Octavia. Era tudo em que eu pensava. Seu sorriso, aquele que era muito raro de se ver, a forma como me olhava e até mesmo a forma como me ignorava.
Ela me deixava tenso, nervoso e ao mesmo tempo intrigado, mas me causava uma sensação de tranquilidade quando estava por perto.
Ao chegar em casa, passei pelo escritório do meu pai, mas ele não estava. Subi para o meu quarto e um bilhete estava sobre a cama.
"Espero que tenha aprendido a lição. Negócios são negócios e família é família, espero que depois disso aprenda a diferenciar uma coisa da outra. Saí em uma viagem a trabalho e estarei de volta em poucos dias."
Essa era a primeira vez que ele deixava um bilhete antes de viajar, mas esse primeiro deve ter sido provavelmente para ter a oportunidade de falar sobre o que aconteceu na noite passada. Sei que mesmo eu querendo e tentando esquecer, ele fará questão de me lembrar de cada detalhe.
Já que ele desejava tanto que eu faça parte dos negócios, nada mais justo do que saber o que enfrentarei. Sem pensar duas vezes, saí escondido do quarto en direção ao escritório. Me escondi dos guardas e quando cheguei, estava trancado.
Tirei um pequeno kit do bolso e comecei a forçar a fechadura, e em pouco tempo, estava em seu "santuário".
Comecei a vasculhar os diferentes armários que ali se encontravam. Em uma gaveta, encontrei um arquivo que dizia "Pendente" e quando abri, várias fotos se espalharam pelo chão.
Olhando com mais cuidado e atenção, percebi que não eram fotos qualquer, eram fotos de pessoa, com informações atrás sobre lugares que costumavam frequentar, pessoas próximas, números de telefone, e muitas outras.
Estendi os arquivos na mesa e tirei foto de alguns. Organizei-os novamente e continuei a procurar.
Ao chegar na grande mesa, no centro do escritório, uma gaveta estava trancada. Demorei algum tempo para abrir, mas assim que consegui, ouvi passos o corredor e vozes se aproximando.
Escondi-me em um dos cantos do escritório, atrás da cortina.
-O chefe pediu para pegarmos alguns arquivos- um deles falou, enquanto ia na direção dos armários que há poucos minutos atrás eu estava revirando.
-E ficarmos de olho naquele filho dele- o outro completou.
Pensei que continuariam a falar de mim, mas apenas pegaram os documentos e mudaram de assunto.
-O carregamento chega hoje à tarde-o mais alto falou.
-Não vou estar aqui nesse horário, pode fazer isso sozinho?
-Claro, mas quando eu precisar vai ter que me cobrir- o outro apenas riu e concordou.
Os dois saíram da sala e eu pude voltar a mesa. Abri a gaveta, mas não sabia o que esperar.
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The Murder-Z.M
Teen Fiction"Kill is surviver.Love is a privilege." A mente de um assassino pode ser mais complexa do que parece.