You don't want to do that.

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sempre que o pov for de alguém, a foto dele (a) vai estar na mídia, assim não será preciso falar quem está narrando. Ok?

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Amar e gostar são coisas diferentes, não é? Quando você ama, acha que é necessário dizer para a pessoa todo tempo que ela é o amor da sua vida e que você não consegue viver sem ela. Quando você gosta, acha que o necessário é apenas você fazer com que a pessoa fique, mas se ela for, "tanto faz".

Ter ficado a noite toda acordada, pensando em como meu casamento acabou tão rápido quanto durou, foi até engraçado. Eu não estou triste ou algo assim, só estou assustada e calma. Wesley me ajudou tanto a superar a distância de Miami e Cuba. Sempre que eu estava triste, ele falava que eu era a pessoa mais bonita do mundo, e que pessoas bonitas não sofrem. Ok, vamos concordar que isso era péssimo, mas pelo menos eu sorria.

Eu só chorei, quando conversamos, pois eu caí na real e vi que perdi a pessoa que me apoiou tanto e que mesmo eu dizendo que não queria vê-lo, ficava ao meu lado da cama, quieto, assistindo alguma série boba na Netflix.

Eu o perdi.

Alguém bate na porta e logo Lauren coloca sua cabeça dentro do quarto, deixando seu corpo fora. Eu me sinto uma idiota. Eu sou uma idiota. Eu o perdi por ainda sentir algum sentimento estúpido por ela. Por ainda sentir aquele friozinho na barriga ao ver que ela está me olhando, ou sentir que meu coração vai sair pela boca ao ouvir sua voz rouquinha quando vamos tomar café da manhã com as meninas.

— Posso entrar? — lá estava ela, com uma carinha amassada, com sua voz rouca e com um roupão. Provavelmente ela acabara de acordar. Concordei com a cabeça e dei espaço na cama para ela se sentar — Não conseguiu dormir, não é?

Apenas neguei com a cabeça, não dizendo sequer uma palavra. Ficamos quietas, apenas ouvindo nossas respirações.

— Eu me lembro que não queria ter feito aquela viagem — minha voz saiu no automático, me assustou e assustou ela. — minha mãe não queria deixar eu entrar no avião. Eu sabia que algo iria acontecer; me apaixonar, brigar, não estudar e acabar com a vida da Sofi. — tentei segurar o choro, mas não dava, lembrar disso acaba comigo. — Eu não lembrava de você, juro. Mas quando eu te vi, naquele dia que eu tinha acabado de fazer o show, meio que passou um filme na minha cabeça de como e quando nos conhecemos. — foi impossível não sorrir. Lauren estava quieta, encarando o chão — Quando ficamos, pela primeira vez, eu me senti nas nuvens, mas era como se a nuvem estivesse carregada e fosse chover a qualquer momento, e foi o que aconteceu, choveu, e nesse mesmo dia, eu me apaixonei. Eu não queria, pois eu sabia que só tinha um ano ali e minha assessora disse que não podia ter sequer um contato com ninguém, mas eu não a ouvi... e olha aonde estou.

— Eu não te culpo, Camila. — eu a olhei, ainda chorando. O olhar dela estava baixo, como se sentisse culpa. — Eu era uma idiota, só queria saber de curtir, comer alguém. Você tentou me mudar, mas eu não quis a mudança. — suas mãos estavam inquietas: passavam em suas pernas, ela mexia na unha. — Você é uma pessoa muito boa e eu não te mereço.

Comecei a rir. Ela me olhou sem entender, então eu comecei a rir mais ainda. Não é um riso engraçado, é aquele de desespero por não saber o que fazer em uma situação crítica.

— É engraçado isso, não é? Pois desde 2018 eu tento te esquecer, tento fazer de tudo para não te olhar, mas olha onde estamos. Você está sentada ao meu lado, me dando conselhos. Eu não sou mais casada, e você é. — cecei o riso e fiquei olhando em seus olhos — Ninguém merece ninguém, Lauren. Essa é a verdade.

Me levantei, deixando a coberta que antes estava enrolada em mim e caminhei até a porta do banheiro. Lauren segurou em meu pulso, me puxando para perto dela.

— Estamos quites.

— Do que você está falando? — perguntei.

— Ele terminou comigo. — levei uma mão até minha boca, para tampar meu espanto — Estamos quites.

— Sinto muito — fiz carinho em uma parte do seu rosto, recebendo uma mão em minha cintura. O toque dela fez com que eu ficasse arrepiada.

— Eu não sinto.

Ela tentou se aproximar mais de mim, mas eu me afastei. Não é certo nós ficarmos só porque não estamos mais casadas.

— Você não quer fazer isso. — sussurrei, olhando em seus olhos.

— É o que eu mais quero.

Foi minha deixa. Acabou que ela avançou em meus lábios e nos beijamos. Um beijo feroz, com muito desejo e saudade. As mãos dela não paravam quietas e as minhas puxavam seus cabelos, mas não forte.

Caminhamos até a cama, deitando nela. A boca de Lauren voou até o meu pescoço, sugando com força fazendo um chupão, coisa que me fez arrepiar. Minhas mãos foram parar em suas costas, onde eu arranhei sem pudor, fazendo ela gemer e sugar mais forte ainda aonde estava lambendo.

— Tem certeza? — perguntei.

— Absoluta.

A Viagem - T.2Onde histórias criam vida. Descubra agora