4. O Moleque e o Velho

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Já começara a escurecer e as pessoas entravam em suas casas, para jantar e dormir, eu ainda estava fora da minha, com Cris conversando comigo.

_Lembre-se do plano Dener, vamos quando todos estiverem dormindo.

_Eu não esqueci, só não acho que deveríamos mais ir a essa hora.

_Não se preocupe, só vamos lá, pegamos um pedaço do cristal e saímos, ninguém vai dar falta.

_Se você diz... estou dentro.

_Agora vamos para casa, minha mãe dorme cedo então já facilita pra mim.

_Então tudo bem, até mais tarde.

_Até e... a propósito, sobre seu tio - Nesse momento parei para prestar atenção - Não é nada, ele disse uma coisa legal naquele tronco, é uma boa pessoa. Até.

Nesse momento parei para pensar, que talvez eu não devesse considerá-lo um velho rabugento, ele talvez possa ser assim porque vive sob muita responsabilidade, inclusive de me criar. Quando eu entrei na oficina, ouvi berros.

_ONDE VOCÊ ESTAVA SEU MOLEQUE, EU FALEI PARA NÃO DEMORAR!

_NÃO ME CHAME DE MOLEQUE SEU VELHO RABUGENTO!

_NÃO ME RESPONDA SEU MOLEQUE MIMADO!

_RESPONDO SIM SEU VELHO!

Após alguns minutos seguindo um ciclo de gritaria um com o outro, ficamos cansados e fomos dormir, eu pelo menos fingi que dormi, estava esperando só alguns minutos para garantir que ele estava em sono profundo. Há quem diga que isso foi uma briga, eu digo que foi uma conversa normal, nossa relação sempre foi assim, sem intensões de machucar fisicamente ou psicologicamente. Bom... tudo parecia calmo, estava na hora do plano começar.

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