A primeira coisa que eu faço é roubar alguns salgados na mesa, e depois ir andando até o Marcos, que bebe ao lado dos seus outros amigos perto do bar no canto da sala. Eu paro ao seu lado e cutuco o seu ombro. Ele se vira pronto para dizer alguma coisa, mas assim que me vê arqueia levemente a sobrancelha e sorri. Ele está muito bêbado. Eu tenho a certeza disso porque se ele estivesse sóbrio nunca sorria na minha direção. Primeiro ele perguntaria o que eu estou fazendo aqui, e depois como eu cheguei aqui.
— Oi, irmãzinha! Eu estava morrendo de saudades. — Ele passa o seu braço pelo meu ombro. Os seus olhos estão caídos, e ele está cambaleando de um lado para o outro com sua garrafa de cerveja na mão. — Meninos, não se metam com a minha irmã. Eu sei que ela é irresistível, mas ninguém beijará ela hoje, okay? Manos não beijam as irmãs dos manos.
E é nesse exato momento que Pedro Carlos Henrique aparece atrás de nós com um sorriso no rosto. Ele arqueia sua sobrancelha assim que me vê, e logo em seguida passa seu braço pelo meu ombro, como o Marcos fez há poucos segundos. Ele despeja um leve beijo na minha bochecha e eu sinto o meu coração se esquentar.
— O que está fazendo aqui? — Ele me puxa para longe do meu irmão e dos seus amigos.
— Let, minha amiga, me arrastou pra cá. Entramos de penetra. — Dou de ombros. — Mas, por que você e todos os meus irmãos estão molhados? Vi a foto que o Thiago postou.
— Pulamos na piscina. — Ele ri.
— Por acaso você está bêbado, Pedro Carlos Henrique? — Cruzo os braços e faço uma expressão brava. Ele ri.
— Não. Tenho que dirigir, juro para você que não derramei um pingo de cerveja na minha boca. — Ele puxa o meu dedo mindinho e enrosca no seu em um juramento. Eu sorrio.
— Falando em dirigir...você pode nos dar uma carona pra casa? Eu vim de metrô com a minha amiga e...
— Tudo bem. — Ele diz, me interrompendo e sorrindo.
— Obrigada. — Sorrio de volto. — A festa está boa?
— Estava, antes de todo mundo começar a ficar bêbado. — Ele passa a mão pelos seus cabelos molhados. Eu fico caidinha. Droga, Pedro, por que tinha que ser tão bonito e atraente?
Ficamos em silêncio durante alguns segundos, sem saber o que fazer. Me surpreendo quando o Pedro puxa a minha cintura do nada e cola o seu corpo no meu. O meu corpo todinho fica arrepiado. Além de incrível, o desgraçado tem pegada. Ótimo. Só dificultou ainda mais a minha vida.
— Você quer dançar comigo? — Ele sussurra no meu ouvido com sua voz rouca que faz cócegas perto da minha orelha. Eu sorrio.
Faço um "sim" com a cabeça. Eu vejo um sorriso largo se formar pouco à pouco em seu rosto. Oh, Pedro, um mineiro assim me mata do coração.
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365 dias para se apaixonar
Teen FictionDatas comemorativas são feitas para serem comemoradas, certo? Ou quem sabe, encontrar algum novo, ou velho, amor? Segure firme, e, acompanhe um Carnaval eletrizante, uma doçura de Festa de Junina, um Halloween maluco, e um sonho de Natal, juntamen...