-Octavia! Estou esperando aquelas planilhas com os gastos e lucros mensais.
-Desculpa, mas agora não posso fazer.
-Já era para estarem prontas, mas porque não pode agora?-seu pai sentado a sua frente na mesa de jantar sentiu-se desconfiado.
-Hoje já tenho um compromisso marcado.
Octavia tentava manter sempre a boca ocupada para evitar ter que responder mais perguntas, mas a tática nunca funcionava, pois seu pai esperava até que cada garfada fosse totalmente mastigada e recomeçava a série de perguntas.
Em meio a uma das perguntas, o telefone de Octavia tocou, a denunciando no mesmo instante.
-Não vai atender?- ele perguntou apoiado sobre os cotovelos, com o olhar ameaçador que costumava usar nessas ocasiões.
-Não é importante-ela respondeu rapidamente, mais uma vez ocupando sua boca.
-Como vai saber se não atendeu?-ele continuava com o interrogatório e tinha certeza que chegaria em algum lugar com aquilo.
-Está na hora do jantar, não vou interromper.
-Octavia, você tem alguma coisa para me contar?-ele olhava insistente para ela, esperando uma resposta convincente.
-Ok. Fui convidada para uma festa hoje.
-Por quem?
-Uma amiga da escola, só isso.
-E está esperando o que para se arrumar então?
-Como assim?Eu achei que não poderia ir.
-Octavia, você precisa sair um pouco e se divertir, você passa muito tempo no trabalho e quando chega em casa só estuda, vá se divertir um pouco.
-Obrigada pai! Vou me arrumar.
Octavia passeava pela casa e observava cada pessoa da forma mais discreta possível. Era sua primeira vez em uma festa daquele tamanho. O anfitrião era filho de grande empresário da cidade e o que não faltava naquela noite era espaço e bebidas. Algumas mesas redondas estavam espalhadas por toda casa, e cada uma exibia diferentes tipos de bebidas e alguns cigarros. Era um ambiente totalmente desconhecido por ela.
Lauren, sua amiga, após muito tempo apareceu com um menino abraçado à ela.
-Octavia, esse é o Scott, meu namorado. Ainda não tinha tido tempo de apresentar vocês dois formalmente- gargalhou e balançou um pouco.O menino então a segurou e cumprimentou Octavia apenas com um sorriso antes de segurar a namorada e levá-la para um sofá no canto da sala.
E mais uma vez, ela estava sozinha no meio de uma multidão espalhada e desconhecida. Procurava por um rosto conhecido, mas nenhum aparecia em sua memória.
-Que tal uma bebida?-sentiu um arrepio no pescoço, devido a proximidade do garoto.
Virou-se de frente para ele e seus rostos estavam mais próximos do que ela esperava e o garoto a olhava com um olhar malicioso e seu hálito já estava tão forte, que a garota não conseguia diferenciar as bebidas.
Ele se aproximou mais da menina e suas mãos foram ao encontro da cintura dela.
-Desculpa, mas preciso procurar alguém- seu coração batia acelerado.
-Não sabia que estava acompanhada- sorriu, exibindo um sorriso perfeitamente alinhado. Se ele não estivesse tão bêbado, provavelmente Octavia não pensaria duas vezes antes de dançar com ele.
Ela se desvencilhou de seus braços, mas ele a puxou forte pela cintura.
-Calma, ainda não dançamos essa música.
Ele a puxou de modo que seus corpos ficassem completamente grudados.
-Algum problema aqui?-uma voz que causava arrepios na menina tomou conta do lugar.
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The Murder-Z.M
Ficção Adolescente"Kill is surviver.Love is a privilege." A mente de um assassino pode ser mais complexa do que parece.