Muitas pessoas já haviam falado pra mim como era o amor. Para algumas, a cor dos olhos eram azuis, outros verdes. Alguns amores tinham cabelos compridos e outros, mais curtos.
Alguns tinham vícios, gostavam de café, e sempre ouviam músicas ao se levantar. Felizmente, nunca havia conhecido o amor. Só sabia do sentimento gostoso e ruim ao mesmo tempo. O frio na barriga, as borboletas no estômago, as ancias de todas as manhãs, o choro por desespero de madrugada e intensa saudade no meio da tarde com várias coisas para fazer e se distrair.
Infelizmente, sabia que o amor uma hora ou outra chegaria, e no fundo de minha alma, eu saberia reconhecer.
Era ele, veio em uma manhã chuvosa, um clima nublado, chegou em minha vida. No fundo, eu sabia que era. Vestia um casaco cinza, sabia tudo que eu não sei, e desejava por alguém. Tinha todas as respostas que eu não achava saída, e perguntas que nunca imaginei que poderia existir.
E ele cresceu, parecia um trampolim. O amor mudou. E de repente o amor sumiu. Como os dentes de um bebê, a memória de um idoso. E com isso, acabou se perdendo de mim, por partes que um dia achei que precisaria. Todos viam a corda para o enforcamento, todos viam o alçapão para eu me esconder, todos, menos eu quem mais precisava.
Depois de anos, reencontrei o amor de novo. Não era mais o mesmo. Havia olhos mais castanhos escuros, e costas mais largas. Não ligava mais para todas as perguntas, e nem se questionava com as simples respostas. Mas como sempre, o amor não é perfeito, nunca foi. Ele não é o que você está esperando. Ele pode estar em qualquer lugar, até mais perto do que imagina.