O cheiro de café fresco invadiu minhas narinas me despertando. Abri o olhos e o sol brilhava através das frestas da janela. Me levantei do aconchego da cama e a abri. No céu já não haviam mais vestígios da tempestade que havia rasgado o céu com sua fúria durante a noite. Ao contrário do resto da vista, que estava devastada com os estragos causados pela chuva.
O mesmo acontecia com meu coração, que por um breve momento havia se esquecido de tudo o que passou. A dor voltou e com ela as lágrimas voltaram a marejar meus olhos.
O que Ruggero estava pensando? Porque me jurar amor se em verdade seu coração pertencia a outra. Fui apenas um passatempo para ele? Será que ele ainda estava com ela esse tempo todo? Isso explicaria o porque de ela sentir tanta raiva por mim, afinal, eu tinha a permissão de estar com ele, ao contrário dela. E se pior que isso, e se ele estava me mantendo apenas para disfarçar o romance deles para os pais? Meu Deus... Como eu fui idiota!
Uma batida na porta me despertou dos meus devaneios. Limpei o rosto tentando inultimente eliminar os vestigios de lágrimas. Elissa entrou logo em seguida segurando uma bandeja com café, leite, suco, bolo, torradas e frutas.
— Bom dia Karol, como está se sentindo essa manhã?
— Bom dia, eu acho que ainda vou precisar de um tempo para assimilar tudo. Mas vai passar... — suspirei profundamente. A vontade de chorar insistia em voltar, mas dessa vez ela não iria me vencer. — Obrigada por isso, você está sendo muito gentil comigo, mesmo sem me conhecer me acolheu e cuidou de mim.
Sentei-me na cama e ela apoiou a bandeja em cima da mesma, puxando logo em seguida uma cadeira e sentando-se a meu lado.
— Você não precisa agradecer. Aqui você será sempre muito bem-vinda — O sorriso acolhedor dela só me confirmou o quanto aquela mulher era maravilhosa — Karol, sem querer me meter, gostaria de lhe falar uma coisa — Ela procurou meu olhar esperando uma aprovação para continuar e eu assenti — Eu realmente não consigo entender o que aconteceu e não posso imaginar o que está sentindo agora — Elissa puxou a cadeira sentando-se mais próxima a mim — Mas eu conheço aquele menino desde que ele usava fraldas, ele é um garoto bom. Tentem conversar, se entender. Vocês fazem um casal tão bonito, uma pena terminarem assim.
— Eu não sei... agora eu realmente não sei o que pensar. Apesar de estarmos juntos a pouco tempo, eu me apaixonei por ele e confiava nele como há muito já não confiava em outras pessoas. Ele poderia ter sido honesto e me contado a verdade mas preferiu mentir, esconder, manipular...
Meu coração acelerou só de relembrar e a voz começava a falhar. Respirei fundo e tentei me acalmar. Elissa colocou minhas mãos entre as suas e acarinhou me ajudando. Nessa hora lembrei da minha mãe e de como ela fazia falta, principalmente nesse momento onde o que eu mais queria era me aninhar em seus braços para curar minhas feridas da mesma forma que fazia quando era criança.— Está tudo bem, não precisamos mais falar sobre isso. Só quero que reflita sobre isso quando achar que é a hora. Você é livre para fazer o quiser, inclusive dar umas "bordoadas" na cabeça daquele avoado se achar necessário.
Elissa levantou me deu um beijo na testa e saiu. Com muito custo tomei meu café e comi uma fatia de bolo, que por sinal estava uma delícia. Quando me senti melhor me despedi da minha mais nova amiga e lhe agradeci por tudo. Não haviam palavras que pudessem descrever o sentimento de gratidão que estava sentindo por ela. Elissa foi meu anjo no momento em que mais precisei.
☆☆☆
O estrago causado pelo temporal havia sido maior do que imaginei. Muitas árvores caídas pela estrada dificultaram o caminho de volta para casa. Fazendeiros e seus funcionários trabalhavam para colocar tudo em ordem novamente, mas ainda assim parei por muitas vezes aguardando a retirada dos troncos para continuar.
Em uma dessas paradas observei o vestido vermelho repousado sobre o banco do carona, todo sujo de lama e ainda molhado. Queria ter tido a oportunidade de ter usado ele em uma ocasião melhor, onde o final não tivesse sido "trágico".
Quando passei pelo portão principal percebi Ruggero sentado na varanda. Escorado no corrimão da pequena escada, parecia cochilar.
O barulho da caminhonete se aproximando o fez levar um susto e levantar. Quando percebeu quem era, correu na minha direção com um olhar que eu não era capaz de identificar se estava assustado ou preocupado. Queria acreditar que era a segunda opção.Mal havia aberto a porta do carro e ele veio para cima de mim tentando abraçar. O empurrei me afastando de qualquer tipo de falso afeto que ele quisesse demonstrar.
— Karol, Por favor conversa comigo, eu preciso explicar pra você, contar a verdade...
Sem conseguir ao menos encara-lo, bati a porta do carro com força e subi a varanda. Antes que eu pudesse entrar ele me segurou pelo pulso me fazendo virar de volta para ele.— Me solta Ruggero, eu não quero conversar sobre isso agora, preciso de tempo e espaço.
— E eu preciso que você me escute, tem coisas que eu preciso te contar e tem que ser antes de entrar.
— E por que? Eu já entendi tudo o que foi falado ontem, não preciso ouvir nada que saia da sua boca agora!
Ruggero tentou falar algo novamente, mas foi interrompido pelo barulho da porta sendo aberta.
Tia Antonella, atraída por nossas vozes saiu para ver o que estava acontecendo. Mas isso não era uma novidade. O que me surpreendeu foi que apareceu logo atrás dela. Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo.
— Só pode ser brincadeira!
●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●
E eu volteeei!
Maaaas calma... essa é apenas um presente, uma prévia do que está por vir.
Se talvez não tiver ficado muito bom eu peço perdão. Esses capítulos estão sendo reescritos depois de quase 3 anos, então deem um desconto pq to enferrujada haha
Ó, comentem muito, votem aqui, apoiem essa escritora que precisa muito de vcs viu?
Bjinhos no coração, e aguardem que vem bomba por aí 🤭🤐
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Seu Lado - Ruggarol
FanficApós perder a mãe, Karol se vê obrigada a mudar sua vida e ir morar com a madrinha na pequena cidade de Green Valley no interior do Arizona. O que ela não imaginava é que o destino lhe preparava um reencontro com alguém que ela nem lembrava conhecer...