- Chegou a hora pessoal – entrei no quarto onde meus amigos estavam jogando vídeo game. – Tudo certo por aqui?
- Tudo certo chefe – respondeu Léo fazendo uma saudação.
- Ah, para amigo – fingi uma timidez. – Não fica me mimando não, depois eu me acostumo.
- Concordo Alifer – disse Sammy Kim entre risadas. – Quem ficará com a câmera no primeiro dia de caçada?
- Eu passo – respondi na hora.
- Vamos no pedra, papel e tesoura – aconselhou Jeferson com malicia nitidamente estampada no rosto. – O último que ficar, será o primeiro a carregar.
- Acho mais do que justo – concluiu Samanta indo logo de uma vez na brincadeira sem deixar-nos pensar por mais um momento.
- Pedra, papel e tesoura – dissemos juntos.
Droga... eu não ganhei essa rodada. A primeira a ficar sem essa tarefa foi a Sammy Kim. O semblante dela me dizia que ela não estava nem um pouco se importando se ganharia ou não. Um tipo de: "Não me sobe, nem me desce", como dizia o Roberto Bolaños(nosso eterno Chaves).
Repetimos mais uma vez e quem ficou de fora foi o Jeferson que esse sim ficou feliz por não segurar a câmera no primeiro dia. Na terceira fui eu. Ufa. E por fim a pessoa vencedora para filmar no primeiro dia fora... nada mais e nada menos que.... senhoras e senhores apresento a vocês: Léo Antares. E pelo visto ninguém quer segurar uma câmera.- É meu amigo – tentou animar Samanta. – Veja pelo lado bom. Será você que nos dará uma boa imagem no primeiro dia.
- Que bom né – ironizou o menino claramente frustrado.
- Bom – chamei a atenção de todos. – Vamos para o carro do Jeferson, a câmera já está lá juto de nossas armas no porta-malas. Lá você vai ter uma surpresa Léo.
O carro do Jeferson era um lindo HONDA HR-V azul automático. O tamanho ideal para compactuar nós cinco. Enquanto meus amigos entravam no carro eu fui ao porta-malas pegar um suporte de punho 360 para o Léo segurar a câmera que comprei. Ela é simples, mas bonita. A prova d'água, uma câmera 4k com cartão 32gb mais bateria extra- toda carregada. Fora que eu coloquei um microfone takstar extra nela. Ficou uma obra de arte, que espero que ele tome muito cuidado. Paguei muito caro pelo kit completo. O que me fez gostar mais ainda da loja fora o fato deles me darem um desconto na bolsa apropriada para câmeras da marca Olimpic.
Assim que peguei o necessário entrei no carro e entreguei o suporte de punho que chegou a fazer os olhos de Léo brilharem na hora quando este o colocou no pulso ajustando a seu braço.
- Agora meus amigos. Aqui começa nossa jornada a busca pelo Saci-Pererê – gritei dentro do carro, sendo seguido pela turma com um grito de guerra.
Saímos da Rodovia dos Bandeirantes, que naquela hora não havia transito para nossa alegria, tirando o fato de termos pago pelo pedágio. Estar dentro desse carro é uma sensação maravilhosa: comando de voz, entrada USB, bluetooth, Wi-Fi, ar condicionado, contendo quatro airbags na parte frontal e lateral do banco do motorista e passageiro. Fora os cintos de segurança e um som acompanhado de um computador de bordo. Um pequeno detalhe que quase me esqueci. É um carro blindado com espelhos para-sol. O futuro carro de meus sonhos um dia.
Com a estrada ao nosso favor, Jeferson fazia questão de acelerar além do limite quando passávamos pelo radar e quando havia uma lombada, fazendo nosso corpo ter aquela sensação de frio na barriga. – O que na minha humilde opinião é muito bom-. Fora isso, encontramos o sitio do qual o Léo nos falou, quando entramos em uma rua circular que nos levava ao único caminho desejado. "Sitio Arqueológico Jaraguá/Cerâmico. O letreiro estava acima da porta de entrada. Levamos 51 min só de ida. Por que se tivéssemos pegado o engarrafamento teríamos levado 1h 11 min.
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Mitos Reais do Folclore Brasileiro: O Saci-Pererê (Concluído)
Mystery / ThrillerJá se perguntaram se os personagens do folclore brasileiro de fato existiram e se eram somente uma história feita para crianças dormirem? Será isso que cinco jovens com seu novo quadro do YouTube irão desvendar ao andarem pelo Brasil a fora em busc...