Capítulo 4 - Tão Perto e Tão Longe

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Não podíamos mais fazer nada naquele dia. Deixamos o resto da missão nas mãos... ou melhor, nas patas de dois pit bulls treinados para tal serviço. Agora só obteríamos respostas na manhã seguinte.

   - Bom pessoal. Por hoje é só – respondi fatidicamente.

   - Alifer tem razão crianças – socorreu-me Alison. – Amanhã mesmo eu entrego a câmera para vocês e veremos juntos se o Saci-Pererê é real ou não.

   - Tudo bem pra mim – exprimiu Jeferson. – Incrível como uma caçada à um ser folclórico pode nos deixar tão exaustos.

   - Compartilho esse sentimento meu amigo – expôs Léo. – Só quero uma cama quente e confortável.

   - E eu – suspirou Sammy Kim. – Um bom banho e depois cama.

   - Essa é a minha garota – parabenizou Samanta.
– Bora gatinha. – Ela a pegou nas mãos e juntas caminharam até a casa nos deixando para trás.

   - Garotas – suspirou Jeferson.

   - Pois é – eu, Alison e Léo, proferimos ao mesmo tempo.

Na manhã seguinte: 31/10/2018- O dia do Saci-Pererê/Halloween

O fato da casa do proprietário ser grande demais na minha opinião, dera exatamente um quarto para cada um de nós se hospedar. O melhor de tudo vem agora. Vocês não vão acreditar que o proprietário nos deixou ficar por mais uns dias em sua residência. Até encontrarmos uma resposta definitiva para essa lenda. É claro que eu não poderia recusar esse convite. Ainda mais no dia do Halloween, quero dizer, do Saci-Pererê(mil perdões senhor Saci pela minha falta de respeito. Espero não levar outro graveto na cara).

   Quem nos acordou cedo foi Alison que passara de quarto em quarto nos fazendo descer para tomarmos o café da manhã. Todos só levantaram cedo pelo fato de nossa curiosidade em ver as fitas da gravação anterior ser mais forte que o sono. A câmera não estava quebrada- graças a Deus, paguei muito caro por ela e pelo que vi, valeu cada centavo-, e todos os nossos equipamentos estavam no quarto de Léo. Alison achou provavelmente que era ele quem cuidava das edições finais, quando na verdade era a Samanta.

   Decidimos tomar nosso café da manhã primeiro para então assistirmos o resultado do trabalho anterior.

   A cozinha apesar de ser simples e espaçosa, dava um toque caseiro que somente os fazendeiros tinham o talento em fazer um. Juntamos todas as mesas para comermos juntos. O pai de Alison nos preparou para o café da manhã pão com torradas amanteigadas acompanhado com frutas- Uvas, maças, bananas-, sucos naturais e uns ovos mexidos.

   - O café da manhã está divino – agradeceu Sammy Kim. – Seu nome, por favor!

   - Podem me chamar de J.P se preferirem que é como meus vizinhos me chamam. Meu nome mesmo de verdade é João Pedro – explicou o pai de Alison. Cujo homem beirava na terceira idade e cheio de saúde. Aparentava ter seus quarenta anos de idade na minha opinião. Cabelos grisalhos brancos e um porte físico de um lutador de boxe. Tendo isso em comum com seu filho. Seus olhos verdes era a única coisa que Alison não herdara do pai.

   - Gostaria de ver nossas gravações senhor? – perguntou Léo com um sorriso estampado no rosto como uma criança quando quer que seus pais vejam sua obra de arte.

   - Opa, gostaria sim meu jovem. Eu sou o mais ansioso de todos aqui presentes para ver ao vivo e em cores a lenda do Saci-Pererê.

   - Então vamos lá – aconselhou Samanta levantando-se da mesa.

   - Wooww – falei indo em sua direção. – Calma gatinha. Você nem comeu tudo ainda.

   - Ta bom papai. Eu vou comer tudo – ela respondeu rindo da minha atitude se dirigindo a sua cadeira, o que achei super fofa quando olhei pra ela.

Mitos Reais do Folclore Brasileiro: O Saci-Pererê (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora