedro Carlos versão otimista. Ele consegue acabar até com o meu momento de tristeza.

Ele liga o rádio e começa a cantar a música Happy mais alto do que os meus tímpanos conseguem aguentar. Juro que algum dia eu mato o Pedro Carlos Henrique!

Depois de ouvir a mesma música durante o caminho inteiro nós dois finalmente chegamos no destino. Eu realmente não faço a mínima dá onde estamos, já que passei tanto tempo pensando na irritação que o Pedro estava causando em mim que até esqueci de perguntar para onde estávamos indo.

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