twenty four

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- Ele te disse o quê? - Arthur me perguntava pela décima oitava vez.

Eu me encolhi no puff que estava sentada, querendo desaparecer.

- Thur, eu já te disse mil vezes. Ele simplesmente me dispensou.

Sol voltava da cozinha com pelo menos cinco sacos de salgadinho e apenas jogou na mesa de centro. Estávamos no apartamento deles pois eu simplesmente não queria passar o dia sozinha, já que minha noite tinha sido arruinada por um robô ex bad boy.

- Vai alimentar um pequeno país? - Perguntei apontando pros salgadinhos.

- Eu como demais quando estou nervoso - Ele respondeu prendendo seu cabelo num coque. - Ele não citou nada? O relacionamento de vocês? Não disse que sentiu sua falta?

Fiz que não com a cabeça.

- Só falou o tempo todo sobre se encontrar, parece que esqueceu que ele só está vivo por que algum dia me amou. - Eu dei de ombros. - Se é que me amou.

- Isso é o cúmulo. Pega meu taco de handebol, Sol - Arthur disse com raiva. Ele podia ser muito explosivo às vezes.

- Primeiro que é beisebol e não handebol que usa taco, anta. - Sol disse e Arthur o imitou com uma vozinha de criança.

Eu os ignorei.

- Mas tá gente, o que tem de errado, né? - Falei e os dois me encararam. - Ele não é o Romeu da peça, que simplesmente vai aparecer do nada e fazer uma declaração na minha janela. Acho que eu o cobrei demais.

- Margot, você é muito trouxa. - Arthur disse e Sol concordou. - O cara sai da sua vida do nada durante cinco anos e quando você o supera, tem uma vida bacana, BAM! Ele simplesmente volta, trazendo todas as lembranças ruins daquele tempo sem ao menos te dizer um "Senti sua falta". É o típico ex namorado babaca.

- Ouça o especialista. - Sol disse e encheu a boca de salgadinhos, o que obviamente não o impediu de continuar falando. - Robô nenhum vai machucar minha amiga de novo.

Eu sorri. Era grata pela forma estranha deles me consolar.

Arthur se levantou e foi deitar no colo do Sol. O mesmo fez carinho no seu cabelo e eles deram um sorrisinho cúmplices.

Eu joguei os braços pro alto.

- Desde que momento eu virei a encalhada e que fica falando de homem e o Sol virou o que namora bonitinho?

- Desde que você se apaixonou por uma inteligência artificial, amiga. - Ele respondeu mas não havia maldade na voz, apenas a velha e gigantesca sinceridade do meu amigo astro.

- Doeu, Sol.

- Mas é verdade, Got. - Ele sorriu se desculpando. - Pelo menos você não vai ter que ver ele mais porque ele vai voltar pra França.

Eu concordei com a cabeça.

- Ainda bem.

Mas é CLARO que isso não deu certo.

Sol e sua madita boca eram tão grandes que assim que eu pisei para fora do prédio, dei de frente com Castiel.

- Sinto muito moç... - Ele parou no meio da frase e me observou. - Olá Margot.

- Oi. - Eu respondi de qualquer jeito. - O quê quer aqui?

- Fontes me disseram que esse era o seu prédio, eu quis vir pedir desculpas. Acho que eu fiz algo que te magoou.

now you see me (Castiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora