CRÚ +18

CHEFE

- Quero mudar de visual Sophie
- É uma ótima ideia Angei, ajuda a deixar de lado o passado
- Exatamente, por hora quero mudar o cabelo.
- Vem comigo conheço um lugar ideal. Vou te dar um cabelo novo.

Um topete,
Daquele cabelo de moleque a um cabelo de homem, do preto ao castanho, me sinto um novo alguém,
A dor não apagou minha bondade, mas me trouxe ganância, ódio. Angelo morreu...

Confiante lá estava eu, uma pasta, terno, visual novo, muito gato. Cumprimentando à todos.
Tudo muito chique, pessoas muito bem vestidas, realmente entre a burguesia, muita seriedade. Me assusta, com o pouco estudo que tenho, como vou me sair nessa verdadeira convenção da Vogue, luxo, agora me sinto lixo.

- Bom dia
- Bom dia, você deve ser o sr. Angelo ?
(Senhor? aos 18 anos?)
- Sou eu mesmo.
- Ótimo, pode aguardar aqui do lado que o senhor Bernardo está com um cliente é já te chama.

Umas meia hora depois, muito nervoso, tédio na verdade,
Sou chamado.

- Angelo pode entrar.
Cautelosamente entro:
- pode fechar a porta, por favor.
E tchan...
Bernardo é o cara mais gato que já vi, jovem (deve ter uns 32) cabelos impecáveis, sua camisa rosa bebê com os três primeiros botões abertos mostrando uma delícia de peitoral e sua meia manga aperta os músculos do braço, e que músculos.
Porra, que cara sexy.
Barba por fazer, que me excitado.
Calça social deixando explícita suas pernas grossas.
Um galã dos filmes, bem alí.
Deixa eu me recuperar antes que comece a goz... Ops, babar.

- Pode sentar, fique à vontade
Cumprimento pegando em sua mão (querendo pegar no resto)

- Prazer sr. Angelo Whisper, sou Bernardo Icunt, advogado renomado, formando em direito à pelo menos 8 anos, quase todas as causas a mim designadas foram ganhas, premiado pelos conselhos de direito e reconhecido internacionalmente.
Bom e é isso, agora se apresente.

Puta que pariu, tinha ensaiado o que falar, mas era pra um velho, e não pra um galã em forma de advogado. Merda. Gelei e de pau duro, tomara que ele não perceba. Pronto, fudeu.

- É um prazer (literalmente, em todos os sentindos rsrs) conhecer vossa excelência (merda, exagerei).
- Por favor, sem tem tanta formalidade, assim me sinto um velho.

Ele sorri e eu acho que vou desmaiar, que sorriso mais lindo, consigo enxergar um garoto nele.

- Eu estou aqui por indicação do sr. Charles.
- Verdade, Charles é como um irmão mais velho pra mim.
Sem nervosismo, deixa eu te conhecer.
(Não tanto quanto eu gostaria ;) )

- Bom, eu 18 anos, me chamo Angelo Whisper, sou da África do Sul, mas vim morar aqui com minha mãe ainda bebê, moro sozinho atualmente (quase verdade). Porém minha mãe faleceu de câncer à 6 anos, então daí em diante meu padrasto não me deixou mais estudar, só que nunca parei de ler livros e escrever, que são coisas que amo fazer. (Eu já não olhava em seus belos olhos, fiquei com medo)
Mas prometo conseguindo essa oportunidade vou dar o melhor de mim, levando a sério meu trabalho, honrando as normas e cumprindo com êxito as funções a mim designadas. E vou retomar meus estudos.

Levanto a cabeça, ele está sério, fico triste mas tento não transparecer. O silêncio toma conta de cada centímetro dessa sala.

Preferia estar cuspindo sangue do que ter esse silêncio me fodendo,
Apenas me diga, qualquer coisa, qualquer coisa dói menos que o silêncio.

- Angelo Não sei o que dizer. Não acho que essa sala seja tão adequada pra gente conversar, trás muita seriedade, muita profissionalidade.
Me leva pra algum lugar com barulho, com sol, real, com vida.
- Eu não conheço muita coisa, mas conheço um lugar. (Respondo surpreso com aquela declaração, meu coração acelera.) Mas não estamos vestidos adequadamente.
- Eu moro aqui perto, dá pra gente ir a pé, e sua casa, é muito longe?

(Que casa? merda.)
- Não, você sabe onde sr. Charles mora?
- Sim sim, sempre encontro ele lá pra irmos no golf.

