corações quebrados e mães preconceituosas

1.4K 211 147
                                    

O clima na mesa parecia ter desandado completamente.
Donghyuck foi esperto em contar sobre seu namoro primeiramente a Hongjoo, criando assim, seu álibi durante aquele processo.

Mark havia ido em sua casa, como pediu. Quando chegaram, sua mãe e irmã conversavam sobre algo relacionado a moda, estavam claramente empolgadas.

- Oi, garotas. - apareceu na porta da cozinha, tendo a atenção das duas Lee para si.

- Hyuck! - sua irmã saltou da cadeira, indo em sua direção e o abraçando. - Eu senti sua falta, neném.

A garota não era tão mais velha do que si, mas sempre insistiu em tratá-lo como uma criança, apesar de reclamar, Donghyuck sempre gostou daquele carinho.

- Eu também senti sua falta, noona.

Enquanto os dois mantinham o abraço, Mark fora ao encontro de Hyemi, cumprimentando educadamente a mais velha.

Após matarem um pouco de sua saudade, decidiram que seria melhor já preparar a refeição, já que todos presentes sentiam uma sensação de fome dar sinal de vida.
Os donos da casa estavam na cozinha, enquanto Hongjoo acompanhou o único que não fazia parte da família - ainda - até a sala.

Sentados de frente um para o outro no grande sofá, iniciaram uma conversa.

- Há quanto tempo vocês estão juntos? - a garota perguntou, causando choque no moreno.

- Você já sabe? - assistiu-a concordar com a cabeça - Bem, fazem alguns dias já. Mas não é nada oficial, queremos ir aos poucos.

- Bem, não parece. Mas eu sinto que você está dando o tempo que meu irmão precisa para se entender melhor.

- Você acha que está funcionando? - indagou, preocupado.

- Creio que sim. Se ele não gostasse de você, não teria toda essa coragem de contar para a Sra. Lee. Ela pode ser bem intolerante em certos aspectos, espero que ele esteja ciente disso.

Mark sabia disso, havia escondido de Donghyuck no dia que fora interrogado se estava bem. Ele não estava, sua mãe já o havia alertado sobre a sua "sogra" ser meio explosiva, e que não aparentava respeitar totalmente os LGBTQI+, ou minorias em geral.

- Você acha que ela pode reagir mal? - Hongjoo era esperta, não queria preocupar o canadense e o levar a ficar mais nervoso do que já se encontrava no momento.

- Não sei, eu não conheço muito bem esse lado dela, mas ela é simpática, não se preocupe. - assentiu, ouvindo aquelas palavras e, desejou com todas as suas forças que a morena estivesse certa sobre isso.

Tiveram sua conversa interrompida por um Donghyuck que gritava, chamando ambos para terem sua refeição. Mark sabia que seria naquele momento, fazendo com que a quantidade de suor em sua mão apenas aumentasse.

Todos colocaram seus pratos e estavam sentados agora. O mais velho ficou abobalhado quando alguém fizera seu prato para si. Sabia que era algo consideravelmente bobo, mas significava demais para ele.

- A comida está realmente boa, Sra. Lee.

- Agradeça ao Hyuck, ele quem fez a maioria. - respondeu, fingindo irritação e arrancando risadas de quem estava presente ali.

- Mãe, eu gostaria de te contar algo. Sobre alguém.

- Pode contar, mas por que o suspense? Ai, meu deus! Você finalmente arrumou uma namorada?

- Pode-se dizer que sim.

- Eu não acredito! - juntou suas mãos e sorriu - Vocês sabiam sobre isso? - perguntou para Mark e Hongjoo.

- Não sabia não. - a Lee mais nova respondeu, bebericando sua bebida e tentando controlar o riso nervoso que insistia em pairar em seus lábios.

Mark apenas abaixou sua cabeça, estava com medo.

- Mãe. - chamou, com sua voz firme - Eu e o Mark estamos namorando. - disse, de uma vez, esperando por uma resposta.

O sorriso que antes iluminava o rosto de sua progenitora, agora ia sumindo conforme ela processava a informação recebida.
Seu filho, namorando um homem? Não poderia acontecer, ela não queria acreditar que fora traída por sua família, novamente.

