Omegle

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Omegle é um website usado para qualquer pessoa comunicar-se com outras pessoas anônimas aleatórias atráves da internet via chat/webcam.

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Conversando com a minha irmã, nos lembramos de algo muito estranho que aconteceu conosco em 2012.

Até então, achávamos que tinha sido alguma brincadeira de alguém, mas relembrando dos fatos, chegamos à conclusão de que foi algo muito bizarro para ser isso...
Vamos aos fatos.

Era uma noite de outubro, nós estávamos fazendo uma festinha com alguns amigos aqui no quintal da minha casa - aquela coisa clássica de amigos reunidos, bebida, piscina de plástico cheia, música, enfim.

Lá pelas duas da manhã, tivemos que desligar o som porque os vizinhos estavam reclamando do barulho (apesar de ser uma madrugada de sábado). Como não tinha mais nada pra fazer e todo mundo estava bêbado demais pra ficar parado, a gente resolveu entrar no Omegle para zoar com quem estivesse online.
Pra quem não conhece, Omegle é um bate-papo em que você conversa com estranhos aleatórios usando a webcam. Você entra, começa o bate-papo e vai passando as pessoas, caso não queira conversar com alguma específica. O site sorteia alguma pessoa do mundo inteiro e coloca pra conversar com você.

Pois bem, lá estávamos nós, rodando no Omegle, procurando alguém bacana pra bater papo. Éramos em umas sete pessoas, todo mundo apertadinho na frente do computador pra caber na tela. Depois de passarmos por alguns caras exibindo seus órgãos genitais (isso acontece bastante nesse horário), continuamos rodando no site, até que paramos em uma pessoa.
Aparentemente era um homem, sentado de costas para a câmera. Ele estava em uma sala vazia e meio bege com uma luz bem fraquinha.
Nós começamos a gritar no microfone coisas do tipo "Cara, a câmera é desse lado, viu?" ou "Não dá as costas pra gente não, mané!" e, de repente, ele se virou.

Para nossa surpresa, ele estava usando uma máscara MUITO bizarra. Parecia feita de gesso ou de cera, tinham dois olhos redondos pintados com grandes pupilas dentro, e a boca parecia um batom borrado. (Depois de um tempo que isso aconteceu, eu vi em outro blog umas fotos de halloween antigo, e encontrei uma máscara bem parecida com a desse cara, está em anexo a imagem).
E nós começamos a brincar, falar que a máscara dele era bem assustadora, perguntando como ele tinha feito ou onde tinha comprado, mas ele não respondia. Apenas ficou parado olhando para a tela, e no máximo inclinava a cabeça para os lados.
O áudio dele era um ruído indistinto, como se um ventilador estivesse ligado próximo ao microfone.
Como ele não falava nada, a gente deu Esc para pular para outra pessoa. O site avisou que estava procurando outro "estranho aleatório" para a gente e, quando voltou, era esse mesmo cara. Dessa vez, ele estava mais próximo à camera, e o som era um ruído agudo de microfonia. "Você de novo", nós dissemos. E foi então que ele começou a conversar por texto. Vou reproduzir mais ou menos a conversa que eu e minha irmã conseguimos nos lembrar:

Ele: deixa entrar.
Nós: pode entrar, cara, mas traz mais cerveja.
Ele: somos família luizel mahker sara mahker uyhla mahker sylvia mahker strenio mahker mahker mahker mahker mahker........................
Nós: ah, legal. nós somos amigos.
Ele: deixa entrar deixa entrar deixa entrar deixa entrar deixa entrar. nós somos família

Depois disso, ele começou a mandar uns números, pareciam coordenadas geográficas misturadas com horários. Nós não entendemos nada, e como estávamos bêbados e zoando, começamos a digitar números aleatórios também, mas ele não parou. Continuou enviando esses números, alternando com "deixa entrar" ou "somos família" e esses nomes aí em cima. A gente não tinha nada melhor pra fazer, as outras pessoas no site só estavam procurando por sexo virtual, então nós continuamos conversando com ele, dando corda para aquela conversa sem noção e ininteligível. De repente, ele parou de digitar. O mais estranho era que, mesmo quando ele estava digitando, a pessoa não se mexia na imagem. Começamos a achar que era uma gravação e não a imagem de uma webcam real. Enfim, ele parou de mandar coisas e ficou olhando para a câmera. Foi quando meu celular começou a vibrar na mesa, e o identificador de chamadas mostrava um número enorme, o DDD não era daqui e o código do país era +7, que depois de pesquisar, descobrimos que era da Rússia.