(Imagino ele de bermudinha de golf, goz... oops Babei kkkk denovo)

- Me encontra lá em frente, o lugar onde vamos é alguns quarterões de lá.

- Combinando, te vejo lá daqui 15 minutos, não se atrasa.

(Já falei do sorriso dele? É perfeito eu sei, e já tinha falado kkkk)

É quase meio dia e pelo horário os pais de Sophie não estão em casa.
- Sophie preciso me trocar rápido, vou ter um encontro com meu chefe.
- o que, como assim? Encontro?
- Não é beeem um encontro, mas prometo que depois te explico.
- Vamos montar seu look.

Sophie não conhece Bernardo. seus pais são muito reservados, nunca trazem visita em casa, tenho sorte, porém sou o único amigo de Sophie, na cabeça deles só mudei de escola, por isso me permitiram desde sempre visitá-la.

Não faço ideia como ele irá, mas eu vou de calça, tênis e uma camiseta off.
Ansioso, espero no local combinado, o sol é de rachar, já estou suando.
Lá vem ele e eu não acredito
De boné, regata, bermuda jeans e tênis. Parecendo ter 20 anos, eu bobo. babando.
- Surpreso? Não esperava me ver assim?
(A minha cara não negava)
- Muito, e não, vamos?
Sei que Sophie observava da janela com carinha de "torcendo pelo casal da novela", uma fanfic está surgindo mas é impossível, se bem que, tirei o advogado galã do escritório pra levar no subúrbio, é mais surpreendente.

Ele me segue, sou um pouco mais baixo que ele, deve ter 1,80 e eu tenho 1,69.

Lhe mostro os lugares, onde constava vir com minha mãe, como tudo mudou, como eu era feliz.
Levo ele até a velha praça, bancos antigos, idosos por tido lado, pombos, cachorros, crianças brincam na areia como se o amanhã não viesse.
O mesmo balanço em que eu sonhava como se não houvesse maldade no mundo.
Angela tinha um rosto lindo, jovem, longos cabelos esvoaçantes, corre de mim, se deita embaixo das árvores. Eu choro, mamãe, porque teve que ser assim.
Os braços fortes e calorosos de Bernardo me envolvem, eu choro.
- Calma garoto, calma, eu estou aqui.
Me sinto seguro em seus braços, a dor da perda é uma adaga atravessada em meu peito.
Ali sob todo barulho da vida real, Bernardo na me solta, seu cheiro me conforta, seu calor me dá paz, queria poder ficar assim pra sempre. Pra essa dor ter fim.

Acalmo, sentamos.

- Perdão sr. Bernardo, não queria parecer um bobo chorão.
Ele sorri, sua mão em meu ombro.
- Não precisa se desculpar, esse é quem você é, fico feliz em conhecer esse lado seu e pode me chamar só de Bernardo.
- Muito obrigado, significa muito pra mim.
- Quer comer alguma coisa? eu pago.
- Eu Adoraria.

Conversamos, conto minha história, omiti muitas coisas.
Ele me conta a sua. Ele é casado, tem uma filhinha de 2 anos, largou o tênis pra se dedicar só aos estudos, morou fora do país, se formou cedo, ganhou quase todos os casos que defendeu.
É muito rico.
Vida sem graça enfim, perdeu cedo a liberdade.
Rimos muito das histórias que já nos aconteceram na vida, me sinto seguro ao seu lado, ele me passa isso.
Que cara maravilhoso, não paro de olhar por entre suas pernas, o contraste daquele jeans claro em sua pele branca, suas coxas musculosas me fascinam, queria sentir seus braços fortes me apertar, seu peitoral em minhas costas, suas mãos macias em meu corpo. Não paro de sonhar.
Já era o por do sol, a praça esvazia, as luzes laranjas nos cobrem, ali naquele banco.

Da pra ver um desenho pela regata, é uma tatuagem. Não me controlo.
- Posso ver sua tatuagem, claro, se não tiver problema.
Ele tira a regata, devagar, meus olhos brilham, que tórax, é uma fênix, tribal, do ombro ao peito, percorre as costelas, da cintura até a coxa, não consigo ver o final. É a sua intimidade, não ousaria.
- Pode tocar
- Sério.
(eu exito)
- Sim, sinta os detalhes.
Lentamente encosto os dedos, ele é uma escultura, perfeitamente esculpido.

- Que mãos geladas cara.
(Eu exito novamente)
- Deixa eu esquentar.

Devagar leva minhas mãos até sua bermuda. Eu tremo, recuo...