Sentada do lado de fora da diretoria eu podia ouvir os gritos do diretor Turner. Ruggero e Mason estavam lá dentro havia muito tempo.
Minha perna balançava em um ritmo próprio e minhas mão tremiam sem parar. A cena dos dois se engalfinhando no meio do refeitório se repetia na minha cabeça em um looping infinito.
Talvez se o zelador não tivesse ajudado Agus a separá-los as coisas poderiam ter sido bem piores.
Quando a porta se abriu, um senhor Turner visivelmente irritado apareceu.
— Senhorita Sevilla —Chamou, indicando que eu entrasse.
Coloquei a mochila no ombro e o segui para dentro da sala.
Três cadeiras estavam posicionadas em frente a mesa do diretor. A cadeira vazia no meio foi rapidamente ocupada pelo meu namorado que trocou de lugar para que eu não precisasse me sentar ao lado do Mason.
— Existe algum motivo para ter trocado de lugar sem a minha permissão senhor Pasquarelli?
— Sabe muito bem que sim! Mas se precisa da Karol para confirmar, pergunte a ela.
Me encolhi no meu assento e encarei o rosto vermelho do diretor. Com toda a certeza ele estava com raiva.
— Senhorita Sevilla, pode nos contar o que aconteceu no refeitório?
— Bem… Eu tinha acabado de me sentar ao lado do Ruggero e dos meus amigos para almoçar — Respirei fundo tentando me acalmar. Minhas mãos tremiam mais que antes e meu olhos já começavam a acumular lágrimas — Então o Mason começou a falar coisas ofensiva para nós…
— O que o senhor Walsh disse exatamente? — Perguntou o diretor.
— Acho que foi algo como: "Que delícia…" E depois continuou com: "imagina como deve ser bom ter uma vadia dessa toda noite na sua cama" e depois disse que também daria um jeito de inventar um namoro se tivesse uma gostosa dessas debaixo do mesmo teto que ele. — Praticamente cuspi as palavras, enojada comigo mesma por ter de repeti-las. Algo tão ofensivo não deveria ser pronunciado por ninguém. Muito mesmo direcionado à uma mulher.
— Isso é mentira! — Mason gritou.
— Ainda não lhe dei a palavra garoto! — O diretor o repreendeu — E então o senhor Pasquarelli levantou e começou a espanca-lo? — Perguntou se voltando para mim novamente.
Hesitei antes de responder.
Ruggero alcançou minha mão por baixo da mesa me incentivando a continuar.
— Sim, ele escutou o que o Mason falou e tentou me defender…
— Em algum momento Mason citou o seu nome senhorita Sevilla?
— O que? Não, mas…
— Se ele não disse seu nome como sabia que era pra você?
— Tá de brincadeira! — Ruggero se levantou em um salto e apoiou as mãos na mesa que separava a gente do diretor — Você está defendendo ele?
— Senhor Pasquarelli sente-se!
— É porque o pai dele tem dinheiro e vive bancando os eventos de merda dessa escola?
— Pela ultima vez, sente-se!
O tom de voz alterado do diretor me assustou. Segurei o braço de Ruggero e tentei puxa-lo para sentar-se.
— Amor, senta por favor.
Não sei se foi pelo meu jeito nervoso de falar ou pela forma carinhosa como lhe chamei, mas Ruggero assntiu e sentou novamente ao meu lado.
— Se ele não citou nenhum nome, o único errado nessa história é você Pasquarelli!
— O QUE? — Eu e Ruggero gritamos juntos.
— Esse babaca ofende uma aluna e o errado sou eu por defende-la?
— Não existem provas de que ele tenha falado isso para a Karol, mas existem dezenas de testemunhas da sua agressão contra ele.
Me encolhi mais na minha cadeira já sem conseguir evitar o choro.
— E nós temos testemulhas também! — Ruggero partiu em nossa defesa — Tenho certeza que todos na nossa mesa escutaram o que ele falou, além das pessoas nas mesas à nossa volta!
— As câmeras de segurança também gravaram o episódio Ruggero! Você iniciou a briga!
Cim essa declaração, a discussão alterada entre Rugge e o diretor parecia ter encerrado e com toda a certeza agravado a situação.
— Walsh pode ir até a enfermaria ver esses machucados e depois vai pra sala!
Mason levantou com um olhar vitorioso e um sorrisinho no canto dos lábios. Ele sabia que tinha vencido mais uma batalha.
— Espera! — Ruggero gritou antes que ele alcançasse a porta. — Se houvesse um jeito de provar que ele falou aquilo pra Karol, você suspenderia ele e me livraria do castigo?
— Do que está falando Ruggero? — Senhor Turner perguntou sem entender.
— Eu faço um acordo com você. Se as cameras provarem que o Mason falou isso pra Karol, você suspende ele e me livra do castigo. Se as câmeras não mostrarem nada, você libera ele e pode fazer o que quiser comigo, até mesmo expulsar.
— Rugge não… — Tentei protestar mas ele apertou minha mão novamente me passando confiança.
— Eu não vou negociar com um aluno!
— Tudo bem! Mais uma vez está provando o favoritismo entre os alunos.
Eu não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas Ruggero parecia conhecer perfeitamente o funcionamento dessa escola. Até mesmo eu que estava há pouco tempo alí já tinha percebido a forma como os alunos, cujos pais fazendeiros "ajudavam" financeiramente a escola eram tratados melhor que os outros.
Suspirando ruidosamente o diretor olhou para nós dois antes de dar sua "sentença".
— Tudo bem!
— O Que? Vai aceitar ordens de um aluno? — Mason protestou atrás de nós.
— Senhor Walsh sente-se novamente.
Batendo os pés tão forte quanto podia para demonstrar sua raiva, Ele voltou a sentar-se jogando a mochila entre as pernas.
— Então Pasquarelli, como pretende provar sua teoria?
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📌 Desculpem a demora pra postar. Como sabem o tempo ta curto, mas assim que puder eu posto mais.
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A Seu Lado - Ruggarol
FanficApós perder a mãe, Karol se vê obrigada a mudar sua vida e ir morar com a madrinha na pequena cidade de Green Valley no interior do Arizona. O que ela não imaginava é que o destino lhe preparava um reencontro com alguém que ela nem lembrava conhecer...