Capítulo 14 - Marina - Susto...

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- Sara, eu temo em te falar, mas esses sintomas que você está me dizendo são passageiros, por conta de tudo que você me falou, não me parece que agora tomou jeito...

- Eu sei, Sra. Bertozzi, mas eu queria muito acreditar que ele esteja mudado.

- Geralmente é o que sempre desejam. Mas homens assim são como tsunami. Primeiro a calmaria, o recuo depois aparece de repente e sai destruindo tudo.

- Isso que eu não queria. Essa destruição. Ele está todo carinhoso comigo, tem sido bom esses dias. O sexo está sendo uma delícia. – sério mesmo que eu preciso ficar aqui ouvindo tudo isso...? Tenso!

- Ok Sara, eu entenderei se você não precisar mais dos meus serviços. – Dou uma jogada de mestre, e espero que ela cai nessa.  - Se você está se garantindo...

- Não! Por mais que ele esteja “melhor” – fez as aspas com as mãos – Eu prefiro tirar essa história a limpo de uma vez por todas. Quero muito que meu casamento dê certo, mas não quero ter essas desconfianças do meu marido. Mas se ele está todo manso, como é que eu posso ter certeza que ele está me traindo, você me sugere algo?

- Sugiro que você arme a armadilha.

- Como assim? – disse ela curiosa.

- Para ter certeza, que realmente ele está te traindo ele não pode estar com você, tem que ter espaço. Deixe ele sair um dia desses, sem você brigar... Mas também seja cautelosa, seja esperta, deixe ele perceber isso... E o principal, rejeite ele na cama. Sei que isso pode soar estranho, mas fazendo isso, é lógico que ele vai procurar outra. Quando isso acontecer, você me avisa. Eu irei segui-lo e ver o lugar que ele frequenta, com que está. Assim você terá essa dúvida esclarecida.

- Ótimo! Por sinal, hoje ele tinha que ficar até mais tarde no trabalho, e eu disse que iria esperá-lo, mas com esse compromisso eu sai antes dele chegar – disse pegando o celular. - Mas essa reunião está agendada tem alguns dias, ele mesmo me mostrou a pauta da reunião.

Pauta da reunião? Como assim? Esse cara é bom nas mentiras! Eu não me recordo de ter distribuído pauta alguma. Que safado, forjando documentação. E essa reunião. Que mentira, estávamos jantando.

- Bem, Sra. Bertozzi – disse ela mexendo no celular - Eu acho que estamos combinadas, eu irei ver um melhor dia pra que possa averiguar o que ele faz realmente. Mas agora preciso ligar pra ele vir me buscar, já vi que tenho várias mensagens e ligações dele no celular.

- O que? – disse assustada – Seu marido vir de buscar. Por favor, né, Sara! Vindo pra cá? Parece que não me ouviu. Ou você vai esperar até que dia para colocar o plano em prática. Aproveita a situação. Faça algumas compras, e vá pra casa sozinha. Mostre pra ele que você está mudada. 

- Será? – Senhor me ajuda aqui, que está difícil viu?!

- Claro que sim, e outra coisa. Gostaria de que quando nos encontrássemos você evitasse ao máximo dele estar no mesmo lugar que nós. Se prefere que mande vir te buscar, faça como quiser, mas eu terei que ir embora agora - digo levantando e pegando minha bolsa rapidamente – Ele não pode nos ver juntas, ele não pode me ver. Se por ventura algum dia eu precisar passar na frente dele, enquanto estiver investigando...

- Ai meu Deus. Não pensei nisso! – disse ela.

- Eu vou sair, tchau. Mantenha-me atualizada!

Pego minha bolsa e saio rapidamente e me misturo a algumas pessoas na fila de um fast food. Porra essa mulher é louca. Será que não pensa. Droga! Tenho vontade de xingar a Sara até a sua décima geração passada! Pego o telefone e ligo para Heitor, para irmos embora, ele ficou em uma loja de camisas masculinas. Estava pensativa então não dei nenhuma palavra com Heitor, apenas o olhei e dei um sorriso amarelo. Heitor colocou o braço sobre meus ombros e assim saímos em direção ao carro.

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