Capítulo 1 - O Começo da Jornada

337 62 113
                                    

Todos já ouviram falar no folclore do Saci-Pererê, ou leram sobre ele nas atividades escolares. Eu mesmo não era muito interessado em sua história por se tratar de um conto infantil. O pouco que pesquisei na internet só me deixou ávido para uma possível historia mais madura do conto- o que não rolou. Já que o único a dar vida ao folclore brasileiro fora Monteiro Lobato com seu trabalho chamado: Sitio do Picapau Amarelo. Um dos meus programas favoritos na minha infância.

   O que me ajudou muito a reascender a chama para esse folclore foram os pedidos dos meus fãs do canal do YouTube. Nunca sonhava em ser um youtuber até que fiz um teste com vídeos de comedias e assuntos de nerds como filmes, musicas, livros e por ai vai. Vendo o sucesso que meu canal passou a fazer, eu resolvi explorar assuntos mitológicos.

   Há pouco tempo comecei um quadro novo com o tema "Mitos Reais do Folclore Brasileiro" para expandir a nossa cultura, já vi outros youtubers explorando esse lado e eu sempre me sentia atraído por isso. E o que mais fora pedido como primeira busca ao sobrenatural?... Isso mesmo... nada mais e nada menos que o Saci-Pererê. Para seguir adiante com o quatro, fui atrás dos mais "descrentes" quando se trata de fantasia com realidade. Seja em religião ou o sobrenatural. O que não me deu muito trabalho. Já que eram pessoas das quais eram meus vizinhos mais íntimos. Vizinhos que me ajudaram no inicio de minha ascensão como youtuber. Cada um com suas personalidades fortes e únicas.

   Jeferson, Samanta, Léo e Sammy Kim. Contando comigo, deram cinco participantes. Escolhi muito bem cada um deles, pois já vira em filmes ou grupos amadores o quanto desorganizados podem ser um grupo quando se deixam levar pelo medo irracional. Esse meu grupo com certeza terá sua dose de sustos e medos, mas nada que chegue ao ponto de deixar alguém do grupo para trás. Cá entre nós leitores. Se um deles me deixarem para trás, não só ficarei desgostoso como darei uma boa advertência como castigo. Hehehe. Isso ficará só entre nós.
Vamos às apresentações:

   . Jeferson: O mais velho da turma, punk e cético. Tudo que ele vê de sobrenatural ou religiosa procura uma resposta lógica e cientifica. O tipo de cara que estraga a emoção do sobrenatural, entretanto.... crucial para essa jornada (caso o pânico tome conta do grupo a capacidade dele em encontrar uma explicação racional, nos colocará no chão). Sempre gostou de usar brincos e correntes, homem de pele negra e corpo bem definido. A cor de seus olhos são verdes claros. Sua arma para nossa caçada; um bastão com arames farpados e um soco inglês.

   . Samanta: Uma garota extrovertida que sempre se amarrou por mitos e magia oculta. Altura mediana, seus cabelos são crespos volumosos coloridos de dois tons-azul e rosa, pele parda com sardas e olhos azuis, corpo magro. Não gosta de seguir muito o "politicamente correto". Sua natureza rebelde foi o que me chamou a atenção. Sua arma favorita; um nunchaku do qual domina com maestria.

   . Léo: Seu QI é surpreendentemente extraordinário, seu sonho é ser gestor ambiental, conhece em um dia o terreno de matas do qual nunca explorou e seus limites. O mais alto e musculoso da turma, olhos raros de cor âmbar, pele clara e cabelos lisos curtos. Um garoto introvertido, mas que quando se enturma não para mais de falar. Sua arma preferida; dois bastões com laminas em cada mão.

   . Sammy Kim: sul- coreana, a menor do grupo e a caçula, o que a faz passar despercebida pelas pessoas é seu jeito introvertido, consegue ser tão quieta quando quer que ninguém a perceberia em alguns lugares. Seus olhos são puxados de pupilas pretas- mas não daqueles tipos que vemos em filmes de demônios. Pele clara e cabelos curtos com topete. Nunca testemunhou o sobrenatural e sempre que era chamada para uma tentativa se recusava por acreditar nele, mas nunca participaria de quaisquer atividades do qual seus amigos e colegas não soubessem o que estavam fazendo (o que no seu caso era exatamente isso que acontecia). Leva muito a sério quando se trata desse tema. Sua arma favorita; uma pistola de airsoft CM 122.

   . E finalmente eu- Alifer: Da mesma altura que o Jeferson, pele parda e cabelos lisos com franja estilo Leon Kennedy. Meus olhos são castanhos, corpo magro e definido, sou uma pessoa racional, sempre estou pronto para absorver tudo ao meu redor e bolar um plano em seguida. Sou tanto extrovertido como introvertido. Minhas armas favoritas: uma katana de 82 cm e um arco recurvo de lâminas duplas.

