Osamu Dazai, detetive da Agência de Detetives Armados recebe uma mensagem que o deixa em desespero; seu ex-colega da Máfia, Chuuya Nakahara foi sequestrado, e Dazai tem 72 horas para resolver esse mistério, ou seu parceiro morrerá.
Quem seria capaz...
-| Sim, nós nos conhecemos e saímos juntos de vez enquando.
Dazai se aproxima de Atsushi, encarando o mesmo com uma frieza nunca vista antes pelo grisalho.
-| Escute atentamente Atsushi. Não irei entrar em detalhes sobre nosso passado, o que me interessa é o presente. Sim, eu sai com Chuuya para beber um pouco, mas acabamos nos exaltando e eu não me lembro de nada da noite passada. Ameaçaram ele de morte caso eu não resolva o caso em 72 horas. Eu... Preciso de sua ajuda.
Logo, o olhar frio do moreno se tornou em um olhar de preocupação. Dava para sentir o quanto Chuuya significava para ele. Atsushi ficou em silêncio por um tempo, algo passava em sua mente... Mas o que...
-| C-claro... Te ajudarei como puder. Manterei nossa investigação sigilosa. - A voz do grisalho soava confiante, mas de certa forma... trêmula.-
Enquanto Dazai escutava as palavras de Atsushi, sentiu uma enorme dor de cabeça e uma sensação de repulsa. Não havia comido nada depois de acordar da ressaca. O mesmo se levanta, pedindo licença para o grisalho e se direcionando para o banheiro. Chegando lá, o estado era péssimo; o local tinha um cheiro de fritura misturado com bebida alcoólica, o chão estava úmido e as paredes vandalizadas. Se apoiando em uma pia, o moreno lava seu rosto, tentando despistar a sensação de enjôo. Ao direcionar seu foco para a sua imagem no espelho, ele se vê como era quando estava na máfia. Seu cabelo estava maior, suas ataduras no rosto voltaram e seu olhar voltou a ser frio.
-|Ainda não acredito que deixou sua vida na Máfia para conviver com essa gente. -Seu reflexo olha fixamente para o moreno-
-| Eu sei que fiz a melhor escolha, me sentiria mal se o último pedido de Odasaku fosse em vão.
-| Você sabe que isso irá acontecer com Chuuya também, não é?
-| É claro que não... -Dazai volta seu olhar novamente para a pia, sentindo o enjôo voltar- Eu não deixarei isso acontecer.
-| E como irá impedir? -O reflexo sorri- Irá dar sua vida em troca?
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Dazai encara seu reflexo fixamente, até que o mesmo se torne em uma imagem totalmente diferente. O reflexo se tornou um homem de cabelos vermelhos, casaco marrom e com cigarro na boca, depois de analisar a imagem melhor, se notou uma enorme mancha de sangue em suas roupas. O moreno congela quando sua ficha cai.
-| O-odasaku... -O moreno tentou tocar o reflexo, mas logo se conteve ao observar melhor o amigo. Ele estava com olhos sem vida, uma cor pálida e uma expressão sombria- O que houve com ele?!
-| Você fez isso com ele, e logo mais, seu amiguinho ficará assim também. - O reflexo aparece atrás da visão do Odasaku, acariciando levemente os cabelos do ruivo.-
-| Eu não fiz nada para o Odasaku! Muito menos farei algo para Chuuya!
-| Será mesmo que não fez nada? -O reflexo encara Dazai friamente- Você não foi atrás do seu amigo para tentar o impedir, você simplesmente deu um "gritinho" para chamar atenção, e aposto que cometerá o mesmo erro à Chuuya!
-| NÃO DEIXAREI CHUUYA MORRER!
Assim que Dazai grita com seu reflexo, ele direciona um soco ao espelho, quebrando o mesmo. Inúmeros fragmentos de vidro se espalharam pelo chão, inclusive pela sua mão, ardendo e sangrando em um fluxo exagerado. Segurando seu punho com a outra mão, Dazai saiu do banheiro, direcionando um olhar para Atsushi mostrando que era melhor ambos seguirem caminho. O grisalho entendeu o recado e se direcionou para o caixa, pagando as compras e levando-as consigo para fora.
-| O que houve com sua mão Dazai?! -Atsushi caminha rapidamente para seguir o ritmo do moreno-
-| Nada que seja realmente importante, precisamos dar continuidade a investigação do desaparecimento. -Dazai tira uma parte de uma de suas ataduras do braço, enquanto removia os cacos do punho, amarrando ao redor tentando estancar o sangramento-
-| Claro... Só precisamos chegar na agência. -Atsushi para em um ponto do táxi e chama um para os dois-
️️-| Não! Não podemos ir na agência! Temos que manter sigilo, lembra?
Enquanto os dois conversavam, o táxi chegou silenciosamente, Dazai abre a porta e Atsushi entra, seguido pelo moreno.
-| Aonde desejam ir? -O motorista direciona um olhar para os dois-
-| Ao centro de Yokonoha, por favor. -O moreno se arruma no seu acento e observa a janela, não dizendo mais nada-
Durante todo o trajeto mais nada foi mencionado do assunto; não se sabe se esse motorista estava seguindo os dois. Logo que eles chegaram no centro, Atsushi pagou o motorista e o mesmo foi embora. Quando se virou novamente, Dazai estava entrando em um prédio simples, se direcionando ao elevador.
-| Você mora aqui? -Atsushi anda calmamente para dentro do prédio-
-| Sim, sinta-se a vontade.
Entrando no edifício seu interior era bem simples, pode-se dizer que até precário. Algumas paredes estavam com sua pintura desgastada, os quadros que decoravam o corredor já estavam com suas imagens amareladas de tão antigo, a pequena planta que ficava próxima ao elevador estava quase implorando por um pouco de água. Dazai chama um elevador, que não demora para chegar ao térreo. Quando a porta se abre uma senhora sai com sem pequeno poodle, ao ver Dazai ela o cumprimenta silenciosamente e lança um olhar curioso para Atsushi seguindo por um sorriso gentil.
-| Boa tarde senhora! -Atsushi sorri e faz uma pequena reverência para a senhora, que responde ao cumprimento da mesma forma.-
-| Vamos, Atsushi. -Dazai estava segurando a porta do elevador, esperando Atsushi entrar para apertar o botão do 2° andar-
Ao entrar a porta de fecha. Atsushi se vê no espelho e busca arrumar seu cabelo, envergonhado por estar com os fios todos bagunçados. Dazai apenas olha seu reflexo, estava cansado e com uma cara de preocupação... mas jurou que o viu sorrir de volta.