- Por que?

- 'Por que' o que, mãe?

- Por que você me traiu? Você é pior que o seu pai. Ele ao menos me trouxe certa liberdade quando me abandonou, mas você... Você me dá nojo. Isso poderia acontecer com qualquer um, menos com você. - levantou da cadeira, tomando a atenção de todos - Eu vou para o meu quarto. Você vem comigo. - apontou para Donghyuck que apenas a obedeceu, sumindo do campo de visão dos que ainda permaneciam imóveis em seus lugares.

- Eu não pensei que fosse ser assim. - comentou, a mais velha.

- Eu também não... - mordeu seu lábio inferior, estava apreensivo - O que acha que ela fará?

- Eu não sei. - fez uma careta, tão frustrada quanto ao garoto de cabelos castanhos escuros e coração acelerado.

- Mãe, o que você quer dizer com isso? - não era de chorar, e não iria ceder em um momento como aqueles. Mesmo que estivesse sensível durantes os últimos dias, sua mãe jamais poderia o ver chorando.

- Que eu não quero que você namore ele. Você acha isso certo? Donghyuck, nós viemos para cá, para a Terra, com uma missão. Você precisa ter sua própria família e filhos.

- E se eu não quiser ter filhos? E se eu quiser simplesmente viver minha vida em paz com quem eu realmente amo?

- Então você não será mais meu filho. Você pode trair a mim, mas não a Deus. Olha, - suspirou - eu não tenho nada contra esse tipo de gente, mas isso não é vida digna para ninguém, meu filho. Muito menos para você.

- Eu acho que você tem razão. - aos poucos, deixava com que as ideias de sua mãe tomassem conta de seus pensamentos, que já estavam deveras confusos. - Eu não posso deixar de ser seu filho, eu te amo muito.

- Você está fazendo a escolha certa, meu filho. Mark irá encontrar uma garota para ele.

Mark.
Havia se esquecido do real motivo de se encontrar naquele quarto com sua mãe. Como ia deixar de pensar e sentir coisas sobre o canadense? Ele estava começando a confiar nele verdadeiramente, não iria ser fácil e ele não queria isso, de forma alguma. Porém, sabia que sua mãe dependia totalmente dele. Depois que seu pai se mudou, os dois passaram a depender um do outro. Sempre teve certa cautela em qualquer atitude sua, queria ser o motivo de alegria de sua mãe, queria ser aquele de quem ela se orgulharia. Apenas queria recompensar a mais velha, após tudo que ela fora obrigada a passar ao lado de seu pai.

Ele só não entendia que, para isso, não precisava deixar de amar alguém, ou deixar de se amar, a partir do momento em que decidiu fingir ser quem não era. Mas faria isso por aquela que tanto amava. Esperava que Mark pudesse o perdoar, algum dia. Esperava que pudesse perdoar a si mesmo, algum dia.

Finalizaram a conversa e voltaram para a cozinha, onde sua irmã, juntamente ao seu cunhado, que acabara de chegar, tentavam acalmar Mark.

- Precisamos conversar.

Se retirou rapidamente dali, percebendo que estava sendo seguido. Entrou em seu quarto e esperou que o segundo corpo estivesse ali também, para que pudesse trancar sua porta.
Beijou os lábios que tanto o viciaram, como se fosse uma última vez.

- Nós não podemos continuar, Mark. - agora, já sentia a umidade tomar conta de seus olhos - Eu não posso fazer isso com ela. - sentiu seu corpo ser afastado, e agora era encarado com total indignação.

- Você tá terminando? Está realmente terminando algo que estava prestes a começar?

- Sim... - sua voz saiu tão falhada, que imaginou que ninguém seria capaz de entender, mas Mark entendeu. Perfeitamente.

- Tudo bem. Eu vou estar aqui, caso você mude de ideia. Mas sabe, você deveria se importar menos com que os outros pensam sobre um relacionamento que é seu. - saiu do quarto, deixando um Donghyuck totalmente quebrado e desamparado para trás, mas não era como se estivesse muito diferente.

tô triste, a fanfic já tá terminando :((

my singer → markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora