- Bri? Está me ouvindo? Brian! - O chamei pela milésima vez e ele pareceu retornar de um universo distante.
- O-O que disse? - Perguntou voltando a me encarar.
- Como assim você não escutou? Eu estava te perguntando sobre o livro que está lendo.
- A-Ah, é...O Universo em uma casca de noz, o segundo de Stephen Hawking.
- É uma boa escolha, mas não parecia ler.
- Como? - Indagou.
- Está de cabeça para baixo - Apontei e ele demorou um tempo para entender.
- Nossa, eu nem tinha reparado, por isso estava tudo tão confuso e...
- Andou dormindo? Parece cansado - Fui direto, ele não me olhou nos olhos e passei a estranhar suas atitudes, na verdade já faz um tempo.
- Sim, claro que sim, só estou preocupado, você sabe, com as últimas avaliações e tudo mais.
- Quer que eu finja que acredito em você até quando?
- Eu não sei do que está falando.
- É claro que sabe.
- Rog podemos falar disso outra hora? Tenho aula, te encontro na hora do almoço - Disse me dando um selinho e saindo em disparada.
- Tchau pra você também - Falei sozinho, encarando o nada, eu precisava descobrir o porquê dele estar tão estranho, desisti do livro que eu estava tentando ler e também deixei a biblioteca.
Decidi ir consultar meu conselheiro não tão bom em conselhos algumas vezes mas bom ouvinte, Freddie, andei em direção ao seu lugar secreto, que eu tinha plena certeza que ele estava fazendo uso dele nesse horário, avistei duas silhuetas e comprovei que eu estava certo, me aproximei vendo ele aos beijos com o seu novo namorado John, ao qual eu achei realmente adorável e legal, era a pessoa que o Freddie merecia.
- Desculpa interromper a pegação de vocês mas Freddie é uma emergência, aliás oi John - Comprimetei após ele parar de engolir o meu amigo.
- Oi Roger - Disse amigável.
- Pode me emprestar ele rapidinho? - Pedi fazendo-o rir, contudo Freddie não estava tão feliz com a intromissão.
- É bom que seja importante - Avisou praticamente me arrastando.
Indiquei a cafeteria e fomos para lá, nos sentamos e fizemos um pedido simples, o moreno me encarou com os braços cruzados.
- Então, o que era tão importante ao ponto de não poder esperar eu terminar de aproveitar os lábios macios do Deacky.
- Estou um pouco perdido, não sei o que fazer.
- E cadê a novidade? - Debochou.
- Pode me levar a sério só dessa vez?
- Está bem, o que foi amado? - Questionou.
- É o Brian, ele não está bem.
- O que aconteceu com ele? - Perguntou também demonstrando preocupação.
- Esse é o real problema, eu não sei, já tem uns dias que ele anda esquisito.
- Tentou perguntar a ele?
- Claro que não, nem me passou pela cabeça - Ironizei.
- Querido, se ele não quer te falar vai ver é algo pessoal, em relacionamentos a gente precisa dá um espaço às vezes, não podemos exigir uma biografia.
- A questão é, não temos um relacionamento, eu quero investir mas toda vez que penso em tentar eu tenho medo de assustá-lo, mas não é disso que eu quero falar, o que importa é, ele claramente não está bem, só essa semana ele tem sumido constantemente, não sai da biblioteca e quando sai é para estudar no dormitório, eu nem estou vendo ele comer, sabe o quanto isso é grave? - Exclamei - Estou preocupado de verdade - Desabafei.
- Acho que sei o que está acontecendo aqui, a famosa síndrome do aluno perfeccionista.
- Sim Brian é um cara inteligente, até demais, onde está o problema nisso?
- Você não entendeu, lembra da Sara? Segundo ano do ensino médio, baixinha, cabelos ruivos...
- Sim eu lembro dela - Proferi entediado - O que tem haver?
- Tudo, ela era daquelas alunas que chorava se o professor desse 9, sempre se lastimava depois das apresentações porque achava que não tinha apresentado direito e nunca atrasou um dever mesmo com a cara toda amassada, ela claramente estava sobre pressão e ainda zoavam ela, tadinha.
- Está dizendo que o Brian é um cara neurótico?
- Não necessariamente, mas talvez esteja se tornando, não é o foco mas convenhamos ele é tímido e eu de verdade acho que ele gosta de você, mas se você está esperando um pedido de namoro dele ou qualquer coisa relacionada, eu não contaria com isso.
- Eu passo uma impressão tão ruim assim?
- Isso não é sobre você, ele não se acha bom o suficiente.
- Como pode ter certeza de que ele pensa assim? O conhece há algumas semanas.
- Amado qualquer um enxerga isso em alguém como ele, me admira você esperto como é não ter percebido.
- Eu só achei que ele era uma pessoa reservada, que gostava de estudar, não tinha como ver mal nisso.
- Acho que o lance dos excessos rola em alguma fase da vida, chega para todos, e pode ter chegado ou já estar com ele há um tempo, tipo você com seus cigarros, ele exagera nos estudos, vai de cada um.
- E o que sugere que eu faça? Mande ele parar de estudar? - Questionei.
- Só esteja lá para ele, vocês fazem bem um pro outro, não sei pra que enrolar tanto pra assumir o que tá na cara.
- Eu já falei como me sinto, não sei o que dizer além disso pra fazer ele acreditar.
- Vai na frente do quarto dele com uma caixinha de som cantando uma música romântica - Zombou.
- Credo Freddie, que brega, você por acaso fez isso com o John?
- Jamais querido, isso não é um filme.
- Ainda bem, porque eu não ia conseguir te levar a sério nunca mais.
- Você já não leva.
- Idiota - Ele sorriu daquele jeito único dele - Obrigado por isso.
- Não precisa agradecer, mamãe Mercury está aqui pra qualquer coisa, agora posso voltar para o meu amor?
- Vai - Proferir sorrindo, e ele me deu um beijo na bochecha e saiu correndo - Não usem minha cama! - Gritei apenas para o fazer passar vergonha, e ele gesticulou um palavrão em minha direção, sorri e voltei para o meu café, digerindo tudo que eu acabei de ouvir, e cheguei a uma conclusão, eu precisava conversar seriamente com o Brian.
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science and ci̾garettes
RomanceBrian May era um típico estudante de astrologia, muito focado e determinado, mas sua vida acaba virando de cabeça para baixo quando ele conhece o dono dos olhos azuis mais bonitos da sua universidade.