Capítulo 7- A Última Batalha

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- Então você quer dizer que ele é real e que todas as criaturas sobrenaturais existem e estão se ocultando para não serem reveladas? - analisou Léo.

- Isso mesmo amigo - confirmou Samanta firmemente.

- Sempre soube que o mundo era ilimitado, não estou tão surpreso assim - concluiu Jeferson.

- Por isso que o Saci-Pererê só se revela no mês de sua data de comemoração que é no dia 31 de Outubro, para que as pessoas nunca o deixe ao esquecimento - cogitei. - Agora tudo se encaixa.

- Deve ser uma criatura imortal - cismou Sammy Kim. - Todos aqui presentes sabem que o Monteiro Lobato foi quem deu mais veracidade a esse conto na época de 1920, mas ele já existia a muito mais tempo. Sua origem foi presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, onde teria se espalhado por todo o território brasileiro. E como um ser imortal, ele peregrina pelo Brasil, divulgando sua história.

- Essa foi uma perfeita suposição - refletiu Alison. - Acho tão interessante quanto assustador.

- Muito bem então - J.P se levantou de uma das bancadas em que havia sentado. - Vamos montar uma armadilha e aqui será o local de sua captura. Quero muito vê-lo face a face.

- Por onde começamos? - questionou Samanta.

- Vamos usar o terreno ao nosso favor - conclui. - Alguém aqui é nerd em montar armadilhas?

Léo, Alison e Sammy Kin levantaram as mãos. Abri um sorriso bem nítido em meu rosto, finalmente todos nós logo, logo estaremos cara a cara com o Saci. Meu interesse pelo folclore brasileiro aumentou vorazmente.

Depois de colocarmos nossas armas em um canto da igreja, começamos a trabalhar em uma armadilha de aprisionamento simples, nada de alto nível pelo fato de estarmos em um ambiente abandonado com seus materiais podres e enferrujados. Léo propôs criarmos uma jaula ao lado da porta, pois era a única entrada e saída da igreja e provavelmente seria lá onde o Saci adentraria. Além de termos arrastado um banco para retarda-lo.

Mas não ficamos somente em uma, cada um foi capaz de construir mais duas, caso a primeira falhasse. Tendo ao total três ao nosso favor: uma jaula feita com as madeiras mais resistentes que pudemos salvar, um laço feito de corda encontrado em uma das salas acima e a mais fácil foi usarmos um piso falso no chão de um dos quartos para caso o Saci venha a encurralar um de nós, só precisaríamos estar no lugar certo.

- Ele pode nos ouvir? - sussurrou Samanta para mim.

- Não temos como saber disso gatinha, estamos por nossa conta e que ele não tenha nos escutado. Por que se não estaremos ferrados.

Pego minha câmera e começo a gravar o resultado do nosso trabalho.

- Fala mitos, tudo bem com vocês? Então, como podem ver a lenda se mostrou verdadeira e eu estou tão empolgado quanto aflito. Vocês por estarem assistindo em suas casas não tem noção de como aqui está com um clima tenso, se pudessem ver como meu pelo ta arrepiado. Estamos em um beco sem saída e faço tudo isso por vocês. Se liguem só nas armadilhas que conseguimos criar.

Passei a gravar cada cômodo da igreja mostrando para meus seguidores como funcionaria cada armadilha montada com a ajuda de meus amigos. Só então que o momento do clímax poderia começar.

- Já estamos prontos Alifer - sussurrou Sammy Kim no parapeito do corredor acima. - Pode atrai-lo para nós.

- Mas, porque eu que tenho que atrai-lo? - disse incomodado, até eu mesmo notar que era o único no térreo. Droga. Meus amigos são safados. Hahaha.

Parei de filmar e joguei minha câmera para Jeferson que a colocou acima de um quadro velho firmemente no final do corredor para gravar sem receio nossa luta final.

- Prontos? - gritei.

- Prontos - disseram em uníssono.

- E lá vamos nós - por uns segundos eu fechei meus olhos e acalmei meu coração que já estava agitado devido ao fato de estar cara a cara com o Saci- Pererê. Torci para que ele fosse fraco fisicamente. Só se passaram dois messes desde que entrei na academia para fazer jiu-jitsu e musculação.

Mitos Reais do Folclore Brasileiro: O Saci-Pererê (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora