twenty one

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pilots

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Daniel me arrastou com facilidade, mesmo que eu me debatesse como um peixe fora d'água, para outra sala e me amarrou numa cadeira velha. A sala era maior que a outra e o piso era de madeira. Além disso, havia um loiro alto na sala que eu tinha a impressão de conhecer. Ele estava de costas, sentado em uma mesa grande com muitos computadores mas era possível ver uma pequena parte de um óculos de armação preta que usava, o tal cara também vestia uma roupa igual a Daniel. Além dele, mais dois cara altos e morenos estavam no canto da sala e pareciam ser seguranças de Daniel.

- Deixe que entrem, Tobias. - Ele sinalizou para o loiro, aparentemente chamado de Tobias, que apenas apertou um botão.

Um estrondo muito alto foi ouvido no prédio e eu fui capaz de ouvir a voz petulante de Sol, o que em circunstâncias normais eu ficaria feliz mas naquele momento o que eu mais queria era gritar para eles saírem daqui.

Como cena de filme, Castiel e Sol entraram no cômodo com um estrondo, empurrando a porta com tudo - o que era desnecessário visto que era só virar a maçaneta pois não estava fechada.

Seus rostos estavam em pânico e provavelmente o meu também estava. Vi a boca de Castiel pronunciar meu nome sem emitir som algum e Sol parecer ao ponto de desmaiar.

- Olá queridos! Chegaram cedo! - Daniel sorriu ficando entre mim e eles que estavam ainda congelados na porta. Ele estalou os dedos e um dos seguranças pegou Sol pelos braços e o outro, Castiel. - Se soltem, e eu mato a garota.

Ops. Parece que "a garota" era eu.

- Daniel, nos deixe ir embora! Deixe a Margot fora disso! - Castiel disse com o ódio faiscando nos olhos.

- Já quer ir embora? Agora que eu ia sanar todas suas dúvidas? - Ele disse e eu congelei no lugar. Daniel se virou pra mim, curioso. - Você quer contar pra ele, Margot?

Castiel me encarou.

- Do que ele está falando?

Eu sabia o que ele estava fazendo e isso me deu vontade de estapear sua cara por horas.

- Suma daqui, Castiel! Por favor, saia daqui, eu te imploro. - Eu berrei e me forcei pra frente, inutilmente tentando me soltar. - Não ouça ele, é o que ele quer. VÁ EMBORA!

- Eu sei que ele quer me matar. Quer tanto que até pegou você pra me fazer vir até ele, enquanto podia me matar dormindo. - Ele faiscou em direção de Daniel. - E eu não ligo, pode me matar. Mas em troca, deixe Margot fora disso. Solta ela, agora! Ela não tem culpa, isso é entre mim e você.

Daniel riu.

- Será mesmo que sua amada é tão inocente assim, Castiel?

- Não o dê ouvidos! - Eu berrei.

- Margot, do quê ele está falando? - Castiel falou com voz de choro.

- Ah! Ela não te contou? - Ele se aproximou de Castiel, que ainda estava sendo segurado pelo segurança de Daniel. - Não contou como toda a sua vida é uma mentira?

- Cassy! Por favor, me escuta! Vai embora, vai embora! Eu vou ficar bem, eu vou!

A confusão no rosto do ruivo era evidente e aquilo partia meu coração.

- Ela mente pra você, meu amigo! Mente e continua mentindo, e eu aqui querendo que você saiba a verdade. Quem é o verdadeiro vilão?

- Castiel! - Eu gritei.

- Cale a boca, Margot! - Ele disse com frieza e se virou pra Daniel. - Me diga a verdade.

Daniel fez uma cara de pena e virou pra mim.

- Conte pra ele, Margot! Conte! - Daniel gritava e eu tentava o ignorar. - Ele merece saber.

- Margot! Eu confiei em você! Me diga a verdade.

E então, eu explodi. Tudo que eu havia guardado por meses, veio a realidade naquele momento

- Seu idiota! - Eu gritei, agora com raiva pura de tudo e todos. - Você é um robô, uma máquina inventada por Daniel! Ele te criou baseado em um jogo adolescente e fez uma dúzia de meninas testarem vocês! Mas eu fui mais burra que as outras, burra ao suficiente por ter me apaixonado por você e não querer te perder! Você queria a verdade? Pois agora aguente isso seu estupido! Eu tentei te proteger durante todo esse tempo pra tudo ser jogado no lixo em apenas um minuto! Você não merece um porcento de tudo que eu fiz por você!

Quando terminei de falar, quis atirar em mim mesma. Eu estava sem ar e arfava como um cachorrinho cansado. As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas e molhavam minha blusa. Era esse o poder de Daniel sobre as pessoas: te causar ódio puro e genuíno que te fazia explodir.

Para ser sincera, eu esperava que Castiel fosse começar a travar e simplesmente sua cabeça sairia do corpo, rolando pelo quarto. Mas o que aconteceu foi: choro.

Castiel chorava, inúmeras vezes pior do que chorou naquela noite depois da festa de Raziel. Era a pior coisa que eu já tinha ouvido e aquilo me partiu o coração, em mil e um pedacinhos. Porque o choro era culpa minha, Daniel incentivou mas quem havia dito dito fui eu.

- Finalmente! - Daniel bateu palmas em alegria.

- Cassy...me perdoe. Eu perdi a cabeça e... - Daniel me calou, botando a mão contra minha boca.

Sol que havia se mantido em silêncio o tempo todo me encarou querendo dizer "E agora?". Eu franzi as sobrancelhas: "Eu não sei".

Mas Castiel continuava chorando e fungando,  por quê ele continuava vivo?

Daniel bufou, putasso.

- Por que ele não quebrou? - Ele parecia ao ponto de arrancar seus próprios cabelos ou bater a cabeça na parede. - Eu não entendo por quê esse lixo não morre logo! Tobias, amarre ele e desmonte peça por peça. Não quero vê-lo nunca mais! Enquanto esses dois, se livrem deles.

- Ah chefe, não vou fazer isso. - O loiro Tobias que não havia se pronunciado até aquele momento falou, sem nem se virar para nos olhar, e a voz me pareceu familiar. - Acho que simpatizei com o casal.

- Do quê você está falando seu imbecil? Eu mando em você! - Ele berrou.

Tobias se virou, tirou os óculos e finalmente pude ver seu rosto.

- Houve um tempo que sim, Daniel. Não mais. - Nathaniel disse com um sorriso e eu acho que nunca tinha ficado tão feliz de ver alguém em toda a minha vida.

- Quem é você? Cadê o Tobias? - Daniel disse, assustado pela primeira vez. Recuando como um animal assustado.

- Ficou lá na frança. Pensou ter me desativado, né? - Nathaniel fez um "não" com o dedo indicador. Seu sorriso era irônico. - E agora que eu sei seu segredo, não tenho medo mais de você!

Disso, ele sacou um tipo de arma do bolso - não faço ideia do que era aquilo - e atirou em direção de Daniel que caiu morto no chão.

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eu antes: nossa odeio nathaniel

eu agora: e se eu bota ele como salvador da pátria?

obrigada por ler

~al•sca

now you see me (Castiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora