Second Chance || Éder Militão || COMPLETA

40.

Mia entra em puro pânico. Ela já não sabia onde se enfiar. O desespero toma conta dela. Ela corre pelos vários corredores da casa, fugindo, na esperança de encontrar um lugar seguro para se esconder. Ela só queria que o terror acabasse.
Mia sobe as escadas. Corre pelo corredor e acaba por entrar no quarto de hóspedes. Fecha a porta e tranca a mesma. A morena estava ofegante de tanto correr. Ela leva a mão ao seu lábio, que sangrava, e não era pouco.

Uma mão pesada bate à porta.

— Mia. Então, querida, achas que eu te quero fazer mal? Sai daí – uma voz masculina fala, do outro lado da porta

Mia fica em silêncio. Não era capaz de dizer o que quer que fosse. Ela não acreditava na palavra dele. Ela sabia que ele queria fazer-lhe mal.

— Mia! – o tom de voz é mais grave e as batidas mais fortes

Mia começa a ficar em pânico outra vez. Olha à sua volta. Tinha de haver algo que ela pudesse fazer. Ela corre até à janela. Abre a mesma e sai. Assim que se encontra fora de casa, corre até ao único sítio onde ela sabia que estava e sempre estaria segura.
Assim que chega à casa onde passava maior parte dos seus dias, deduziu que estivessem todos a dormir. Mia analisa bem o cenário e, como pode, decidiu trepar a casa, literalmente, até chegar ao telhado. Ela caminha até à janela do quarto do seu porto seguro, cuidadosamente, para não cair.
Quando o rapaz nota na presença dela, ele levanta-se e abre de imediato a janela.

— Mia? Que te aconteceu?
— Por favor, deixa-me entrar. Ele vai matar-me. – Mia diz com voz de choro

Ele agarra na mão da portuguesa e puxa-a com cuidado para dentro do seu quarto. Ele fecha a janela e senta-a na cama.

— Mia o que é que aconteceu? Quem é que te fez isso? Fala comigo. Eu quero proteger-te
— Paul... – Mia agarra-se ao namorado

Paul abraça a sua namorada de volta. Ele sentia puro medo vindo dela. Ela estava aterrorizada.

— Mia.
— O meu pai Paul... Ele agrediu-me, ele ameaçou-me, ele quer matar-me, ele não me quer perto de ti – Mia diz, com o nervosismo a apoderar-se dela
— O teu pai o quê? Eu vou lá, eu não posso deixar isto assim! – ele fica irritado
— Não Paul, se tu fores, tu és um homem morto, ele vai matar-te se lá fores. Por favor amor, não vás – Mia agarra a mão negra de Paul
— Mas Mia, por quanto mais tempo ele vai continuar com isto? Ele vai acabar por matar-te, isso não está certo, de todo!
— Amor por favor. Desde que te tenha comigo... Eu aguento tudo. Eu amo-te tanto e o meu pai não nos pode separar, apenas por seres negro. Por favor, fica comigo. Tudo vai-se resolver.

Paul agarrou a sua namorada e suspirou. Ele senta-se ao lado dela e puxa-a para o seu colo. Ele só esperava estar a fazer a decisão certa.