CAPÍTULO 28

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ISADORA: Qual?
LUAN: Você me disse que havia começado seu tratamento por sua filha, correto?
ISADORA: Isso...
LUAN: Eu preciso que você foque ainda mais nisso, Isa. Você não pode perder o foco de forma alguma
ISADORA: Eu não quero mais aquela vida, Luan
LUAN: Sei que não, mas eu estou falando para ter certeza, eu não suportaria perder mais uma pessoa pra essa vida- Ele fala com um tom triste na voz e desvia o olhar do meu-
ISADORA: Está à vontade para falar sobre isso?- Pergunto com medo da resposta, estou interessada na história, mas respeito o tempo dele. Ele respira fundo e volta à me encarar com os olhos marejados, segurando o choro-
LUAN: Meu pai se envolveu com álcool, inicialmente. Depois passou pra tal da maconha e daí ele foi cada vez se afundando mais. Nesse período em que ele se matava, ele fez coisas terríveis com minha mãe. Eu já vi minha mãe apanhar inúmeras vezes- Ele não aguenta mais segurar, chora- Numa dessas vezes, ela estava grávida e perdeu minha irmã, já estava indo para o oitavo mês de gestação. A primeira cena mais triste da minha vida, até hoje, foi minha mãe chegando do hospital completamente desolada, com a casa ainda com toda decoração preparada para chegada da Bruna. Eu cuidei dela sozinho, não tínhamos condições de pagar alguém pra isso e eu não tinha coragem de deixar ela sozinha, com medo de que ele voltasse e fizesse algo pior com ela. Depois disso, ele voltou para casa apenas por mais alguns meses e depois sumiu de vez- Ele da uma pausa para chorar, seguro sua mão para ele se sentir mais confiante e quando ele consegue, ele prossegue- Achamos ele dois meses depois, foi a segunda cena mais triste de toda minha vida! Ele estava morto, jogado numa viela como um indigente

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