— Ocê sabe que nós podemos perder essa guerra, né? — Pedro arqueia sua sobrancelha enquanto segura o balde preto com força em suas mãos.
— Eu sei. — Suspiro. — Se eu morrer diga para a minha mãe que eu fiz o possível e o impossível para ser a melhor filha.
— E se eu morrer diga o mesmo para a minha mãe.
Suspiramos juntos. Ajeito a minha trança e o meu macacão largo. Pedro Carlos respira fundo e ajeita as suas luvas. Estamos prontos.
— Um, dois, três e JÁ! — Ele grita e logo em seguida nós dois corremos para dentro do pequeno celeiro.
Pedro e Joana dormiram na minha casa, e hoje, eu acordei o Pedro às quatro horas da manhã para nos arrumarmos e em seguida pegarmos juntos os ovos das galinhas: o que é praticamente impossível. Todos os fazendeiros que trabalharam aqui pra minha mãe se demitiram no primeiro dia, e saíram com várias picadas das galinhas. Eu não sabia que galinhas poderiam ser tão cruéis!
Enfim, nós não temos dinheiro o suficiente para comprarmos DEZ caixas de ovos, já que uma caixa com meia dúzia está uma fortuna. Só pode ter ouro lá dentro, não é possível, e é por esse motivo que teremos que encarar as galinhas da fazenda.
Pedro tenta distraí-las enquanto eu ando até o ninho delas lentamente e coloco alguns ovos na minha cesta.
— ATRÁS DE VOCÊ! — Pedro Carlos grita alto. Eu dou um pulo de susto, e depois subo em cima de um pneu de caminhão que começa a rolar rápido enquanto a galinhada grita e corre atrás de mim e dos seus ovos.
Fico desesperada e acabo caindo em cima de um monte de palha velha. As galinhas continuam correndo atrás de mim, mas algumas dão meia volta e correm até o Pedro, que agora está tentando pegar mais ovos no ninho delas.
Em menos de quinze minutos eu e o Pedro já estamos sendo perseguidos.
— CORRE! CORRE! — Grito quando vejo uma galinha prestes a morder a canela do Pedro. Ele acelera.
— DISGRAMA! — Ele grita e sobe em cima do balanço de pneu gigante bem no meio do celeiro. Corro até ele, e o mesmo puxa a minha mão para me ajudar a subir. Agarro o seu peitoral e em seguida o abraço, tentando buscar fôlego e ao mesmo tempo não cair do pneu, já que tem pouco espaço para nós dois.
Fecho os meus olhos durante alguns poucos segundos, e quando os abro vejo o Pedro me encarando com um sorriso de lado no rosto, eu sorrio de volta.
— Eu não consigo respirar, Maria Vitória. — Ele reclama e eu rio, o soltando logo depois.
— Nós ficaremos aqui até que horas? Acredito que essa galinhada não vai sair daqui tão cedo. — Eu sussurro o agarrando de novo quando quase caio do balanço.
— Nós podemos correr! — Sugere.
— Não posso. Uma daquelas galinhas malditas mordeu a minha canela.
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365 dias para se apaixonar
Teen FictionDatas comemorativas são feitas para serem comemoradas, certo? Ou quem sabe, encontrar algum novo, ou velho, amor? Segure firme, e, acompanhe um Carnaval eletrizante, uma doçura de Festa de Junina, um Halloween maluco, e um sonho de Natal, juntamen...