Eu atendi o celular e começou a tocar uma musiquinha de caixa de música. Coloquei em viva-voz.
O som era sinistro. Depois de alguns segundos da caixa de música, começou a tocar uma espécie de música country antiga, com som de pessoas sapateando, batendo palmas ao som da música, e eventualmente gritando "Hey!", no meio da letra. Em seguida, começou uma voz parecida com a de comercial dos anos 80, meio anasalada e abafada, falando coisas que a gente não entendia (provavelmente em russo).
Depois, uma voz parecida gritou em português "O show vai começar!" e umas pessoas aplaudiam com uma música de circo no fundo. Então começou um barulho de interferência de rádio e a ligação caiu.

Logo em seguida, ele enviou no bate-papo "deixa entrar."

Foi então que começamos a ficar com medo. De início, imaginamos que era alguém que nos conhecia tirando onda com a nossa cara. Comecei a perguntar quem era, e ele só respondia que era família e aquele monte de nome estranho. O celular da minha irmã tocou, era o mesmo número, e quando ela atendeu, eram os mesmos sons. Quando a ligação acabou, a câmera dele ficou preta por alguns segundos e, de repente, voltou. Mas ele não estava mais na imagem. Agora, era a imagem de uma rua meio escura, só dava para ver os postes e algumas casas. A imagem começou a se movimentar, como se a pessoa que estivesse filmando tivesse começado a andar pela rua.

Percebemos, então, que era a minha rua. Ele caminhou e, quando a imagem começou a se aproximar da minha casa, minha irmã e uma amiga correram para a sala para trancar a porta e ficaram olhando pela janela. Eu continuei no computador com os outros amigos, e a filmagem chegou até a minha casa. Um zoom deu close no rosto da minha irmã e da amiga dela na janela, e eu gritei pra elas saírem de lá. Elas fecharam a janela (isso apareceu na imagem, também) e correram para fora, apavoradas.

Eu perguntei quem era, e elas disseram que não tinham visto ninguém na rua. Então eu digitei no bate-papo que iria chamar a polícia, e ele continuou lá por mais alguns minutos, filmando a minha casa. De repente, o cara com a máscara apareceu na imagem novamente e digitou "DEIXA ENTRAR DEIXA ENTRAR DEIXA ENTRAR DEIXA ENTRAR DEIXA ENTRAR DEIXA ENTRAR". A imagem ficou escura e ele se desconectou.

Nós chamamos a polícia, que veio até aqui mas não encontrou nada. No dia seguinte, o cara da máscara adicionou todos nós no Facebook, com o nome de "Luizel Mahker". O perfil dele dizia que ele era da Rússia, tinha algumas postagens em russo, outras em português, e uma coordenada geográfica que, depois que jogamos no Google Maps, descobrimos que dava em um terreno vazio na Rússia. Também havia no perfil dele algumas fotos de meninas ao lado do cara com a máscara, fotos antigas de mulheres com bebês e legendas do tipo "Mãe Sara" ou "vovó Mahker". Eu rejeitei a amizade e meus amigos disseram que fizeram o mesmo, mas ele mandou inbox para cada um de nós um horário diferente e escreveu "vamos entrar, somos família". Meses depois, ele comentou em uma foto minha no Facebook, com uma data e um horário (estou enviando por anexo também).
Depois disso, não tivemos mais nenhuma "notícia" desse cara. Ele não mandou mais nada no Facebook e, quando eu e minha irmã procuramos por ele ontem, enquanto relembrávamos a história, não encontramos nada. O link do perfil dele no comentário que ele deixou na minha foto está inativo, porque o perfil deve ter sido desativado ou bloqueado. Enfim, o fato é que a gente achou isso muito estranho, chegamos a pensar que fosse alguém que nos conhecia mas, depois de relembrarmos hoje, levantamos algumas questões que deixam essa hipótese improvável:

Como ele entraria no Omegle e encontraria justo a gente, com milhares de pessoas online? Como alguém que a gente conhece tem um número da Rússia? Como a pessoa conseguiria vir até a minha casa sem desconectar a internet e filmar aqui, sem minha irmã ver ninguém na rua, e sumir de repente?

Fonte: www.assombrado.com.br

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