Capítulo Trinta e Cinco - "Não é sua culpa!".

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Abriu a porta aos beijos. Não sabia, mas sempre que estava com ele, se desfocava do que precisava fazer. Era como se ele fosse sua fuga da realidade, sua válvula de escape.

Mas precisavam conversar, não poderiam mais enrolar.

Puxou-o até o sofá. Aquele sofá, com toda certeza, era seu escritório. Sempre conversavam ali, era como uma puta piada, mas poderia se acostumar com aquilo.

- Adrien... – Respirou fundo. A tensão voltou, mas não era de ficar quieta. Precisava dizer aquilo. – Eu... acho que devemos fazer o DNA do Hugo... Não que eu desconfie que você seja o pai dele! Não é isso! Mas é que confirmado talvez ajude na adoção.

Ele ficou quieto por instantes.

- Eu também pensei nisso. – Ele murmurou. Ela arregalou os olhos instantaneamente, por mais que aquilo a deixasse levemente feliz e despreocupada. – Mas não sabia como te dizer, e você saiu voando pela porta.

- Eu precisava relaxar. – Fez um biquinho fofo. – Foi... algo que me pegou de surpresa.

- Também me pegou de surpresa. – Ele suspirou. – Eu já imaginei que porra, eu poderia ter engravidado alguém em algum momento, mas sempre imaginei que quem quer que fosse, viria atrás para que eu assumisse a criança, afinal, meu pai é um designer renomado, e que tem mais dinheiro do que uma pessoa normal consegue imaginar. – Ele deu de ombros. – Mas... Um filho perdido? Juro nunca ter imaginado.

Marinette riu.

- Achei que nunca fosse descobrir quem é o pai de Hugo. – Ela murmurou, se encostando no sofá. Por instantes, pareceu alheia ao redor. – Se quer a verdade, nunca me lembrei direito daquela noite. É... como um branco, sabe? Só lembro até certo ponto, mas de resto? Não me lembro da traição do Thomas, nem de chorar. Só me lembro de acordar no outro dia com uma dor horrível de cabeça. Até conversar com Thomas, eu achava que ele era o pai. – Desviou o olhar. – Mas quando descobri que não, fiquei arrasada. Não por medo de ser mãe solteira, por mais que isso pesasse. Meu maior sentimento era ter sido tão irresponsável, sabe? Eu havia transado com qualquer um, além disso, poderia ter sido com um sequestrador, ou um psicopata louco! E se eu fosse... assassinada?

Dessa vez, foi o loiro quem riu.

- Bem, era uma probabilidade, mas felizmente não aconteceu, né? – Ele sorriu, puxando o rosto dela. – Não sei se é um bom momento para se dizer isso, ou se é uma frase adequada, mas fico feliz de ter sido eu quem te engravidou. Você e Hugo são maravilhosos. – Acariciou a bochecha dela com o polegar. – Mas por outro lado, sinto raiva de mim. Se, sei lá, eu tivesse te acordado e pegado teu numero ou algo do tipo... você não teria passado o que passou, ou boa parte do que passou. Mesmo que eu não te conhecesse tanto, eu nunca daria as costas para um filho meu. Uma parte da culpa é minha, e eu queria que você me desculpasse por isso...

- Pare de ser idiota, não é culpa sua! – Ela aproximou o rosto do dele, sentindo sua respiração próxima de seus lábios. – Ouça-me com atenção, nada, absolutamente NADA do que aconteceu foi culpa sua. Claro, a não ser a parte de "fazer" o Hugo. Você não imaginava que eu havia engravidado, muito menos sabia quem eu era. Não tinha nada que você pudesse fazer, assim como eu não sabia nem sobre você. Era impossível que nos encontrássemos.

- Isso não muda o fato que se eu tivesse ficado, te acordado ou sei lá, pelo menos anotado seu número, as coisas poderiam ter sido diferentes! – Ele suspirou. – Você poderia não ter passado por parte do que você passou, e eu iria te ajudar a criar o Hugo, sei lá, até mesmo te ajudaria a fugir se você quisesse.

Ela arqueou a sobrancelha, antes de rir.

- Seria uma cena muito engraçada, eu com meus oito meses de gravidez fugindo com você. – Continuou a rir.

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