   Com minha equipe já formada, todos se reuniram em minha casa, o legal disso é que moro sozinho. Meus pais me ensinaram desde criança a ser independente. Isso me ajudou muito nesse futuro do qual já tenho vinte anos. Foi quando me mudei para a zona oeste da cidade de São Paulo, à beira da Marginal Pinheiros que os conheci. Quatro adolescentes curiosos para saber o que um jovem entre a idade deles estaria fazendo sozinho em uma mudança sem a presença dos pais. Ficaram mais encantados quando eu os informei que estava construindo minha nova vida independentemente. No fundo eu sentia que aqueles jovens eram de confiança, então dei um jeito para aprofundar nossas amizades no primeiro dia.

   Desde então nos tornamos tão íntimos uns dos outros que nossa reunião em minha casa se tornara imperativo. É claro que os pais de cada um permitiam ao verem minha conduta exemplar e principalmente por não os levarem ao mundo das drogas ou prostituições.

   Escolhi a zona oeste de São Paulo para poder morar perto do Shopping Eldorado por que sempre fora o meu ponto favorito de São Paulo. Sempre explorava ao redor do shopping para saber onde dariam – tipos aqueles jogos do GTA para ps2 onde podíamos limpar o mapa conforme andávamos por ele, o que eu sempre fazia questão de fazer.

   O local do encontro foi em meu quintal, apesar de minha casa ser grande até demais, mas não como uma mansão. Nada desse tipo pessoal. Era o local do qual eu sempre escolhia para fazer atividades com meus irmãos em minha antiga casa. Por isso não deixei esse costume ser esquecido. Todos os meus melhores amigos já estavam preparados com seus coletes, botas para uma longa trilha, nossas armas brancas e duas mochilas com tudo que precisaremos. Fora o quite de primeiros socorros. Eram 18h da noite assim como combinamos.

   Agora que sou responsável pela segurança de quatro jovens, meu discurso de incentivo, apesar de clichê, será muito útil para a equipe.

   - Obrigado por virem ao meu chamado – começo. – Como vocês perceberam esse primeiro quadro Mitos Reais do Folclore Brasileiro que criei com a ajuda de vocês, repercutiu muito no Facebook e Instagram. O que a galera mais pediu foi uma caçada ao Saci-Pererê como primeiro teste. Quero deixar muito claro quando digo que não devemos deixar nenhum de nós em hipótese alguma para trás. Suas personalidades foram as que me chamaram a atenção e por isso os escolhi a dedo para esta missão.

   Léo assim que percebeu que terminei minha introdução, levantou sua mão para opinar e eu lhe dei a permissão.

   - Já pesquisei o sitio que os inscritos nos indicaram e tenho só noticias boas para todos nós – ele esperou uma resposta de mim para poder prosseguir. Assim sendo feito. – É um sitio não muito longe daqui, são 26,7 km, há uma Chácara do Jockey lá também. O dono da fazenda nos liberou uma parte do terreno do qual possamos explorar e só nos pediu para tomarmos cuidado, já que ele diz acreditar no Saci-Pererê, depois de notar as tranças em seus cavalos e muito raramente ter os ingredientes de sua comida trocados por açúcar.

   - Se a lenda for real – pronunciou Sammy. – Estávamos esse tempo todo criando versões de seres sobrenaturais muito reais. Deuses, vampiros, zumbis. Vou até levar a serio a palavra "e se". Quero estar preparada para tudo.

   - O mundo é ilimitado meus amigos – explicou Jeferson. – Tudo tem uma verdade no meio dessas histórias. A única diferença é que as pessoas abusam da fantasia para explorar temas que não são possíveis na vida real.

   - Verdadeiro ou não – Samanta se envolveu. – Eu estou pronta para absorver e procurar uma resposta logica para tudo que meus olhos captam. Sejam reais ou não.
 
  - Bom – comecei. – Agora que temos tudo ao nosso favor. Daqui a uma hora iremos partir. Usem esse tempo com sabedoria para fazerem o que quiser, o ponto de partida será aqui mesmo. Quero todos prontos e dispostos.

   - Você ta falando igual um líder Alifer – disse Jeferson. – Chega a ser tão empolgante quanto assustador.

   - Isso por que ele não quer que de nada de errado – respondeu Léo. – Não é mesmo?

   - Acertou em cheio maninho - resolvi encerrar nossa curta reunião com um ultimato enquanto brandia minha espada ao ar. Convidando meus amigos a uma saudação de armas. – Quem aqui quer caçar um Saci-Pererê?

   Todos se olharam para confirmar suas ideias e juntos brandiram suas armas em uma saudação perfeita enquanto diziam uma palavra: SIM.

Mitos Reais do Folclore Brasileiro: O Saci-Pererê (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora