Capitulo 8

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O lugar era uma sala enorme, cheio de coisas caras e chiques, parecia até um escritório de um cara rico. Mais a frente vi uma poltrona onde uma figura sentada me esperava pacientemente.

- Achei que nunca chegaria aqui.- O dono da voz sorriu.- Já estava ficando cansado de esperar.

A porta havia sido fechada e Midoriya estava encostado na mesma com um pequeno sorriso, não tinha para onde fugir...

- Quem é você?- Por algum milagre consegui falar sem gaguejar de medo.

- Chegue mais perto e saberá.

Hesitante dei alguns passos para a frente e ao ter uma boa visão da pessoa franzi a testa.

- Quem é você?- Repeti a pergunta começando a me sentir irritada. Eles estavam zoando com a minha cara?

- Ah, havia me esquecido que todos estão acostumados com a outra forma.- O homem suspirou e de uma hora para outra ele mudou de forma se transformando no...

- A-All Might?!

M-Mas! Ele estava pequeno e magro! Aquela era a verdadeira forma dele?!

- Em carne e osso.- Sorriu apoiando o braço e me olhando como se eu fosse insignificante.- Um passarinho me contou que a senhorita é dona de uma individualidade interessante.

Automaticamente meus olhos foram ao Midoriya que apenas deu de ombros inocentemente. Maldito vilão...!

- Minha individualidade não é tão incrível quanto pensa.- Cruzei os braços tentando parecer confiante e suspirei.- Qual o motivo de tudo isso?

- Ao que se refere senhorita?

- Ao meu sequestro, ao interesse esquisito na minha individualidade.

- Em questão ao sequestro, eu pedi que o Jovem Midoriya trouxesse a senhorita gentilmente até aqui.- All Might olhou o mesmo, não escondendo um sorriso maldoso.

- Eu tentei ser gentil, mas não teve muita cooperação da nossa princesa aqui.- Os olhos de Midoriya foram em minha direção e voltaram para All Might.- Você sabe como eu fico com pessoas teimosas né?

- Nesse caso, a culpa foi toda da senhorita por ter resistido.

Incrédula olhei para Midoriya e depois para All Might. Eles não podiam estar falando sério. A cena foi tão inacreditável e bizarra que quase me fez rir.

- Que tipo de lógica é essa que vocês estão usando...?- Sussurrei tentando me recompor e suspirei.- Que seja e, em questão ao interesse na minha individualidade?

- Jovem Midoriya não explicou?- Neguei com a cabeça.- Gostaria de fazer as honras?

- Agradeço a oportunidade, mas deixarei o senhor explicar pois será muito mais rico e interessante.- Midoriya respondeu fazendo uma breve reverência com um sorriso divertido.

Aquela conversa estava me confundindo tanto que quase falei que não queria mais saber e saí correndo dali o mais rápido possível.

- Muito bem.- All Might se levantou e se aproximou de onde eu estava.

Respirei fundo forçando o meu corpo a ficar no mesmo lugar e assim que All Might estava parado totalmente na minha frente, voltou a sua forma estranha e de aparência fraca. Desabotoando os botões do terno preto e levantando a camisa, pude ter a visão do seu tronco e uma ferida horrível em sua lateral foi revelada. Meu estômago deu um salto e institivamente levei uma mão a boca.

- Esse ferimento foi feito a muitos anos atrás por All For One. O maior herói que já existiu até agora e, meu maior rival.

All For One é um herói e All Might é um vilão...

- Depois disso, nunca mais fui o mesmo. A cada tempo segundo, minha individualidade enfraquece e me torno cada vez mais fraco.

Por incrível que pareça eu estava certa... Meu maior medo estava se tornando realidade bem na frente dos meus olhos e, a única coisa que conseguia fazer era ouvir paralisada o desemrolar da conversa e o peso da situação mais uma vez caiu sobre mim.

- O nome do meu poder é One For All e como o próprio nome já diz, quer dizer "Um por todos". Ele é passado de geração para geração. Sendo cultivado e aperfeiçoado de tempos em tempos.- All Might abaixou a camisa, arrumou o terno e sorriu.- Entende agora senhorita? Sua individualidade pode "negar"esse acontecimento e eu poderei voltar a ter meus poderes totalmente e sem limitações.

Senti meu estômago revirar e recuei alguns passos.

- Não estou tão confiante em questão a isso.- Falei sem pensar e percebi tarde que tinha falado bobeira.

- O que quer dizer?- Sua voz fria me congelou no lugar e mesmo nessa forma, me senti intimidada.

- Não... Sou tão forte assim, esse ferimento é muito profundo. Provavelmente não conseguirei... Sinto muito.

Olhei para outro lugar e senti o olhar pesado de Midoriya nas minhas costas, podia sentir o ar tenso e sua raiva mesmo sem precisar olhar em seu rosto.

- Entendo, então a senhorita realmente é inútil para mim.- All Might voltou a sua forma de herói/vilão e antes de me dar um soco, Midoriya apareceu em minha frente.

- Espere All Might!

Por pouco All Might parou mas a força do vento acabou nos lançando para longe. Midoriya conseguiu se recuperar rapidamente, mas eu senti a dor se espalhar quando minhas costas entraram em contato com a porta e a mesma quebrou não aguentando o peso, me fazendo cair no corredor. O mundo rodou e senti o ar faltar em meus pulmões por alguns segundos.

- Não temos certeza se ela é totalmente inútil.- Midoriya se curvou e respirou fundo.- Se me permite,  gostaria de testar seus limites, descobrir até onde podemos usar esse poder. Dessa maneira saberemos se é vantajoso ou não.

- Você quer tentar, depois de ouvir toda a conversa que se desemrolou diante dos seus olhos?

- Sim.

- E se ela recusar a colaborar?

Os olhos de Midoriya foram para onde eu ainda estava, agora sentada com o coração martelando em meu peito e um brilho irritado misturado com um brilho sádico apareceram em seus olhos.

- Ela não tem escolha...

All Might olhou Midoriya por alguns segundos e deu um pequeno sorriso.

- Espero que não seja uma perda de tempo, mas pode tentar se quiser. O conhecendo sei que irá se divertir de qualquer maneira.

- Muito obrigado.- A voz de Midoriya saiu aliviada e All Might se virou voltando a poltrona e se sentando na mesma.

- Leve ela daqui.

- Sim.

Midoriya se levantou e deu passos lentos em minha direção. De alguma forma eu sentia que ele não era o mesmo que tinha me sequestrado, ou de alguns minutos atrás. Esse era muito mais impiedoso e frio. Podia dizer isso com total certeza com apenas um olhar.

- Ai!- Segurou meu braço com força me puxando para levantar.

- Quieta ou eu te mato...

Naqueles poucos minutos em que tinha saído do quarto, já tinha pensado várias vezes se não tivessse sido melhor ter ficado quieta no meu canto...



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