Em uma cidade pequena, no litoral do Rio de Janeiro, havia uma senhora que ficava nas ruas ouvindo histórias de amor. Cada dia passava de cinco a quarenta pessoas. Eram histórias com e sem um final feliz.
Ouvi quatro histórias verídicas de pessoas que contaram para mim. A primeira, é de uma menina, aproximadamente uns sete anos.
“Estudava em uma escola pública. Havia um menino muito bonito na minha sala. Nós éramos amigos. Nossas mães haviam estudados juntas, e era melhor, pois brincávamos fora de nossas casas.
Um dia ele começou a faltar bastante das aulas, e não vinha mais em casa com sua mãe. Minha mãe percebeu que estava diferente, e ligou para ela, e a mãe dele falou que havia mudado de estado, por conta do trabalho, nunca mais vi ele. Minha primeira paixão havia ido embora.”
A segunda história, é de uma mulher-menina, não se passava de dezoito anos. Ela contou-me sua terrível história de amor, bom, pelo menos parecia…
“Quando tinha uns quinze anos, namorava um menino da minha escola. Ele era bonito, cabelos preto e olhos castanhos. Todas as meninas dariam tudo para ficar com ele, e os meninos, por outro lado pagava pau para ele.
Namoramos por um ano e meio, até uma noite que não havia ninguém em casa, e acabamos transando. Passaram-se quatro semanas, e havia atrasado para mim. Não sentia muita fome, ficava com enjôo e anciã. Estava grávida.
Contei do acontecido para meus pais, e conversamos com ele e os pais dele. Ele não quis assumir, acabou mudando de cidade, e me deixou sozinha com “nosso” filho.”
Caiu uma lágrima dos meus olhos, e fico preparada para a terceira história. Dessa vez, a de um homem.
“Namorei várias meninas, até conhecer a minha esposa. Ela era linda, cabelos compridos, olhos verdes. Tínhamos um casal de filhos, quase da mesma idade.
Nós nos dávamos bem, até que descobrimos uma doença em minha esposa. Ela foi diagnosticada com câncer, mas o que matou foi um aneurisma cerebral, ou seja, um avc. Fiquei viúvo, cuidando dos meus filhos. Até hoje, sinto uma enorme saudade dela.”
Finalmente, a quarta história, novamente contará por um homem. Dessa vez um idoso, tinha aproximadamente a mesma idade da anciã que ouvia sua história.
“Conheci ela quando éramos jovens. Estudei o ensino médio com ela. Era linda, cabelos claros, olhos castanhos e profundos, quando ela sorria era com a alma, tinha um grande coração, principalmente se fosse para ajudar alguém. Ela era minha melhor amiga, nós nunca ficamos, mas toda vez que me deitava, pensava nela e no nosso futuro juntos.
Estar perto dela, era a oitava maravilha do mundo. Seu jeito fofo e amoroso. Amava tudo nela, até seus defeitos. O melhor abraço era o dela. Fico até arrepiado quando penso e falo nela.”
-Nossa- falei para ele surpresa. Ela deve ser uma mulher de sorte. Faz quanto tempo que você gosta dela?
- Cinquenta anos. Respondi, caindo uma lágrima do meu olho. Queria que ela soubesse disso, mas acabei de lhe contar o que devia já ter dito.
Fiquei surpresa. Ele era meu melhor amigo, amava ele, mas nunca tive coragem de lhe falar tudo o que sentia.
Nós nos abraçamos, e ficamos juntos ouvindo histórias de amor, e para todos contávamos e dávamos conselhos. E o mais falado era “não importa o quanto passe, se os dois se amam ficam juntos, pois o amor quebra todas as barreiras existentes. Todos nós temos uma história, tantos de amor como a normal. E você? Qual a sua história?”