A Festa de Aniversário de Morte

50 4 0
                                    


Outubro chegou trazendo consigo a friagem típica de outono, fazendo os alunos escolherem ficar dentro do castelo à se arriscar no frio. O que não deu muito certo, pois na mesma proporção que chegou o frio, chegou uma onda de resfriado que se espalhou com a velocidade de pelúcios atrás de ouro entre os alunos e professores. Madame Pomfrey estava como louca com tanta gente indo tomar poções reanimadoras para recuperar todos os doentes, poção essa que deixava quem a tomou soltando fumaça pelas orelhas. Seria um bom momento de tirar sarro dos amigos, mas uma vez que até mesmo a professora Minerva soltava fumaça, os engraçadinhos deixaram passar. Rony também pegou uma gripe um pouco mais leve e nem teria se dado ao trabalho de ir à enfermaria se não fosse por Gina. Sua irmã não estava nada bem esses dias, parecia sempre nervosa e chorosa, sempre pelos cantos. Por via das dúvidas levou-a consigo e obrigou-a a tomar a poção também, e pelo resto do dia os dois tiveram fumaça saindo pelos ouvidos.

Naquele dia, em particular, chovia tanto que o lago parecia querer avançar terreno à dentro; até mesmo a Lula gigante não aparecia na superfície por conta dos pingos grossos que caíam do céu, pingos estes que até machucavam a pele. Foi uma verdadeira tortura ter aulas externas, odiava ter que entrar no castelo completamente encharcado e ainda levar sermão do Sr Filch por estar sujando o chão.

Rony jogava xadrez de bruxo com Hermione. Já era noite e a chuva ainda não tinha parado. Rony pegou as peças do jogo de Harry emprestadas enquanto o garoto treinava com o time de quadribol.

— Olívio Wood não perdoa, não é? — Hermione comentou, quando Rony tirou seu cavalo do jogo — Fazer os jogadores treinar debaixo de uma chuva dessa...

— Você já viu como está a Sonserina? — Rony perguntou — Com as vassouras novas, eles estão voando como raios! O time da Grifinória precisa treinar muito se quiser vencer. Xeque!

— Nem me fale, nem me fale! — Hermione suspirou franzindo o cenho. Demorou alguns segundos e moveu uma peça — Ainda não me conformo com essa história de vassouras novas.

— Nem eu. Mas não há nada que possamos fazer. Lucio Malfoy tem dinheiro e influência. Ele conseguiu comprar o time de quadribol da Sonserina e pode comprar muito mais. — Rony comentou, fazendo um último movimento com o cavalo — xeque Mate!

— M-mas... — Hermione exclamou boquiaberta — Como você fez isso? Eu previ sua jogada!

— Se continuarmos praticando você vai conseguir me segurar por mais de dez minutos. — Rony piscou e Hermione cruzou os braços. — Ah! Não fica chateada, você é melhor do que eu em tudo, pelo menos no xadrez eu posso me gabar.

— Não é verdade! — Hermione exclamou — Você é melhor do que eu em... comer.

— Muito engraçada! — Rony falou divertido, catando as peças do jogo.

— Ah, Rony. Não te agradeci ainda por me defender quando Malfoy tentou me insultar outro dia. Eu entendi o que ele quis dizer e entendi o porquê de você ter ficado bravo. Mas sabe? Não me importo. Tenho orgulho de ter nascido trouxa, me chamar de sangue ruim é na verdade um elogio. Se ter sangue puro é ser como ele, prefiro mesmo ser sangue ruim.

— Não esperava menos de você. — Rony sorriu, sincero; e ela corou.

Já que não iam jogar mais, juntou tudo e ia levar as peças de Harry de volta ao quarto, porém ao levantar, deixou cair o livro de poções que estava abaixo do tabuleiro.

Hermione se precipitou para pegar o livro e de dentro caiu um pedaço de pergaminho dobrado. Ela abriu e franziu o cenho.

— Esse era para ser seu trabalho de poções? Aquele que o professor Snape passou faz semana passada e quer amanhã?

Rony Weasley e a Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora