LEAD SCARS

SEIS: KLAUS

    — EDEN Hendrix?! — exclamo assim que o general acaba de falar. — Com todo respeito, senhor, mas essa é a coisa mais absurda que já ouvi.

    — Não vejo o porquê, tenente. — fala o general. — Vocês precisarão de um motorista habilidoso na missão e Ferguson, infelizmente, está morto.

    — Por favor, ele não pode ser o único bom motorista de toda a divisão de agentes. — argumento enquanto acompanho o general pelo corredor.

    — Temos excelentes motoristas, mas nenhum é tão habilidoso quanto Ferguson era. Porém Hendrix é alguém que tem grandes habilidades no volante, pelo que soube. — fala o general cumprimentando uma agente que passa por nós.

    — Ele tem grandes habilidades, eu admito. Mas não devem ser mais expansivas do que a ficha de crimes que ele, provavelmente, carrega. — alego. — General, sejamos sensatos, o senhor vai mesmo querer confiar o sigilo dessa missão a um homem que eu mesmo prendi há menos de uma semana? Que garantia teremos de que ele não vai botar tudo a perder?

    — Porque vamos nos certificar de que isso não acontecerá. — afirma o general com firmeza na voz.

    — E como pretende fazer isso? — questiono.

    — Ordenei que o agente Hiddleston reunisse dados sobre ele e digamos que o que conseguimos encontrar abre espaço para um negociação vantajosa para ambos os lados. — fala o general.

    — Avise-me se der certo. — peço e levo a mão  ao leitor biométrico da porta da minha sala. Estou prestes a entrar quando o general me impede.

    — Não, tenente. O senhor quem me avisará quando der certo. — diz ele.

    — O quê? O senhor não está sugerindo que eu...

    — Hendrix está esperando na sala de interrogatórios do térreo. — avisa ele. — Não deve deixá-lo esperando. Hiddleston encontrará com você lá e lhe passará todas as informações das quais precisa para mediar o acordo. Espero uma atualização em breve, tenente.

    O general volta pelo mesmo corredor pelo qual viemos.

    — Eu não mereço. — murmuro enquanto sigo para o elevador.

   

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    Adentro a sala e, logo, me deparo com Eden Hendrix sentado do outro lado de uma mesa, algemado à superfície dela.

    Trajando um uniforme padrão dos prisioneiros da Máfia, ele me encara com o mesmo semblante sério de que me recordo  que ele esboçou enquanto eu o prendi. Talvez ele tenha congelado as feições dele nessa única expressão. O cabelo dele é uma bagunça caótica, imagino que o cárcere não lhe forneça oportunidades de manter nada organizado, nem mesmo os pensamentos.

    Em resumo, estou a sós em uma sala pouco iluminada com um homem que parece ter fugido de um sanatório.

    Do outro lado de um vidro escuro, Hiddleston observa a situação.

    — Eden Baker Hendrix. — começo. — Está lembrado de mim? Eu sou um dos homens que você tentou matar jogando de um penhasco no Havaí.

    Ele continua me olhando com a mesma expressão e sem proferir uma palavra sequer.

    — Sei que essa situação é desagradável pra você, mas pode ter certeza que não tanto quanto é para mim porque se dependesse de mim você estaria apodrecendo na cela sem ver a luz do dia até agora. — afirmo apoiando as mãos na mesa e olhando diretamente para Eden.