Canela

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Uma brisa quente adentrava a janela, juntamente com um cheiro doce de canela e alguns raios de sol.
O som incessante do canto dos pássaros o despertou, fazendo com que se sentasse relutantemente na cama. Seu casaco jogado no chão, sapatos dispersos pelo quarto e um forte cheiro de uísque sobre o lençol; havia passado os limites na noite passada.
Bagunçando seus cabelos lentamente, o moreno sente fortes pontadas na cabeça, fazendo com que apertasse seus olhos de dor e soltasse um grunhido leve e rouco.
Levantando da sua cama, ele começa a recolher seus pertences jogados; pendura seu casaco, joga as roupas da noite passada no cesto de roupas sujas e arruma a bagunça que fez no quarto, guardando alguns livros de volta na prateleira, arrumando a escrivaninha e sua cama. Olhando ao redor, o mesmo sente falta de algo; seu celular. Ele começa a andar pela casa procurando seu aparelho, não se lembrando aonde o jogou quando chegou em seu apartamento. Depois de revirar a casa inteira, ele o encontra jogado próximo a pia do banheiro junto a algumas toalhas molhadas. Ao se abaixar para pegar, sente uma enorme pressão na cabeça, fechando seus olhos rapidamente em uma tentativa de recobrar os sentidos. Quando sentiu que estava bem, levantou lentamente, apoiando sua mão sobre a pia.
Enquanto caminhava até seu quarto, foi lendo as mensagens da noite anterior; alguns colegas de trabalho ligaram, mensagens perdidas e inúmeras notificações de aplicativos avulsos.
Suspirando, o moreno deixa seu celular sobre sua cômoda e vai se trocar; vestindo uma camisa social branca com um colete preto, juntamente com seu pingente verde-esmeralda, calça social bege e sapatos de bico fino pretos.
Enquanto o mesmo passava uma fragrância com aroma de jasmins, andou novamente em direção ao seu celular.

*4 Novas Mensagens de: Desconhecido*

-| Desconhecido? -Dazai franziu as sobrancelhas. Não tinha o costume de receber mensagens por engano.-

O moreno olhava para a tela do celular e abria o aplicativo em que se encontrava as mensagens enquanto vestia seu casaco em um tom ocre.
Ao retomar sua atenção ao celular, lê as mensagens:

°• Você irá se arrepender por tudo que fez•°
°•Você me tirou tudo!•°
°•E agora... Irei tirar tudo de você! Você tem 3 dias para me encontrar, ou ele pagará•°

Após ler essas mensagens, suas mãos começaram a suar, sentindo tudo ao seu redor girar... e tinha plena certeza que não era ressaca. A última mensagem era uma foto de uma pessoa; um rapaz de estatura média, cabelos alaranjados como brasa ardente, e roupas escuras.

-| C-chuuya

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-| C-chuuya... -Seus olhos arregalaram ao abrir a imagem- Como isso foi acontecer? Por que tão de repente? Será que foi enquanto estive bêbado?

Tudo que o moreno poderia pensar era em quem teria feito algo desse nível...
O mesmo coloca seu celular no bolso as pressas e corre em direção a Agência de Detetives Armados. Ninguém de lá sabia que ele havia trabalhado na Máfia do Porto, ainda mais que se envolvera com os integrantes de lá, sua investigação deveria ser o mais sigilosa possível.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Ao chegar na porta da Agência, o moreno respirou fundo; ele precisava ser o mais natural possível.
Ao segurar a maçaneta, "vestiu" seu melhor sorriso e empurrou a mesma.

-| Bom dia a tod... -Antes mesmo que ele pudesse acabar sua saudação, foi recebido com uma voadora nas costas-

-| Por que chegou atrasado pela 20° vez Dazai?! -Um rapaz de cabelos amarelos segura o moreno pelo colarinho, olhando fixamente para seus olhos-

-| Tive uns pequenos imprevistos, agora me solte Kunikida! -Dazai empurra Kunikida para que saia de cima de si-

O loiro estremeceu, nunca havia visto seu colega agir de forma tão ríspida. O moreno nota a atitude que teve.

-| Está tão desesperado por minha atenção que não vê a hora de me ver, Kunikida-kun?~ -Dazai apoia seu braço no ombro de Kunikida, lançando um sorriso-

-| Seu maldito! -Kunikida se afasta, arrumando seus óculos-

-| Bom dia, Dazai-san! -Um garoto de cabelos brancos e olhos marcantes vai até o moreno, o cumprimentando gentilmente-

-|Bom dia, Atsushi-kun. Então, o que temos hoje?

Dazai anda até sua mesa, evitando demonstrar qualquer agitação que poderia ser considerado "fora do normal", se apoiando na mesa e inclinando seu corpo para frente, observava a tela do computador.

-| Houve um relato de sequestro em um bar próximo. -Atsushi se senta em uma cadeira próxima, observando o monitor-

-|Se...questro? -Dazai sente uma pontada em seu peito, só poderia ser o caso do Chuuya- Estou a caminho.

O moreno se dirige rapidamente para a porta e sai do local, enquanto o loiro e o grisalho o observam partir. Dazai olha para seu celular e vê a hora; 9:46
Agora, todo o tempo é essencial.

Waiting for MeOnde histórias criam vida. Descubra agora