OLHOS BRILHANTES

15

Estávamos andando pela casa, a caminho da sala de cinema, quando ouvi o bip vindo de algum computador. Eu e Loki olhamos para trás, mas só havia computadores no sótão, o que é bem longe daqui para ouvir qualquer coisa.

_ Sexta-feira. _ A chamo e não recebo resposta alguma. _ Tem algo acontecendo.

Eu olho para o Loki que procurava algo enquanto olhava todos os lados. Mas, ao menos que ele pudesse ver outra dimensão, não tinha nada por aqui. 

_ Fique por aqui. _ Ele fala colocando uma mão em minha frente, como se impedisse-me de andar, mas eu não iria sair daqui mesmo.

Loki caminha lentamente até a grande janela da sala, que dava visão para uma pequena parte da floresta, porém, como estava de noite, não era possível avistar nada demais. Ele parece procurar alguma coisa, como se soubesse o que estava por aí.

Ouço outro bip, parecia vir por trás de mim, o que me fez virar rapidamente assutada. A casa estava parcialmente escura, não havia a necessidade de acender todas as luzes, e o corredor atrás de mim, que vinha da garagem, estava completamente escuro. Eu clico no encosto do sofá, que abre rapidamente um armazenamento onde tinha três armas, acabo pegando uma pistola e a carregando. Loki me encara e acena como se estivesse concordando.

Aqui, você deve ter muito cuidado, pois ao encostar em uma parede qualquer, pode abrir um arsenal ou um esconderijo.

O bip vai ficando cada vez mais alto, até que ouço passos atrás de mim. Me viro e aponto a arma para o corredor. Vejo uma pessoa se formando através da escuridão, mais precisamente um homem, com cabelos ruivos feito o fogo, ele usava uma roupa azul marinho, e estava sorrindo. 

_ Boa noite, vejo que estavam me aguardando. _ Sua voz é meio aguda, mas ao mesmo tempo rouca. Ele não parecia ser um velho ou um deus, estava mais para um cara de no máximo trinta anos que teve a sorte de entrar por aqui. Ele também carregava uma espécie de barra de ferro. 

_ Largue a arma. _ Digo ainda apontando a pistola para ele.

_ Isso? _ Levanta a barra de ferro e sorrir. Ele joga a mesma para o alto, e em um ato de defesa, atiro em sua direção. O que mais me surpreendeu, foi que ao atirar, todo o meu corpo foi congelado, como se algum tipo de magnetismo tivesse me parado, e a bala da pistola, no ar, também estava congelada.

Eu conseguia ver o homem ainda se mexendo na minha frente, e meus olhos ainda podiam se mover.

_ O que você fez com ela? _ Ouço a voz de Loki por trás de mim.

_ Algo que não poderia fazer com você._ O homem fala. _ Pois na verdade, vim aqui para te matar. 

Vejo a roupa de deus da trapaça aparecer em Loki enquanto ele andava até o homem, e seu sabre, espada, seja lá o que for, também apareceu, junto com seus cifres. O vendo assim, me causou arrepios. Ele havia mudado. 

_ Quem é você? _ Loki estava com a voz ríspida, dava para sentir a sua raiva.

_ Alguém que você terá notícias em breve. E logo em seguida, pagará. _ O homem fala e some no ar. Mas eu ainda estava congelada.

Loki vem para minha frente e tenta fazer algo que me solte, mas ele só tomava choque, eu tinha uma ideia, mas infelizmente não conseguia falar. Se ele ao menos pudesse ler minha mente, mas eu havia tomado a injeção.