ten years later...

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- Louise, volte JÁ aqui! - Arthur berrava com a pequena menina que havia arrancado sua calça e corria pelada pelo apartamento. - Você está sem limites, garota. Vou chamar seu pai Sol e...

- Não papai! - Ela fez birra. - Não chama ele não, ele briga comigo.

- Eu ouvi o meu nome? - Sol berrou lá da cozinha.

- NÃO! - Lousie respondeu desesperada, colocando de volta sua calça.

Eu achava graça da cena enquanto eu sacudia devagar o pequeno bebê que dormia em meus braços alheio a toda aquela gritaria.

- Ele dormiu, Got? - Arthur me perguntou.

- Por incrível que pareça, sim. Essa criança é muito calma, como vai viver no meio de vocês?

- Eu sou calma também, tia Margot! Olha pra mim! - Lousie dizia enquanto escalava a poltrona mais próxima fazendo-a tombar pra trás.

Eu ri demais e Arthur foi dar bronca nela.

Dava pra acreditar que aqueles dois doidos tinham dois filhos? E que eu era a madrinha de Louise? O tempo havia passado rápido demais!

Logo mais, iriamos visitar a nova casa do Nathaniel, da Bella e seus três filhos. Sim, TRÊS filhos! Eu havia ficado pra titia mesmo.

O pequeno Trevor se espreguiçava no meu colo me fazendo pensar ainda mais sobre minha vida. Nós todos havíamos nos mudado definitivamente para a França e agora levávamos trabalhos mais simples: eu dava aula de teatro em uma escola particular, Sol havia sido contratado por uma agência de relações internacionais e Arthur havia se afastado da empresa que trabalhava pra conseguir cuidar dos filhos.

E agora você pode se perguntar o que eu tenho feito por todos esses anos e é fácil: tenho dedicado todos os momentos da minha vida a minha nova família que era Sol e Arthur e estava focada no meu trabalho. Era simples mas era o que me fazia completamente feliz e isso bastava. Namorados? Sem chance. Algumas paquerinhas aqui e colá, mas nada concreto.

Castiel? Ele continuava sendo o rasgo no meu coração e seria eternamente. Mas suas memórias me dava forças pra continuar vivendo e lutando contra essa dor de perder ele. Mas secretamente, quando estava sozinha, eu desejava que ele voltasse pra mim e assim eu não teria que fingir não morrer de saudades dele.

Esta era eu, Margot Russe com meus quase vinte e sete anos e uma vida totalmente virada do avesso.

- Sol, estamos atrasados pra jantar com o Nath! - Falei o mais baixo que pude para não acordar o nenê e o Sol escutou, disparando como um raio para o quarto para trocar de roupa. Em cinco minutos ele estava pronto, o que o tempo não muda, não é mesmo? Se fosse alguns anos atrás, ele demoraria décadas.

Rapidamente chegamos na casa dos dois e a visão do lugar era incrível, uma casa branca de dois andares, cheia de vidros e ao seu arredor, um jardim imenso e lindo.

- Oi gente! - Nath veio nos receber, agora ele tinha barba e carregava Theodore, seu filho mais velho, pelo braço.

- Que casão hein? - Sol fez "Uou" com a boca.

Abracei Nathaniel forte, como se não tivéssemos nos visto há poucos dias. Toda vez que nos encontramos era essa mesma coisa, acho que mesmo que anos e anos passem, jamais iremos conseguir sequer cogitar superar o que passamos juntos. Eu nunca esperaria que ele acabaria sendo uma das pessoas mais importantes da minha vida, como um irmão pra mim.

now you see me (Castiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora