O Carro Voador

67 5 0
                                    

Os últimos dias de férias passaram rápido como um hipogrifo em fúria, e já no dia seguinte voltariam a Hogwarts. Passar as férias com seus irmãos e seu melhor amigo fez daquelas uma das melhores férias de sua vida. Mesmo o castigo que sua mãe lhe deu por ter batido em Malfoy na livraria Floreios e Borrões quando foram comprar o material não foi capaz de acabar com a diversão.

Por falar em castigo, no último dia em casa Molly o liberou e ele pode passar o dia inteiro jogando xadrez e snap explosivo com Harry e seus irmãos, sem nem sequer tirar os pijamas. Já a noite Molly fez o tradicional jantar de despedida dos filhos, com direito aos pratos favoritos de cada um – incluindo Harry, que ficou imensamente emocionado por poder fazer parte da festividade – finalizando com o delicioso pudim caramelado especial que só ela sabia fazer. Para fechar com chave de ouro, Fred e Jorge fizeram uma queima de fogos Filibusteiro, que encheram a cozinha de estrelas coloridas por mais ou menos uma hora. No geral, sua mãe não gostava de fogos dentro de casa, porém o clima estava tão ameno que ela se divertiu e até fotografou a cozinha encantada.

Já no dia seguinte, como em todo primeiro de Setembro, a casa estava um verdadeiro caos. Molly corria de um lado para o outro, fazendo os sete sanduíches para que almoçassem, berrando com os filhos e até mesmo com Harry para se certificar que não estariam esquecendo de alguma coisa pois ela não mandaria nada depois. Após o café da manhã conturbado, ficou decidido que iriam todos de carro, depois de muita insistência de seu pai, argumentando como seria complicado aparatar com oito pessoas, seis malões, duas corujas e um rato, e que a lojinha do senhor Ziran, a quem sempre recorriam para ir via Flu, estaria muito cheia.

— Lembrando que não vamos voar, vamos pelo chão, como um carro trouxa tem que ser. Vamos ficar dentro da lei, mesmo havendo uma pequena brecha onde se não for chamar a atenção nem causar dano ou grave ameaça aos trouxas não teria problema, e ficando invisível...

— Não começa, Arthur! — Molly o interrompeu, nervosa, e ele calou-se.

Arthur, com ajuda dos meninos, guardou as coisas na mala do carro. Minutos depois, todos já estavam acomodados, com Harry, Rony, Fred, Jorge e Percy sentados lado a lado confortavelmente e prontos para partir. Obviamente Arthur também tinha enfeitiçado o espaço de acomodação do carro, mas não iria admitir em voz alta e levar mais uma bronca da mulher.

— Os trouxas sabem mais do que nós queremos reconhecer, não é? — ela comentou, sentada confortavelmente no banco dianteiro junto com Gina. — Quero dizer, olhando de fora, a pessoa nunca imaginaria como o carro é espaçoso, não é?

Uma gota de suor escorreu pela careca de Arthur.

— Todos confortáveis? —perguntou, mudando de assunto — Deem adeus a Toca; vamos partir!

Arthur ligou o motor e saiu do quintal completamente feliz. Assim que o pegou há uns dois anos, tirou sua caderneta de motorista trouxa para poder usá-lo quando bem entendia, porém poucas vezes pôde dirigir. Era muito mais rápido aparatar para chegar aos lugares, e Molly não aprovava que ele saísse com um objeto trouxa daqueles. Ele seguiu por uma trilha entre o matagal, que os levaria à estrada mais próxima.

— ESPERA! — Jorge berrou, fazendo com que Arthur freasse bruscamente o carro.

— O que houve?!

— Eu esqueci meus fogos Filibusteiro, preciso pegá-los!

Molly revirou os olhos.

— Você não está falando sério, está?

— Claro que estou! Sei que estamos meio em cima da hora, mas eu preciso deles, por favor!

— Jorge, não temos mais tempo para isso. — Molly falou — Pode andar com o carro, querido.

Rony Weasley e a Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora