a chamada

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Narrativa de Nicole.

-Shiiiih!!! ela disse tão baixo que mal ouvi, também pudera, eu estava desnorteada com a situação em que me encontrava, de tão encostada nela quase podia sentir o frio da parede que a atravessava, uma das minhas pernas no meio das dela, o meu quadril sentia o pulsar do ventre dela, as minhas mãos incontroláveis apertavam a sua cintura, os seus peitos roça-vam os meus em cada fôlego ofegante que saía da sua boca batendo nos meus lábios que tremiam de vontade dos dela, os meus olhos perdiam uma batalha que travavam entre olhar para os olhos dela ou para o seu corpo denunciando o meu desejo.

Sinto o meu interior arrebatar quando ela com um dedo eleva o meu olhar para o dela, os meus olhos brilhavam, não havia conseguido controlar o outro ser que habita em mim, revelando-o.
Estremeci de receio que ela saí-se dali a correr com medo de mim, mas ela não foi, só ficou ali...me olhando, tentando perceber.

Ni: É precisamente por essa razão que você não pode ou sequer deve se apaixonar por mim. eu disse convicta das minhas palavras.

W: Eu.......eu não vou. ela disse mentindo, segurando o choro que ameaçava.

A muito custo separei o meu corpo do dela e perguntei:
-Já podemos ir?

Ela engoliu em seco se recompôs e respondeu:
-Sim, acho que sim, só não vai falar nada ou fazer barulho para que nos vejam novamente, ok?

Aceno com a cabeça que sim e fomos andando a pé até a mansão.

O silêncio era brutal, eu não poderia deixá-la em casa assim.
-Quando vamos acabar de escrever a música? pergunto quebrando o silêncio e desviando as assombrações dos minutos anteriores.

W: Por mim é quando você quiser, quer ir lá no estúdio e terminamos? ela responde não parecendo nada incomodada com o que se havia passado.

Ni: Pode sim, vamos lá então. respondo e nos encaminhamos para o estúdio.
-Eu fico no violão e você no piano me acompanha tocando e cantando, pode ser? pergunto recebendo um olhar fulminante.

W: Aahaa não, a música é sua, você que canta.

Ni: Você gostou da música? pergunto e ela responde que sim com a cabeça.
-Então porquê estragar ela, eu não canto muito bem não.

W: Vai cantar sim, você começa, canta o que escreveu e logo eu sigo. Vai pode começar.

Re-viro os olhos e começo.
-Eu avisei se não gostar não vem reclamar. ela sorri me acompanhado no piano eu logo acabo minha parte e ela começa e Meu Deus, me apaixono mais um pouco, a sua voz entra no meu ser sacudindo tudo, forçando as minhas mãos a pararem de tocar o violão só para aprecia-la, ela de olhos fechados sentindo cada nota que tocava e saboreando cada palavra que dizia.

Quando ela terminou eu estava boba, nem no concerto dela que assisti, a voz dela me pareceu tão perfeita, tão carinhosa tão apaixonante.

W: Então até aqui tá bom, vamos acrescentar mais qualquer coisa eu começo. ela diz e retoma a tocar e eu não tenho qualquer reacção só fico ali embasbacada.

You can say I'm wrong
You can turn your back against me
But I'm here to stay
Like the sea
Should keep kissing the shoreline
No matter how many times he pushes her away.
(Você pode dizer que eu estou errada,
Você pode virar as costas contra mim,
Mas eu estou aqui para ficar,
Como o mar,
Deve continuar beijando a costa,
Não importa quantas vezes ele a afaste).

Agora eu havia percebido, não importava quantas vezes eu ia fugir dela, ela ia acabar voltando sempre para mim.
Felizmente o meu telefone toca e eu nem precisei de inventar uma desculpa, atendo e assim que desligo volto para ela.

Ni: Desculpe, mas houve um imprevisto e vou ter que ir, a letra esta maravilhosa, você pode continuar, amanhã vemos como ficou, ok? me despeço com um beijo no topo da cabeça dela e saio.

Foi meu pai quem me ligou, a minha irmã Danielle Haught, está de férias escolares e quer vir matar saudades.
Danielle é muito mais nova que eu,
(Explico mais à frente o porque) ela é a minha caçulazinha e eu não nego nada pra ela, excepto doces (quando são demais).
Parti ainda nessa madrugada para Portugal, chegando a Lisboa e pedindo um táxi até ao meu apartamento que havia abandonado há 5 anos atrás, abro a porta já com o pensamento de que deve estar tudo em grandes montinhos de pó, mas não, têm é uma cabeleirinha ruiva pendurada pelo sofá abaixo, almofadas no chão, no sofá, em cima da mesa de café, cobertores enrolados aos pés de um pequeno ser ali dormindo com uma das pernas do pijama a chegar ao joelho tipo tom swayer e a blusa do pijama a deixar aparecer o seu umbigo, covinha essa onde eu enfio o dedo e começo a fazer cóceguinhas.

A pequena ruivinha começa a despertar abrindo um dos olhinhos pequeninos e me vê, imediatamente lança os braços no meu pescoço e enche a minha cara de beijos, começa a parar os beijos, desaperta o meu pescoço e com as pequenas mãozinhas dela segura o meu rosto:
Danielle: Que saudades eu tinha de você!!!!!!

Ni: Eu tô aqui, agora não faz barulho que ainda é cedo e eles estão dormindo. digo sorrindo não cabendo em mim de felicidade, a ruivinha chaga-se no sofá, me deito junto a ela que joga metade do seu corpinho em cima do meu e me abraça adormecendo.

Passava das 11 horas da manhã quando o cheiro a panquecas e café nos acorda, todas descabeladas, sentamos coordenadas no sofá, uma mão coçando a nuca e cara embrulhada:

-Bom dia!!!!! dissemos em uníssono, com tantos anos de diferença de idade mas parecendo  gêmeas. ( o que há uma razão para tal explicada mais tarde)

-Bom dia!!!!! responderam os nossos pais.

-Fez boa viagem? meu pai pergunta chegando até mim me abraçando forte, como eu precisava disso.

Ni: Sim,....como sabia que eu viria logo? pergunto ainda não desgrudando dele.

-Esquece que eu e você somos iguais é, o que você vê com seus olhos eu sinto com o meu coração, lembra?

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