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Capítulo Trinta e Três - Verdades a serem ditas (e ouvidas).

Marinette a olhou, e pensou em fechar a porta, mas ela a impediu.

- Marinette, me ouve. – Kagami disse, e ela revirou os olhos.

- Ouvir o que? Por acaso veio aqui falar mais sobre a minha vida? Porque Adrien já sabe de tudo. – Murmurou, cruzando os braços. Kagami suspirou.

- Não... exatamente. Eu só queria falar algo com você, é importante. – Ela mordeu o lábio inferior. – Posso entrar?

- Se for um pedido de desculpas, já está desculpada. Não precisava se dar o trabalho de vir aqui pra isso. – A japonesa revirou os olhos.

- Porra, Marinette! Você acha que eu ia sair de onde eu estava para vir aqui te pedir desculpas?! Você me conhece a anos, sabe que se estou aqui, é porque é algo importante, e não um pedido bobo de desculpas! – Ela cruzou os braços. – Mas se não quiser ouvir, eu vou...

- Entra, antes que eu me arrependa. – Marinette disse, afastando a porta com um suspiro pesado. Kagami entrou.

Assim que fechou a porta, foram juntas até a sala. Se sentaram, e Marinette esperou que a japonesa começasse a falar.

- Você se lembra da ultima festa em que fomos juntas? – Kagami foi a primeira a se pronunciar.

- Só me lembro do básico. – Marinette deu de ombros. – Por que?

- Porque eu tenho algo pra te contar, então vamos começar daí. – Kagami pareceu nervosa. É o seguinte, Marinette...

"Eu não fui totalmente sincera com você sobre o dia da festa, quando conversamos sobre isso, e eu me arrependo, mas... eu não conseguiria te dizer antes, além do mais, tudo estava confuso e... você sabe como eu sou, a japonesa egoísta de sempre.

Se lembra que nos encontramos na festa? Pois eu me lembro. Você estava linda como sempre, mas aquele cara ao seu lado te estragava. Thomas já parecia ter bebido, e te segurava como uma posse, enquanto riam e pareciam se divertir. De longe, eu observava vocês, e assim como vocês, eu estava acompanhada.

E eu até mesmo sentia inveja de vocês, ao mesmo tempo que eu queria te dar uns belos tapas. Thomas era um canalha, e você sabia disso, mas ficava quieta porque o amava demais para ver e terminar, e por mais ridículo que ele fosse, ele parecia retribuir uma parte dos seus sentimentos. Vocês se beijavam, trocavam caricias e sorrisos. Dançavam, enfim, pareciam um belo casal, enquanto eu estava no canto, ao lado de Adrien.

Era um dos primeiros fins de semana que ele passava comigo ali, na minha cidade e não eu em Paris. Ele não conhecia ninguém, somente eu, mas eu estava cansada demais daquele relacionamento para enturma-lo. Não me leve a mal, eu realmente amei Adrien por parte do relacionamento, mas depois? O relacionamento se desgastou, eu cansei, e não conseguia mais levar adiante, porém, não queria terminar.

Adrien, naquela época, era muito apegado as pessoas. Se ele amava, ele ficava ao seu lado vinte e quatro horas, se você quisesse. Era o tipo de garoto que te dava flores, caixas de bombons e te mimava ao extremo. Dormia de conchinha no frio, assistia filme agarradinho no sofá. Ele era tudo que uma garota poderia querer, além de ser lindo.

Por outro lado, ele ainda tinha o trauma de ter sido abandonado pela mãe. Qualquer coisa o abalava, ele era fodidamente sentimental, e eu até entendia. Seus amigos me odiavam, por não me acharem algo "bom" para ele, principalmente Chloe que sempre teve uma paixão secreta por ele. Achavam que eu o abandonaria, e ele voltaria a ficar deprimido, e até mesmo poderia cair em um quadro de depressão.