Capítulo 01

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Depois de três horas de viagem e duas paradas para ir ao banheiro, o motorista do onibus finalmente anunciou que havíamos chegado ao destino. Peguei minha mochila e a mala que continham as poucas coisas que me restaram depois de gastar tudo o que tinha na passagem de onibus e desci. Olhei ao meu redor e pude localizar tia Antonella com seus cachos rebeldes batendo no ombro a cada pulinho que ela dava, enquanto abanava as mãos tentando chamar minha atenção.

Dei um pequeno sorriso e fui em sua direção. Ao me aproximar ela abriu os braços para me receber, me apertando o máximo que podia.

— Karol! Que saudade! — Ela me afastou um pouco, mas permaneceu com as mãos em meus ombros enquanto me olhava de perto — Olha como você cresceu! A ultima vez que lhe vi você era uma garotinha acho que tinha uns...

— 13 anos, foi a ultima vez que a senhora visitou eu e a mamãe — Esbocei um leve sorriso.

Tia Anto percebeu minha emoção ao falar sobre minha mãe e voltou a me abraçar, dessa vez como forma de conforto pelo o que eu passei.

Não era fácil para mim perder a unica figura familiar que eu tinha e sair de Phoenix para ir morar na pequena e interiorana Green Valley com seus pouco mais de vinte mil habitantes. E antes que me perguntem, não, tia Antonella não era minha tia de verdade. Ela era amiga de infancia da minha mãe e minha madrinha. Quando ficou doente, minha mãe deixou registrado que até que eu completasse meus 18 anos, a minha tutela seria dessa simpática senhora. Não que fosse algo ruim, afinal, mesmo não tendo o mesmo sangue, ela sempre me tratou como sobrinha de verdade. E "ai" de quem dissesse que eu não era.

— Desculpe não ter conseguido viajar para ir ao enterro... Imagino como deve ter sido difícil fazer tudo sozinha.

— Tudo bem — Esbocei um sorriso fraco — A senhora Smith me ajudou em tudo.

— Fico mais tranquila em saber disso — Retribuiu o sorriso — Vem, vamos conhecer seu novo lar minha menina!

Tia Anto segurou minha mão me levando até sua velha picape estacionada a poucos metros da gente. Só então percebi um rapaz alto e forte escorado na porta. Aparentava ter a minha idade, os cabelos castanhos e cacheados assim como os da minha tia estavam charmosamente bagunçados. A camisa azul desbotada e aberta por cima do que parecia ser uma regata branca, (o que era estranho pelo fato de estarmos já entrando no inverno) assim como o jeans surrado e os coturnos sujos de lama, denunciavam o trabalho no campo que ele recentemente deveria ter feito.

— Rugge, ajude ela com a mala! — Ordenou minha tia — Karol, você se lembra do meu filho, Ruggero? Vocês aprontavam muito juntos quando criança!

— Acho que não tia, eu devia ser muito pequena — Respondi.

— Ah mas eu me lembro muito das artes que vocês faziam — Falou ela gargalhando — Eram dois terroristas!

Ruggero veio até mim em silencio, e sem me cumprimentar pegou minha mala e a acomodou na parte de trás da caminhonete. Em seguida abriu a porta e deu espaço para que eu entrasse, se acomodando ao meu lado.

Tia Antonella entrou pelo outro lado sentando-se em frente a direção, dando partida rumo à minha nova vida.

***

Não demorou muito para que logo estivessemos passando pelos portões da propriedade. Uma pequena fazenda, com uma casa à poucos metros da entrada, um galinheiro à esquerda e nos fundos o qual eu ainda não havia visualizado possivelmente teria um estábulo, pelo ao fato de ter alguns cavalos pastando em frente à casa.

Assim que o carro foi estacionado, Ruggero já saltou dele pegando minha mala e levando consigo para dentro. Desci logo depois e fiquei olhando aquele garoto se afastar. Com toda a certeza não tinha herdado a simpatia da mãe.

— Não liga pra ele querida — Falou ela como se tivesse lido meus pensamentos — Ele é assim mesmo! É fechado como o pai dele, mas é um ótimo rapaz!

— Eu entendo... deve ser difícil pra ele de uma hora pra outra ter alguém que não conhece dentro de casa.

— Ele acostuma!

Ela abriu um sorriso e caminhou até o interior da casa e eu a acompanhei. Não era muito grande e nem tinha muito luxo, mas era mais que confortável para que uma família morasse alí. E para mim era o suficiente, já que nunca tivemos muita coisa também. Mamãe sempre nos proporcionou o necessário para que nunca me faltasse nada e sempre me ensinou que o mais importante era termos amor, respeito e alegria dentro do nosso lar e eu tinha certeza de que isso eu sempre teria de sobra alí.

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Surpresaaa!

Nova fic pra vcs!

Espero que gostem dessa nova aventura do nosso casal.

Ela vai ser atualizada por enquanto apenas uma vez por semana, mas quando eu terminar de passar After Rain  pra cá, vou aumentar o ritmo!

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Beijinhos 😘

A Seu Lado - RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora