Ensaio

336 21 1
                                    

Lauren Jauregui PV

Hoje é o tão esperado dia do ensaio com as meninas. Uma adrenalina corre por minhas veias, e eu não consigo parar de soar e nem tremer. Quase tive um troço quando meu carro parou em frente do local escolhido pelo Roger.

Desci, pegando meu celular e retirando a chave do carro. Todas as meninas estavam lá, Roger também. Menos Camila.

Respirei fundo e segui em direção a eles.

— Palmito! — Dinah se jogou em meus braços, e com o susto, abracei-a. — Como você está linda, hein! — girou meu corpo.

Neguei com a cabeça, e deixei um beijo em sua bochecha.

Cumprimentei as outras meninas e Roger. Ele nos entregou três papéis, com as letras das músicas.

— Gente, mil desculpas pelo o atrasado. Tive que resolver algumas coisas da minha empresa. — Minha cabeça estava abaixada quando escutei a voz de Camila. Rapidamente ergui o olhar para ela, que como sempre está linda.

— Tudo bem, Milinha! Sente-se conosco. Irei explicar as músicas. — disse Roger, super simpático. As meninas se entreolharam, e nos encararam. Têm apenas um lugar, e é ao meu lado.

Encarei Camila por longos minutos, até ela decidir sentar.

•••

Roger explicou detalhadamente e com muita paciência como iria ocorrer tudo. Disse que já avisou a empresa que voltamos aos palcos, e que iríamos nos apresentar daqui dois meses.

Meu coração bateu super forte com isso; só de pensar que irei cantar, e ainda com as meninas, uma alegria imensa cresce dentro de mim.

— Vocês topariam um café ou algo do tipo? — Ally nos perguntou, quando o ensaio acabou.

— Eu e Mani iremos comprar algumas coisas para casa. Talvez na próxima, baixinha! — Dinah sorriu fraco, se despedindo de nós.

— Preciso ver algumas coisas para a música, mas obrigada pelo convite, Allyson. — Roger.

— Eu posso ir!

Eu e Camila falamos juntas.

Soltei um risinho baixo e ela corou fortemente.

— Vamos nós três então! — Ally deu pulinhos de alegria.

Seguimos nós três a pé mesmo até um Starbucks qualquer por aqui. O silêncio é constrangedor. Nem mesmo Ally disse nada desde o momento em que saímos de lá.

Quando chegamos, fomos procurar uma mesa. Ela estava afastada de todas.

— O que vão querer, senhoritas? — uma menina, que aparente ter seus 21 anos, chega até nós.

— Eu vou querer um capuccino, por favor. — Ally disse com um sorriso meio.

— Pra mim pode ser um café, um pouco forte. — pedi com educação.

— Um café. De qualquer jeito, por favor. — Camila pediu, encarando bem a menina. Jéssica — li em seu crachá — corou e saiu com os pedidos.

— Meninas, preciso ir ao banheiro. Com licença.

Gelei quando Allyson disse isso. O quê? E deixar eu e Camila sozinhas? Concordei com a cabeça e ela levantou apressada.

O clima ficou mais pesado do que já estava. Respirei fundo, e olhei para o lado que as pessoas prepara os pedidos.

Jéssica vem na direção da nossa mesa, com nossos pedidos. Não desviou os olhos de Camila nem por um segundo. Isso me fez bufar.

— Bom apetite. — Sorriu maliciosamente para Camila, e depois olhou para mim e saiu.

Revirei meus olhos, e escutei uma risada. Camila estava me olhando, tomando um gole de seu café, e rindo.

— Como sempre, não é? — ela disse, encarando meus olhos. — Você sempre sentia ciúmes quando alguma atendente viria nos recepcionar. Nada mudou — limpou o canto da boca com um guardanapo.

Ela está mesmo falando comigo?

— Ela estava te comendo com os olhos, claro que sinto ciúmes! — rebati, e beberiquei meu café.

Ela riu novamente.

— E daí? Não é como se tivéssemos algo, ou é? Nos vimos, pela última vez, a quase quatro anos atrás, Michelle! Você não pode olhar a mulher com essas esmeraldas ameaçadoras. É errado!

Esmeraldas.

Por dentro, estou pulando de alegria.

— Não interessa, Camila! Ela sorriu, e foi muito malicioso. — bufei. — Eu posso muito bem reclamar sobre o atendimento. E assim ela será demitida!

A morena em minha frente abriu a boca, mas fechou novamente.

— Coitada, não faça isso! — disse irônica. — Ela tem cara de que precisa desse trabalho.

— E eu não suporto ver essas barangas de quinta dando em cima de você em minha frente! — apertei o guardanapo em minha mão.

— Lauren, Lauren. Você é casada, não é? — deu um sorriso diabólico.

— E você não é? — sua expressão mudou no mesmo momento. — Bingo! — gargalhei e a mesma bufou. — Nós duas somos, e os nossos maridos são amigos. Muito amigos. E estamos apenas dialogando, não é? Não é como se estivéssemos nos pegando aqui, no meio dessa gente toda, ou é?

Ela me encarou, e ficou quieta. Eu ainda sei brincar, Camila.

— Que seja! Eu só não quero que a mulher perca o emprego tão batalhado. Simples! — tomou mais um gole de seu café.

Dei de ombros.

Ally voltou para mesa e puxou assunto conosco. Eu e Camila trocamos olhares durante toda a conversa.

Isso faz com que uma corrente elétrica passe pelo meu corpo inteiro.

Ela ainda tem um alto poder sobre mim.

A Viagem - T.2Onde histórias criam vida. Descubra agora